SÃO PAULO – Tecidos feitos com filamentos de vidro são fibras de alta durabilidade, largamente usadas no Brasil. Apesar de estarem presentes nos tetos de aeroportos e estádios de futebol, as fibras são pouco conhecidas pelos profissionais e ainda não são fabricadas no país.
É o diz o estudo de Regina Guidon de Assis, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da Universidade de São Paulo (USP), que visou apresentar as características desse tipo de material e a visão dos profissionais brasileiros sobre as qualidades e desvantagens deste tipo de tecido.
O tecido do estudo de Regina é com filamentos contínuos de vidro (tipo E), bastante conhecido pela marca Teflon®. Seu uso requere finalidades que demandam alta resistência e durabilidade.
“A resistência ao calor e o fato de ser não inflamável, faz dele uma excelente opção para aplicações onde se deseja um isolamento térmico e/ou acústico”, diz Regina em seu estudo.
As aplicações tensionadas foram o foco do estudo de Regina, ou seja, usadas em coberturas de aeroportos, estádios, terminais de transporte entre outros.
“Uma das características marcantes das estruturas de membranas têxteis é sensação de leveza e fluidez que elas conseguem passar. É possível a construção de formas “orgânicas” muito atraentes e em prefeita harmonia com o ambiente mesmo em coberturas de grandes espaços”, diz Regina.
Um aspecto curioso desta fibra é que quando o material é produzido, possui coloração amarelada, bege ou cinza, e com o passar do tempo e exposição ao sol, se torna branco.
Regina explica que atualmente não se usa muito a fibra no país para cobertura de locais de grande porte, mas sim de tamanhos pequenos e médios. Mas a pesquisadora diz que isso pode mudar com os grandes eventos da Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
“Os eventos esportivos que ocorrerão no país nos próximos anos devem contribuir para uma maior utilização de soluções arquitetônicas modernas, já utilizadas em outros países, dentre elas as estruturas tensionadas”, afirma a pesquisadora.
Com sua pesquisa, Regina levantou informações em um questionário direcionado aos profissionais da área têxtil que apontaram que no Brasil estas fibras são conhecidas pela sua beleza e aspecto de modernidade.
As desvantagens encontradas da fibra foram a falta de profissionais especializados e de legislação e desconhecimento da fibra por parte dos clientes.
Em resumo, o cenário desta fibra no Brasil atualmente é “pouco conhecida, relativamente tímida, mas bastante interessante”, conclui Regina.
Este estudo foi um dos temas apresentados no 1º Congresso Científico Têxtil e de Moda (Contexmod) que teve início nesta terça-feira (16) e termina hoje (18). Promovido pela Associação Brasileira de Técnicos Têxteis (ABTT), o congresso visa o intercâmbio de experiências técnico-científicas entre os profissionais da área têxtil e de moda.
O evento acontece paralelamente ao XXV Congresso Nacional de Têxteis Técnicos (CNTT), também da ABTT, e à feira Tecnotêxtil Brasil 2013, promovida pela Feiras, Congressos e Empreendimentos Ltda (FCEM).
Todos os eventos ocorrem no Pavilhão Azul do Expo Center Norte.
Fonte:|http://www.epochtimes.com.br/tecido-de-vidro-e-ainda-pouco-conhecid...
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Bom dia, gostaria que confirmassem a afirmação feita no terceiro parágrafo, citado abaixo, referente a marca "Teflon" estar relacionada com esta fibra de "vidro":
"O tecido do estudo de Regina é com filamentos contínuos de vidro (tipo E), bastante conhecido pela marca Teflon®."
Obrigado.
Transcrevendo comentário
Amigos
Bom dia Marcel
O tecido é feito com filamento de vidro (tipo E) e posteriormente recoberto com PTFE (politetrafluoretileno). Uma das marcas conhecidas de PTFE é o Teflon da DuPont.
Infelizmente, houve alguma falha de entendimento por parte de quem postou alguns trechos da minha palestra neste blog!
Se necessário, podermos aprofundar o assunto e esclarecer outras dúvidas.
Regina Guidon de Assis
Marcel J Gonçalves disse:
Bom dia, gostaria que confirmassem a afirmação feita no terceiro parágrafo, citado abaixo, referente a marca "Teflon" estar relacionada com esta fibra de "vidro":
"O tecido do estudo de Regina é com filamentos contínuos de vidro (tipo E), bastante conhecido pela marca Teflon®."
Obrigado.
Bom dia a todos,
Gostaria de fazer alguns esclarecimentos, uma vez que considero que o post publicado pela Epochtimes, não retratou com fidelidade o que eu disse durante a palestra no Contexmod e/ou em outros trabalhos que eu escrevi sobre o assunto.
As fibras de vidro (fibras cortadas) são muito usadas no Brasil como parte de materiais compostos, dentre eles carroceria de carros, caixas d'água, etc.
O filamento de vidro (Tipo E) é utilizado em têxteis técnicos, aqui no Brasil e em outros países, em diversas aplicações, tais como: fios e tecidos estruturantes, fitas e tranças para isolamento, e outras.
No caso do segmento conhecido como "arquitetura têxtil", o material usado é chamado de "membrana" e compõe a cobertura da estrutura (tensionada). Destacam-se dois grandes grupos de materiais: poliéster/PVC e vidro/PTFE. O material de Poliéster/PVC é composto por tecido de filamento de poliéster alta tenacidade, laminado ou espalmado com PVC (produto semelhante às lonas usadas em tendas e barracas comuns). No outro grupo, estão os tecidos de vidro recobertos com politetrafluoretileno (PTFE), que podem receber acabamentos especiais, dentre eles, um coating com dióxido de titânio (TiO2), que confere ao produto final melhor desempenho (durabilidade, facilidade de limpeza, etc). Este tipo de material ainda é pouco utilizado no Brasil.
Na pesquisa de campo realizada para minha dissertação de mestrado, foi possível perceber que a solução arquitetonica que usa estruturas tensionadas, ainda é relativamente pouco conhecida e pouco difundida no país. Nota-se a falta de profissionais especializados e de conhecimento espefícifico sobre este tipo de solução arquitetônica. Existem estruturas de médio e pequeno porte, espalhadas por divesas cidades brasileiras, em sua maioria, feitas de PES/PVC. Com a construção ou reforma de arenas para os eventos esportivos dos próximos anos, o material vidro/PTFE/TiO2, passa a ser usado em algumas destas obras. Não existem fabricantes locais deste tipo de material, por isso, as empresas montadoras utilizam produtos importados.
Caso seja de interesse o assunto poderá ser abordado com maior profundidade.
Att,
Regina
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