Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

O crescente mercado de retalho na Ásia-Pacífico deverá permitir a economias emergentes como o Sri Lanka concretizar o sonho ambicioso de se tornar um centro de produção na região. A indústria de vestuário do país tinha já sido pioneira na adoção de uma estratégia eco-ética.   

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Sri Lanka dá cartas

«Os seis maiores retalhistas em crescimento não estão na América do Norte, mas na região da Ásia-Pacífico. Esta região é onde se encontra o crescimento», defendeu Kurt Cavano, fundador, vice-presidente e diretor de estratégia da empresa GT Nexus, no South Asian Apparel Leadership Forum em Colombo, no Sri Lanka. «As oportunidades para o Sri Lanka fazer parte deste enorme crescimento e contribuir para este crescimento, são enormes», acrescentou Cavano, que também foi vice-presidente desta conferência internacional sobre têxteis e vestuário.

Falando para um público composto por líderes industriais do Sri Lanka e especialistas do sector de vestuário de todo o Sul da Ásia, Europa e EUA, Cavano observou que uma área chave de crescimento será o comércio eletrónico chinês, referindo que «a China encomenda mais entregas on-line do que todos os sites de comércio eletrónico nos EUA juntos».

Alertando para a necessidade de aproveitarem a oportunidade, o vice-presidente da GT Nexus salientou que as empresas de vestuário do Sri Lanka que querem aproveitar esta oportunidade necessitam de melhorar as suas cadeias de aprovisionamento, oferecendo novos serviços de design e outras inovações.

O governo do Sri Lanka quer certamente acompanhar este desenvolvimento, com a aprovação de legislação pró-indústria e a negociação de uma série de acordos de livre comércio com os grandes mercados asiáticos, como a China e o Japão. Por exemplo, foi recentemente aplicada uma nova regulamentação que designa os dois principais portos do Sri Lanka – Colombo e Hambantota – como portos livres, com taxas alfandegárias e burocracia reduzidas.

Segundo as declarações de Tuli Cooray, secretário-geral da Joint Apparel Association Forum (JAAF), existe um abundante crescimento da procura por vestuário fabricado no Sul da Ásia, com a produção do Sri Lanka, Bangladesh, Índia e Paquistão a crescer 58% ao longo dos últimos quatro anos, uma dinâmica que Cooray acredita que irá continuar nos próximos anos.

Quanto aos acordos comerciais, os previstos com a China e o Japão, terão um impacto positivo na indústria e no seu crescimento ao longo dos próximos cinco anos, segundo Mahesh Amalean, presidente da MAS Holdings, o maior fabricante de vestuário do Sri Lanka. Na carteira de clientes desta empresa encontram-se nomes de referência como Victoria’s Secret, Nike e Marks & Spencer.

Na opinião de Amalean, o sucesso do Sri Lanka foi promovido pela confiança, a qual tem sido especialmente importante face ao crescimento do Bangladesh como um centro rival e à saída do Sri Lanka do Sistema Generalizado de Preferências Plus (SGP+) da União Europeia.

«A maior força da nossa indústria é quando assumimos um compromisso, quando aceitamos uma encomenda fazemos tudo o que podemos fazer para entregá-la, aumentando a confiança que os parceiros depositam em nós. Portanto, os nossos clientes continuam connosco, ao contrário de alguns outros países», afirmou Amalean. «A outra razão para o nosso sucesso é a estrita conformidade com os padrões internacionais, abrangendo fatores laborais, de saúde, segurança e ambientais, os quais foram implementados pelo sector de vestuário do Sri Lanka numa fase muito antecipada», acrescentou.

Aroon Hirdaramani, diretor de outra grande empresa de confeção do Sri Lanka, o Grupo Hirdaramani, argumentou no fórum que, ao longo dos anos, o Sri Lanka estabeleceu-se na região como principal centro de conhecimento do vestuário. Hirdaramani destacou o trabalho pioneiro realizado no país. «O Sri Lanka introduziu vários conceitos pioneiros para o benefício da indústria através das tecnologias de fabrico que o sector utiliza, apoiando a sustentabilidade através da abertura de fábricas “verdes”», apontou.

Uma das primeiras iniciativas lançada pelo Sri Lanka em 2007 foi a “Vestuário sem Culpa”, que se centrou na produção ética e no desenvolvimento sustentável, com empresas comprometidas com as condições laborais éticas, isentas de mão-de-obra infantil, trabalho forçado, discriminação e práticas desumanas.

Os líderes sectoriais abriram no país algumas das primeiras “fábricas verdes” do mundo. Em 2008, a MAS Holdings, a Brandix e o grupo Hirdaramani inauguraram três destas unidades, com a Brandix e a MAS Holdings a fornecerem roupa “verde” para a retalhista Marks & Spencer. Em 2008, a Hirdaramani abriu a sua primeira fábrica “amiga do ambiente”, recebendo a certificação CarbonNeutral da CarbonNeutral Company, fornecedora global de soluções de redução das emissões de carbono.

http://www.portugaltextil.com/tabid/63/xmmid/407/xmid/42919/xmview/...

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Mais uma "pulguinha" para incomodar o já combalido setor têxtil nacional!

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