Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Falida, Malharia Sulfabril Consegue Leiloar uma Fábrica por R$ 5 Milhões

“Falida, malharia Sulfabril consegue leiloar uma fábrica por R$ 5 milhões

 Fábrica da Sulfabril em Santa Catarina, na década de 1970 Divulgação

 “  A malharia Sulfabril, criada em 1947 em Santa Catarina, vai a leilão em maio. A marca fez sucesso sobretudo nas décadas de 1970 e 1980, quando seus anúncios eram estrelados por atores da TV. Este anúncio traz os atores Marcos Paulo (1951-2012) e Sandra Bréa (1952-2000) Reprodução

Quinze anos após ter a falência decretada, a malharia Sulfabril leiloou nesta terça-feira (5) suas fábricas desativadas. A empresa brasileira de malhas e confecções foi sucesso nos anos 1970 e 1980 e terá sua marca e quatro fábricas leiloadas.

“..Falência foi decretada em 1999

A Sulfrabril nasceu em Blumenau (SC) em 1947 e chegou a empregar mais de 5.000 funcionários. Suas coleções eram anunciadas no horário nobre da televisão e nas principais revistas do país, com garotas-propaganda como as atrizes Regina Duarte e Sandra Bréa.

A crise da empresa teve início em meados da década de 1990, com a abertura do Brasil ao mercado internacional. A falência foi decretada em 1999. “

COMENTARIO

A leitura  de  3  livros , recentemente, deixa claro o injustificável e criminoso  processo ,  e sua metodologia, de assassinato indiscriminado de empresas. Os livros  são:

“23 Things they  Dont Tell You about Capitalism” , “ Bad Samaritans “, este dois  de  Ha-Joon Chang  (HJC) , e como resultado da leitura destes  dois  livros, estou lendo “How  Rich Countries Got  Rich… and Why Poor Countries Stay Poor, este ultimo , livro de Erik  S. Reinert. A metodologia do processo de  assassinato de empresas  é  clara, e mesmo assim  é aceita e empregada pelos países-vítima, que aceitam como o inevitável  e único  caminho  para o progresso. Economistas muito bem treinados em escolas  de elite ( escolas da Ivy League, por exemplo ) são parte  do processo, junto com intenso bombardeamento  por   parte  da mídia “séria”. O processo não é trabalho de amadores, contendo elementos do que é  descrito no excelente documentário “The  Century of the Self”  (  O Século do Eu)  que descreve  o incentivo ao  autoconsumo implementando o controle das massas com base  nas teorias  Freudianas.  Veja  o  comentário (  disponível em http://vimeo.com/39004295 )

“"Aclamada série de Adam Curtis que examina a ascensão do auto-consumo tendo como pano de fundo a dinastia Freud. Para muitos políticos e empresarios, o triunfo do EU é a expressão máxima da democracia, onde o poder finalmente se mudou para o povo. Certamente as pessoas podem sentir que estão no comando, mas estarão realmente? O século do EU conta a história não contada e às vezes controversa do crescimento da sociedade de consumo de massa na Grã-Bretanha e os Estados Unidos. Como foi o auto-consumo criado, por quem, e com que interesses? 

A dinastia Freud está no coração desta história social. Sigmund Freud, fundador da psicanálise, o seu sobrinho Edward Bernays, que inventou as relações públicas, Anna Freud, filha devotada de Sigmund e atual PR guru e o neto de Sigmund, Matthew Freud. 

A Obra de Sigmund Freud sobre o tenebroso mundo do subconsciente mudou o mundo. Com a introdução de uma técnica para sondar a mente inconsciente, Freud forneceu ferramentas úteis para entender os desejos secretos das massas. Inconscientemente, a sua obra serviu como precursora para um mundo cheio de doutores políticos, magnatas, marketing e a crença da sociedade de que a busca de satisfação e felicidade é o objetivo último do homem."

 

Este mecanismo de persuasão, um exemplo, foi utilizado  para induzir  as mulheres americanas a  fumar ,  como expressão de  sua  “liberdade”, utilizando intensa e bem estruturada  propaganda, que associava o fumar à  liberdade delas, à sua emancipação.  ( o livro “Propaganda” de Edward  Bernays,  parente  de  Freud,  está  disponível  na net  para  download).

 

Decidindo não me alongar, como pretendia , as obras acima citadas  deixam claro que  há que haver um equilíbrio inteligente entre o protecionismo e  a competição.  Ha -Joon Chang , cresce num Coréia muito pobre saindo  de uma guerra. Ele aborda o mecanismo de desenvolvimento da  Coreia  onde  estão embutidos o protecionismo  bem administrado, governos fortes,e controle da moeda forte – na época,  o  dólar.

Na década de 80 o valor da manufatura do Brasil , em dólares, era maior que  a soma ( em dólar)  das manufaturas  da  China  , Índia, e  Coreia. A  Coreia cresceu na época em que o  Brasil começou a decair. O Brasil chega aos  dias de  hoje sem uma marca própria de carro. A Coreia tem a  Hyundai  , que segundo HJC     precisou de 40 anos de proteção para chegar aonde  chegou. A Nokia  , precisou de 17. Protecionismo inteligente, tarifas, câmbio, foram e são elementos necessários  ao desenvolvimento  dos países  , incluindo os que  hoje  são considerados ricos, começando  com a  Inglaterra dos Tudors  ,  que evolui de um simples  exportador  de lã  não beneficiada para os  Países  Baixos para o domínio da fiação, tecelagem e tingimento; com   os Estados Unidos, com sua política de industrialização , inspirada  em Alexander Hamilton, com seu  subsídios e altas tarifas  e vigoroso protecionismo; com o  Brasil de Vargas e   dos  militares. Em 1964  éramos o quadragésimo  oitavo País em PIB, na década de 80 chegamos a oitava posição: um feito épico.

Terminando, aqui vai uma tradução livre de um trecho  do livro  “ How Rich Countries...” :  “... é fato indiscutível  que os países  ricos ficaram ricos porque por décadas , frequentemente por séculos, os seus Estados e suas elites governantes criaram e  protegeram industrias  e serviços dinâmicos.”

De 1989 em diante  fomos submetidos a desclassificados, lesa-pátria, criminosos, dedicados a desconstrução do  Brasil.  Contudo,  as  sólidas bases construídas por  Vargas e os militares  resistem, e   nos dão esperança  que algo comece a mudar  brevemente.

http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2014/08/06/falida-malha...

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