Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Apesar de não apoiar todas as medidas já anunciadas, como a possibilidade de pôr fim a alguns acordos comerciais, a indústria têxtil dos EUA vê a eleição de Donald Trump e as suas promessas de revitalizar a produção doméstica como uma grande oportunidade para entrar numa nova era de crescimento.

O pedido de ação de Robert Chapman, CEO da produtora de fios e tecidos Inman Mills e presidente da National Council of Textile Organizations (NCTO) surgiu no discurso de estado do sector têxtil dos EUA no final de março.

Na passagem de testemunho a Willliam “Bill” McCrary Jr, presidente do conselho de administração e CEO da especialista de polímeros, fibras e fios sintéticos William Barnet and Son, Chapman apelou a que a indústria têxtil dos EUA «aproveite o momento geracional para influenciar as políticas federais» para «reorientar a política de produção dos EUA e nivelar o campo de jogo», noticia o just-style.com.

O otimismo da associação, sediada em Washington DC, é alimentado pelos números que mostram que o valor da produção dos EUA de fibras e filamentos sintéticos, têxteis e vestuário atingiram 74,4 mil milhões de dólares (69,7 mil milhões de euros) em 2016, um aumento de 11% desde 2009. Dividido por sector, o valor agrega 30,3 mil milhões de dólares em exportações de fios e tecidos, 12,7 mil milhões de dólares de vestuário, um valor estimado em 7,4 mil milhões de dólares em fibras sintéticas e 24 mil milhões de dólares em tapetes, decoração para casa e outros artigos confecionados.

O investimento é também saudável, garante a associação, com as apostas na produção a subirem 75%, de 960 milhões de dólares em 2009 para 1,7 mil milhões de dólares em 2015. E o emprego na cadeia produtiva têxtil manteve-se em 565 mil trabalhadores em 2016, dos quais 113.900 em fios e tecidos, 115.000 na área de tapetes e artigos para a casa, 131.300 na confeção de vestuário, 25.700 nas fibras sintéticas, 126.600 no cultivo de algodão e indústrias relacionadas e 52.500 postos de trabalho na produção de lã e indústrias relacionadas.

A somar a este quadro positivo estão ainda as exportações americanas de fibras, fios, tecidos, vestuário e outros artigos confecionados que atingiram 26,3 mil milhões de dólares em 2016, com os envios para os países do Nafta (Canadá e México) e do DR-Cafta (República Dominicana, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras e Nicarágua) a representarem 56% de todas as exportações da indústria. Por região, os mercados mais importantes são os países abrangidos pelo Nafta (11,5 mil milhões de dólares), Ásia (7 mil milhões de dólares), DR-Cafta (3,2 mil milhões de dólares), Europa (2,8 mil milhões de dólares) e o resto do mundo (1,8 mil milhões de dólares). Por país, os principais mercados são o México (6,3 mil milhões de dólares), Canadá (5,2 mil milhões de dólares), China, Hong Kong e Macau (1,8 mil milhões de dólares) e Honduras (1,5 mil milhões de dólares).

Uma outra razão que está a gerar uma visão otimista é a mensagem de Donald Trump para revitalizar a produção doméstica. «Precisamente porque vai estimular a produção e impulsionar a criação de emprego, a NCTO apoia entusiasticamente os objetivos macropolíticos do Presidente Trump de lutar pelo comércio livre, mas justo, implementando as leis comerciais americanas, tornando o código fiscal dos EUA mais competitivo em termos internacionais, eliminando regulamentação desnecessária, revitalizando as infraestruturas, comprando americano, assegurando energia barata e fixando cuidados de saúde», enumerou Chapman.

A associação apoia a ação executiva do Presidente Trump para retirar os EUA do Acordo de Parceria Transpacífico (TPP) – apesar de ter apoiado o acordo apenas um ano antes, depois da Administração Obama ter concordado com uma forte regra de origem a partir do fio e com a eliminação faseada das taxas. No entanto, opõe-se a qualquer acordo bilateral individual com países do TPP como o Vietname, que Trump pode propor em substituição.

Contudo, ao contrário do TPP, a NCTO apoia fortemente o Nafta «porque é um pilar sobre o qual está construída a cadeia de aprovisionamento no Hemisfério Ocidental dos EUA». Com um valor de 11,5 mil milhões de dólares em conjunto, o México e o Canadá são os principais mercados de exportação da indústria têxtil dos EUA. Além disso, o México fornece uma grande capacidade de confeção que os EUA não têm.

Dito isso, refere, o Nafta «deve ser revisto e pode ser melhorado». Por exemplo, a regra de origem a partir do fio do Nafta contém alguns “buracos” como os níveis de taxas preferenciais que beneficiam países terceiros como a China à custa da indústria americana. «Fechá-los iria impulsionar a produção têxtil e o emprego nos EUA», sublinha a associação.

A NCTO apoia ainda o pedido de Trump para uma implementação mais forte das políticas comerciais, como travar a fraude alfandegária, e apoia a proposta do Secretário do Comércio Wilbur Ross para o governo dos EUA auto-iniciar processos antidumping e de contraordenação. Além disso, quer ver «a continuação da rejeição da exigência da China de ser reconhecida como uma economia de mercado e desmantelar a desvalorização cambial ilegal».

O código fiscal dos EUA está também «a precisar de uma reforma para o tornar mais competitivo internacionalmente», acredita a associação, acrescentando que «baixar a os impostos às empresas e permitir que o investimento de capital seja imediatamente considerado teria um benefício significativo para os membros da NTCO».

Reconstruir a infraestrutura da América é outra prioridade apontada pela associação, que resultaria ainda no benefício de dar um mercado em crescimento para produtos têxteis como vestuário de trabalho, geomembranas, sistemas de filtração e compósitos para sistemas de cargas.

O mesmo acontece com «promover uma cultura nacional de inovação», com a NCTO a pedir ao Presidente Trump para alimentar o projeto Advanced Functional Fabrics of America (AFFOA), um programa do Departamento de Defesa que tem como missão tornar mais fácil desenvolver e comercializar a próxima geração de têxteis de alta performance.

A associação quer também assegurar que a indústria têxtil americana tem acesso ininterrupto a energia com preços razoáveis, uma vez que a maior parte das fibras sintéticas é derivada de petróleo e muitos produtores têxteis confiam no gás natural para as suas operações. Tendo isso em conta, a NCTO «apoia fortemente a construção de um aumento da capacidade de oleodutos para manter os preços da energia baixos».

Por último, a indústria têxtil tem de reconhecer que o seu recurso mais importante, a mão de obra, está a envelhecer. «Para continuar a prosperar a longo prazo, a produção têxtil americana tem de recrutar uma nova geração de químicos, designers e engenheiros talentosos, técnicos qualificados e mão de obra semiqualificada», o que exige que as empresas americanas continuem a forjar laços com líderes locais, escolas, governo, programas vocacionais, universidades e associações empresariais «para assegurar que as políticas estatais e federais geram mão de obra ao mesmo tempo adequada em tamanho e devidamente preparada para ser bem sucedida numa economia mundial hipercompetitiva», conclui a NCTO.

FONTEJUST-STYLE.COM
http://www.portugaltextil.com/textil-americana-otimista-com-trump/
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