Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Companhia de Joinville investe R$ 20 milhões em nova tecelagem e máquinas para acabamento

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Têxtil Döhler quer crescer 15% em 2014 Juka Döhler/Divulgação
"Estimamos vender pelo menos 400 mil toalhas licenciadas pela Fifa durante a Copa" Foto: Juka Döhler / Divulgação

Apesar da previsão de um ano difícil, com conhecidos e recorrentes obstáculos – alta carga tributária, concorrência da Ásia e infraestrutura precária do País –, a têxtil Döhler planeja crescer 15% em 2014 em comparação com o desempenho apurado em 2013, que ainda não foi divulgado.

A empresa joinvilense está investindo R$ 20 milhões em nova tecelagem e compra de máquinas para acabamento, no período que vai de janeiro de 2013 a julho de 2014.

O diretor comercial Carlos Alexandre Döhler estima vender pelo menos 400 mil toalhas licenciadas pela Fifa durante o período da Copa do Mundo de Futebol.

A companhia dobrou de tamanho nos últimos cinco anos e bate recordes de produção e faturamento. Dizendo ser um otimista, Carlos Alexandre acredita que momentos difíceis podem render boas oportunidades.

Há 30 anos na empresa da família – que tem 132 anos de história –, ele é formado em administração de empresas, com pós-graduação em comércio exterior pela Univille e em governança corporativa pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).

Ele escreve o blog tecendoopinião.com.br e é aficionado por novas tecnologias. Também é palestrante e seu primeiro livro – sobre gestão – está saindo do forno. É casado com Maristela e pai de Juka e Rodrigo.

ANOS DIFÍCEIS

— O ano de 2013 foi um ano difícil, mas bom. Aliás, muito bom para a empresa. Foi o que imaginávamos, apesar das grandes dificuldades no percurso. Estamos muito satisfeitos com o resultado. Ainda não posso falar em números porque somos empresa listada em Bolsa. Mas 2014 será mais difícil ainda. Nosso prognóstico é de que será um ano mais preocupante. Dois fatores explicam esta sensação: a Copa do Mundo e as eleições. Ambos criam ambiente que desviam a atenção dos brasileiros para o consumo e, então, são inibidores de vendas.

OBA-OBA

— Os meses de junho e julho serão de muito oba-oba por causa da Copa, e aeroportos e cidades estarão tumultuados. Imagino, ainda, que novas manifestações de rua deverão acontecer um mês antes da Copa. Acredito que serão manifestações mais fortes do que aquelas acontecidas no ano passado. Em 2013, o varejo brasileiro perdeu 7% em negócios por causa das manifestações.

CONSUMIDOR FINAL

— A Döhler fará importantes investimentos e ações direcionados ao consumidor final. Renovamos contrato de marchandising no programa de Celso Portiolli, no SBT. Atuamos fortemente em redes sociais, como o Facebook, para estarmos vinculados aos clientes. E temos o Programa Momento Döhler, com o qual falamos diretamente com as nossas clientes.

LICENÇAS

— Todas as nossas licenças de uso de produtos foram renovadas e estamos finalizando acertos para assinar contrato para produzirmos itens para o mercado infantil. O lançamento deverá acontecer em março.

COLEÇÃO

— Em fevereiro, renovaremos nossa coleção. No mês seguinte, vamos reunir nossos representantes de todo o País, em convenção anual. Será no dia 1º de março, em pleno Carnaval, aqui em Joinville. Traremos o atleta Torben Grael para fazer uma palestra motivacional para o pessoal.

TOALHAS DA COPA

— A Döhler planeja vender 400 mil toalhas com motivos da Copa do Mundo de Futebol. É produto licenciado pela Fifa. Meu feeling – e tenho 20 anos de trabalho no ramo – é de que podemos dobrar este volume. Mas, aí, é uma percepção pessoal, bem particular. A grande pergunta é: quanto o brasileiro está disposto e motivado para ter uma lembrança da Copa? O Nordeste deverá ser o melhor mercado. De todo modo, será um bom novo negócio.

TECELAGEM

— Estamos investindo R$ 20 milhões no período de 19 meses – janeiro de 2013 a julho 2014. São recursos aplicados na nova tecelagem (R$ 12 milhões) em construção e em novas máquinas para acabamento (R$ 8 milhões). A definição sobre a aquisição dos equipamentos se dará em breve. Neste ano, a empresa vai crescer 15% sobre o resultado de 2013. O desafio é bastante grande.

SEM CRISE

— Vejo um ano difícil, mas não haverá crise. Percebo desaceleração do crescimento, o que já aconteceu, também, no ano passado em relação a 2012. Crise é quando o desemprego chega a 12% e a população pede comida na rua. Isso não acontece. E nem vai acontecer.

A SEGUNDA DO BRASIL

— Atuamos no segmento de cama, mesa, banho e decoração e temos muito orgulho de trabalhar com mão de obra 100% brasileira. Mesmo com a verdadeira odisseia pela qual o empresariado têxtil tem passado para manter-se competitivo, já somos a segunda maior indústria do setor no Brasil (atrás apenas da Coteminas), em produção.

RECORDES DE FATURAMENTO

— A nossa planta é toda situada em Joinville. Temos um centro de distribuição na Flórida (EUA). Empregamos 3 mil funcionários, que vêm batendo recordes em fabricação e faturamento. Nos últimos cinco anos, chegamos a dobrar de tamanho. Tudo isso sem nos afastarmos um milímetro sequer do compromisso de sempre nos pautarmos por princípios éticos, em um cenário de concorrência predatória asiática e diante de inúmeras denúncias de trabalho escravo nas cadeias produtivas de grandes grifes do setor.

OTIMISMO

— Sou da ala otimista, mas refiro-me a um otimismo responsável. Acredito que por trás de toda crise devemos procurar oportunidade. A Döhler é a prova disso. Ganhou dois prêmios da ADVB-SC em 2013: o Empresa Cidadã – pelo projeto de responsabilidade social Momento Döhler (workshop gratuito e itinerante de artesanato que possibilita uma forma de renda extra para famílias, que auxilia instituições das cidades que o abriga); e o Top de Marketing e Vendas pela sua excepcional performance em um período tão conturbado para o setor têxtil.

CONSUMIDOR SE PRESERVA

— O consumidor deve se preservar um pouco neste ano. Não há crise. As medidas que iremos adotar para enfrentar o cenário são reforçar ainda mais a nossa presença nas redes sociais e na TV aberta, em aproximação com o consumidor. É uma forma de mostrar aos nossos clientes lojistas que acreditamos que, mais uma vez, vamos virar esse jogo a nosso favor.

VELHOS PROBLEMAS

— O maior problema, nem de longe, será o apetite menor do brasileiro por consumir, e sim a velha tríade de vilões: a carga tributária escorchante, a concorrência desleal asiática e a falta de infraestrutura do País. Isso, sim, deve nos tirar o sono mais uma vez.

http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/noticia/2014/01/textil-d...

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