Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Moda para todas! (Ilustração:Thinkstock)

A cena certamente é familiar. Você entra na loja e começa a olhar as peças na arara. Logo que tira um vestido chega o vendedor com a pergunta: “qual o seu tamanho?”. E você fica em dúvida se, por causa da modelagem da marca, o vestido cairá bem no P, M ou G... Isso acontece porque no Brasil os tamanhos não são padronizados, o que faz com que “depende”  seja resposta  frequente quando somos questionados sobre nosso manequim.

Uma pesquisa inédita que está sendo realizada pelo Senai Cetiqt (Centro de Tecnologia de Indústria Química e Têxtil) revela o desajuste entre o corpo da mulher brasileira e as modelagens praticadas pelas confecções no país. De acordo com dados preliminares, divulgados pelo jornal Folha de São Paulo esta semana, 64,4% das mulheres do Sudeste têm, em média, 97,1 cm de busto, 85,4 cm de cintura e 102,1 cm de quadril. Ou seja, o manequim médio da brasileira está entre o 42 e o 44. O problema, constatado pela própria pesquisa, é que grande parte das grifes brasileiras produzem as peças cerca de 10 cm menor do que seria necessário para uma mulher dessa numeração poder vesti-las. Ou seja, se você veste, por exemplo, 44 ou 46 e, normalmente, sai da loja se sentindo péssima porque a roupa não serviu, o problema não está em você, mas numa modelagem que não é condizente com a numeração exibida.  

Mas isso é ilógico, você pode estar pensando. Com razão! A resposta implícita a esse tamanho problema pode estar na declaração infeliz do principal executivo da marca americana Abercrombie & Fitch, Mike Jeffries, que deixou de produzir peças femininas nos tamanhos GG e XG porque queria apenas sua marca associada a gente “magra e bonita”. Como se a beleza pudesse ser mensurada dessa forma...

A grande questão é que, enquanto a indústria de moda nacional “esnoba” mais da metade dos consumidores mais “cheinhos” com sua grade enxuta (segundo o último levantamento do Ministério da Saúde mais da metade da população brasileira está com peso acima do ideal), ela mesma está longe do status de “saudável”. Exportamos clientes – estamos hoje entre os estrangeiros que mais gastam em cidades como Nova Iorque, Miami e Paris –  e enfrentamos  internamente a concorrência com marcas de todo mundo.

Não seria a hora das grifes nacionais olharem para nós, mulheres brasileiras, e contemplarem toda a nossa pluralidade de tipos e tamanhos? E deixarem de usar como modelos de prova manequins de passarela, que estão tão longe do nosso padrão real! A pesquisa do Senai Cetiqt, que fica pronta em 2014, promete trazer luz à discussão e servir de base para nossa indústria criar roupas que realmente atendam a seus clientes.

Se sua coleção só fica bem até o 42, cara grife, está na hora rever seus conceitos... E criatividade, já que uma boa modelagem pode favorecer qualquer tipo físico. Quem sabe atender com beleza, qualidade e preços justos a mais da metade das consumidoras brasileiras hoje com dificuldade de encontrar roupas nas lojas que não estejam dentro do segmento plus size não seja uma das soluções para a moda nacional? E para nós, apaixonadas por moda, que muitas vezes deixamos de comprar porque simplesmente não encontramos a medida certa.

Fonte:|http://br.mulher.yahoo.com/blogs/ta-na-moda/tamanho-problema-190301...

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