Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Tecidos biodegradáveis e moda circular impulsionam economia

Em nova coluna, Rachel Maia analisa o avanço da moda circular e o papel do Brasil na produção de tecidos ecológicos.

Tecidos produzidos a partir de resíduos naturais, como casca de banana e folhas de abacaxi, ganham espaço na indústria da moda e impulsionam práticas mais sustentáveis e inovadoras no Brasil
Tecidos produzidos a partir de resíduos naturais, como casca de banana e folhas de abacaxi, ganham espaço na indústria da moda e impulsionam práticas mais sustentáveis e inovadoras no Brasil — Foto: Getty Images

Segundo o portal da Fundação Ellen MacArthur, em 2021 já se estimava que, até 2030, o mercado de moda circular representaria 23% do setor global, movimentando cerca de US$ 700 bilhões, com significativa redução no descarte de resíduos e nas emissões de gases de efeito estufa (GEE). A indústria têxtil brasileira tem se destacado no cenário global com inovações em tecidos sustentáveis, impulsionadas por avanços tecnológicos e pela crescente demanda por moda consciente. A adoção de medidas para reduzir consideravelmente a geração de resíduos é também um potencial gerador de novos negócios. Repensar nossas ações, e viabilizar oportunidades é transformador.
Tecidos produzidos com fibras recicladas e materiais biodegradáveis são exemplos das muitas possibilidades que existem no nosso ecossistema. No Brasil, empresas estão investindo em tecnologias como tingimento sem água, uso de fibras recicladas e biotecnologia para desenvolver tecidos biodegradáveis. Os resultados mostram que é possível, sim, movimentar a economia e cuidar do planeta. A indústria da moda está passando por uma verdadeira revolução, impulsionada por consumidores cada vez mais conscientes e exigentes. Entre as principais tendências, destaca-se o uso de fibras alternativas, como os resíduos agroindustriais — casca de banana, folhas de abacaxi, cascas de coco e de cana-de-açúcar — na criação de tecidos que unem inovação, sustentabilidade e design.
De acordo com o SENAI CETIQT, o Brasil já ocupa posição de destaque na pesquisa e desenvolvimento de fibras alternativas, impulsionado pelos avanços científico em áreas como microeletrônica, ciência da computação e biotecnologia. Materiais que antes seriam descartados agora ganham nova vida ao serem transformados em tecidos resistentes, leves e ecologicamente responsáveis. O uso dessas fibras alternativas representa oportunidades econômicas consideráveis para o setor. O empreendedorismo e os pequenos produtores rurais ganham protagonismo, fornecendo matéria-prima de maneira mais justa e inclusiva para o universo da moda. Mais do que uma mudança ambiental, estamos falando também de transformação social e econômica.
Para as marcas, investir em práticas sustentáveis deixou de ser uma escolha — tornou-se uma necessidade. Estar alinhado aos valores sociais e ambientais é fundamental para manter relevância e competitividade em um mercado global cada vez mais atento e exigente. Essa transição representa uma mudança de comportamento: a moda deixa de ser apenas um ato de consumo e passa a ser expressão de valores e propósito. Estarmos conectados ao presente — e preparados para o futuro — nos aproxima de soluções e oportunidades. Com inovação, tecnologia e consciência, a moda do amanhã se desenha mais verde, ética e circular, conectando estilo, responsabilidade e impacto positivo.

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