Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Sustentabilidade é pauta prioritária na Renner

Empresa obteve destaque no Índice Dow Jones de Sustentabilidade, importante ranking do mercado, e marcou presença na COP-27.

Uma das únicas empresas brasileiras de moda a participar do maior encontro global sobre mudanças climáticas, a 27ª Conferência do Clima da ONU (Organização das Nações Unidas), que aconteceu no Egito de 6 a 18 de novembro deste ano: estamos falando da Renner, maior varejista do segmento no país que tem em seu core o compromisso com a sustentabilidade.

“O convite surgiu por termos conquistado uma posição relevante no Índice Dow Jones de Sustentabilidade [DJSI, na sigla em inglês] em 2021, como um reconhecimento do que estamos construindo”, pontua a diretora de marketing corporativo da Lojas Renner, Maria Cristina Merçon. O ranking é uma referência no universo corporativo por avaliar as práticas de ESG — governança ambiental, social e corporativa — das maiores companhias de capital aberto e, no último ano, a Renner atingiu 80 pontos sobre 100, 15 a mais em comparação com 2020.

Para a marca, o convite para a COP-27 é resultado de um trabalho que vem sendo desenvolvido há anos. “Essa jornada acontece desde 2008, quando foi criado o Instituto Lojas Renner. Desde 2013, a sustentabilidade é um valor nosso, e ele é transversal, não apenas de um departamento. Por isso, nossa trajetória é consistente”, comenta a gerente sênior de pesquisa da Lojas Renner, Ana Cecília Anselmi.

A Renner havia traçado um primeiro ciclo de compromissos públicos, que vigorou de 2018 ao fim de 2021. À época, a ideia era alcançar menos impacto em 80% dos produtos; suprir 75% do consumo corporativo de energia com fontes renováveis de baixo impacto; reduzir em 20% as emissões de CO2 em relação aos níveis de 2017; e ter toda a cadeia nacional e internacional de fornecedores com certificação socioambiental. Todas as metas foram atingidas e, em alguns casos, superadas.

A partir de 2022, a Renner assumiu 12 compromissos para 2030, ainda mais ambiciosos e divididos em três pilares: soluções climáticas, circulares e regenerativas; conexões que amplificam; e relações humanas e diversas. No primeiro âmbito, a meta tem como objetivo a descarbonização do negócio para atingir a neutralidade climática até 2050 – parâmetro traçado pelo Acordo de Paris, que estabeleceu o desafio global de limitar o aquecimento médio do planeta a 2°C acima dos níveis pré-industriais.

Os destaques da Renner na área da sustentabilidade

Ana Cecília evidencia três iniciativas do negócio em termos socioambientais que são palpáveis para o consumidor: o uso de algodão agroecológico, o jeans mais sustentável e as práticas de circularidade. Em 2018, o Instituto Lojas Renner, pilar social da companhia, começou um projeto de apoio e capacitação com comunidades quilombolas que atuam com o plantio e a colheita de algodão agroecológico. O trabalho, iniciado no norte de Minas Gerais, já foi expandido para outros três estados. Além disso, o algodão colhido pelas comunidades foi incorporado à cadeia produtiva da Renner responsável pela confecção dos produtos e já deu origem a diferentes coleções. “Para utilizar essa matéria-prima, nossos fornecedores tiveram que revisitar o processo da fiação e todo o processo químico. É um movimento de toda a nossa cadeia”, garante.

Outro destaque é a quinta coleção da linha Re Jeans, lançada em outubro, a primeira feita exclusivamente com a técnica de upcycling e em parceria com a designer uruguaia Agustina Comas, referência no assunto. “Hoje, 100% do nosso jeans tem algum atributo de sustentabilidade, seja na matéria-prima, seja nos processos que reduzem a utilização de água”, salienta Ana Cecília.

Quanto à circularidade, a gerente destaca que a Renner oferece soluções para aumentar o ciclo de vida dos produtos após o consumo. Esse envolvimento no momento pós-compra está especialmente atrelado ao Repassa, marketplace de segunda mão que oferece produtos que podem ser ou não da marca — e que integra o ecossistema da Lojas Renner S.A. desde o ano passado.

Outra iniciativa nesse sentido é o programa EcoEstilo, que coleta nas lojas da Renner frascos de perfumaria e beleza e roupas em desuso para dar a esses itens um destino ambientalmente correto, o que inclui tanto a possibilidade de reciclagem dessas peças como a utilização em novas coleções. Inclusive, a gerente destaca essa esfera da sustentabilidade ao falar das metas propostas para 2030 — “Queremos trazer a circularidade para todo o processo de desenvolvimento”, destrincha Ana Cecília. A começar pela pesquisa, a ideia será prolongar o ciclo de vida de cada peça.

A Renner de amanhã

“Nós buscamos ser de fato agentes de transformação do nosso segmento. Para isso, entendemos que precisamos estar presentes em diálogos relevantes, envolvendo e engajando toda a cadeia até o cliente final”, explica Maria Cristina Merçon. Na COP-27, foi gratificante reforçar a percepção de que a empresa está no caminho certo. “O que percebemos é que temos iniciativas capazes de contribuir com essa agenda de combate às mudanças climáticas. Sentimos um grande alinhamento com o que está sendo falado a nível global, e queremos evoluir cada vez mais, com todo o setor, de forma colaborativa”, conta ela.

Ana Cecília complementa: “A moda não era uma agenda específica, mas a vi inserida em diversos painéis, alguns dos quais a gente participou, inclusive.” Maria Cristina assinala outro tópico em torno do qual se desenrolou o evento: a ciência. “A inovação tecnológica e a cooperação com a ciência inspiram nossos compromissos, tanto é que temos metas aprovadas pela Sbti (Science Based Targets Initiative) para a redução das emissões de gases de efeito estufa.”

Alguns dos propósitos previstos para o ciclo que se encerra em 2030 são ter atributos de sustentabilidade em 100% das peças de vestuário das suas marcas próprias; reduzir em 75% a emissão de CO2 por peça de vestuário produzida em sua cadeia; garantir fornecedores certificados por meio de critérios socioambientais para todas as etiquetas da companhia e conquistar sistemas de rastreabilidade para 100% dos produtos de vestuário feitos com algodão.

Em paralelo a isso, o pilar social é também prevalecente no futuro da Renner, que considera fundamental agregar esse olhar ao cuidado com o meio ambiente para garantir um avanço rápido e coeso. Para isso, pretende atingir em oito anos no mínimo 50% do total de cargos de liderança ocupados por pessoas negras e no mínimo 55% da alta liderança formada por mulheres.

Fonte: Vogue

https://sbvc.com.br/sustentabilidade-e-pauta-prioritaria-na-renner/

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