Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Têxtil blumenauense Sulfabril passa por quinto leilão neste ano

 

 

Nesta terça-feira a Sulfabril passa por um novo leilão de seus bens. É o quinto desde maio, quando começou a fase expropriatória — ou seja, venda de móveis e imóveis para fazer caixa e pagar as dívidas. Outros dois ocorrem até meados de dezembro. O total do que já foi arrematado soma cerca de R$ 12 milhões. Os pagamentos das dívidas, incluindo as trabalhistas, ainda dependem da conclusão da venda de todos os bens e de decisão judicial elencando a ordem do que será pago.

No leilão desta terça-feira serão oferecidas as marcas a partir de R$ 20 milhões — metade do valor de avaliação —, incluindo a principal delas: a Sulfabril. Neste ano serão pelo menos sete leilões. Poderão ser nove caso algum dos que estão agendados não tenha sucesso. Um dos mais importantes é o de hoje.

É a terceira vez que as marcas vão a leilão. Das outras vezes estavam englobadas em lotes maiores e, também por isso, mais caros. Para que os R$ 12 milhões arrecadados até agora — referente ao arremate de imóveis de Rio do Sul e Gaspar, além da unidade de Ascurra — se transforme em recibos de pagamentos quitados ainda há um longo caminho a percorrer.

A titular da 1ª Vara Cível do Fórum de Blumenau, Quitéria Tamanini Vieira Peres, explica que é preciso definir o que é prioridade nos pagamentos, quanto cada um receberá e como. Isso se dará por meio de decisão judicial, que deve ser publicada apenas depois de concluídos os leilões. Os trabalhadores terão prioridade, mas ainda não há data para que os valores comecem a ser pagos, adianta a juíza.

— Precisamos ainda considerar que temos trabalhadores de agora (da massa falida que está em funcionamento), além dos ex-funcionários, que são muitos — explica Quitéria.

Como parte dos pagamentos dos bens vendidos é parcelada, a expectativa do advogado do Sindicato dos Trabalhadores Têxteis de Blumenau, Gaspar e Indaial (Sintrafite) Osmar Packer é de que as definições sobre como serão quitadas as dívidas trabalhistas saiam no meio do ano que vem. Ao todo, 2,5 mil ex-funcionários têm cerca de R$ 50 milhões em direitos trabalhistas a receber.

— É um processo de longo prazo e que agora está com o quadro de credores organizado, então será mais fácil fazer os pagamentos. Agora precisamos aguardar — conclui Packer.

Vivian Bertoldi, presidente do Sintrafite, complementa:

— A expectativa dos trabalhadores e do sindicato é que as marcas e a empresa sejam arrematadas por alguém da região, que mantenha os empregos.

Esperar. É isto que José Érico Paulo faz desde 1999, quando a empresa em que trabalhava há 15 anos faliu. Ele foi recontratado pela massa falida da Sulfabril e desde então continua trabalhando na têxtil. Hoje é líder de setor e faz manutenções. Há 31 anos na empresa, Paulo espera, além dos direitos que têm a receber, que a Sulfabril tenha logo seu futuro definido. Entre os colegas a sensação é de apreensão e certa melancolia por não terem certeza sobre o futuro da indústria e dos próprios empregos. Unidos, têm carinho por ela, apesar dos percalços.


— Somos como uma família. Na Sulfabril é que eu conquistei tudo o que eu tenho. Quando entrei, eu tinha só uma calça. Hoje tenho casa, carro, moto e criei duas filhas — conta Paulo.

FONTE: http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/noticia/2014/11/textil-b...

Exibições: 130

Responder esta

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço