Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Os últimos anos trouxeram mudanças significativas para o panorama do aprovisionamento de vestuário na Ásia. A era da fabricação chinesa de roupas de baixo custo é coisa do passado e vários países têm intensificado a atividade para reclamar a sua fatia no bolo da produção. 

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Sourcing pulverizado na Ásia

Os analistas do sector de vestuário explicam que, apesar do domínio da China continuar, está atualmente em curso uma clara segmentação na Ásia. De acordo com Chris Runckel, presidente da empresa asiática de consultoria Runckel & Associates, a Tailândia tem sido particularmente eficaz em mover-se no sentido do topo do mercado em áreas como o design e o marketing, à medida que o aumento dos salários tem tornado mais difícil competir com países sustentados em custos de mão-de-obra mais baixos, como o Camboja e o Bangladesh.

«O mercado de têxteis e vestuário segmentou-se de tal forma que agora o Camboja, o Bangladesh e cada vez mais a Birmânia estão a assegurar as encomendas de menor custo», revela Chris Runckel, cuja empresa de consultoria está sediada nos EUA, em Portland. «A China ainda assegura o mercado intermédio, mas o aumento dos salários chineses e outros custos estão a fazer com que os seus preços subam. A única razão pela qual não cresceram além disso é porque os fornecedores chineses estão dispostos a aceitar margens de lucro muito baixas e a espremer os seus fornecedores para fazer negócio. A Tailândia não pode competir por estas encomendas maiores e até mesmo o Sri Lanka é frequentemente mais caro. Este tipo de segmentação do mercado vai continuar e causar ainda mais desafios e oportunidades para todos», acrescenta Runckel.

No ano passado, impulsionado pelo termo iminente do Sistema Generalizado de Preferências (SGP), o Conselho de Investimento da Tailândia instou as empresas de vestuário a investirem mais nos países da vizinha ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático), que podem oferecer soluções de baixo custo de mão-de-obra.

Apesar das disputas em curso sobre salários dignos e condições de trabalho nas fábricas em toda a Ásia, os custos de mão-de-obra são fundamentais para as empresas que estão agora a fabricar no Vietname, Indonésia e, particularmente, no Bangladesh, segundo Paula Rogers, do australiano Apparel & Textile Industries Group (ATIG), empresa de consultadoria especializada na cadeia de aprovisionamento.

«Cada centavo conta neste negócio», afirma Rogers. «E temos de levar em conta que as exportações de têxteis e vestuário do Bangladesh representam 70% a 80% do total das exportações do país», acrescenta. Salientando o poder das associações locais. Rogers diz que a China continua a ser o ator chave na fabricação asiática – embora a política do governo para limitar o licenciamento de negócios em áreas estratégicas e uma população em envelhecimento (em parte o resultado da política chinesa do filho único), também mudaram o foco do país do fabrico de vestuário no sentido de produtos de maior valor.

Paula Rogers refere ainda que o investimento estrangeiro no sector de vestuário de países emergentes é globalmente uma estratégia de longo prazo, fomentada pelas vantagens das regras comerciais em constante mudança.

Embora os efeitos do mercado único ASEAN na complexa indústria têxtil e vestuário asiática ainda não sejam plenamente compreendidos, muitos países já mudaram as operações para as nações estratégicas da ASEAN. O Vietname, por exemplo, é uma proposta atrativa para muitos investidores estrangeiros, incluindo os fabricantes chineses, e será ainda mais se a Parceria Trans-Pacífico, com a sua provisão “dos fios para a frente” ficar eventualmente concluída. Isto daria potencialmente aos têxteis e vestuário provenientes do Vietname o acesso isento de direitos alfandegários ao mercado dos EUA.

Mesmo na ausência de um acordo assinado, o investimento chinês no Vietname não mostra sinais de desaceleração. A província vietnamita de Quang Ninh, no Norte do país, assinou em agosto último um importante contrato de investimento com o fabricante têxtil chinês Texhong para instalar uma unidade industrial no valor de 300 milhões de dólares.
 http://www.portugaltextil.com/tabid/63/xmmid/407/xmid/43389/xmview/...

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