Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Tecidos Hospitalares com Defeito de Fábrica são Comercializados - Como Distinguir Novo e Usado

Antes de exposto nacional e internacionalmente o comércio de tecidos oriundos dos Estados Unidos, outra prática já era comum nas confecções do Agreste. Os lençóis de hospitais brasileiros e retalhos deles, que apresentavam defeito de fábrica, eram livremente comercializados e ofereciam baixos custos aos comerciantes, e, segundo a Apevisa, não expunham riscos à população, uma vez que esse material não havia chegado a ser utilizado nos hospitais. “São tecidos com defeito de fábrica, por exemplo na serigrafia, e o hospital manda devolver. Então esses fabricantes vendem para o comércio local, que utiliza para fazer os forros. O tecido vendido é diferente daqueles com manchas”, explicou o gerente geral da Apevisa, Jaime Brito. Um exemplo desse material foi o apreendido na última semana pela Secretaria da Fazenda (Sefaz), onde uma carga de 14 toneladas de tecidos com nomes de hospitais de São Paulo seguia para Santa Cruz do Capibaribe.

Após uma reunião na última quinta-feira com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em Brasília, foi discutido com a Apevisa uma forma de não permitir também esse tipo de comércio com qualquer logomarca de unidades de saúde. “Eu acho que nós não devemos permitir a reutilização dos tecidos, com ou sem a esterilização, pois depois dessas últimas notícias nenhum comerciante vai querer comprar esse tecido para utilizá-lo nas confecções. Será que valeria a pena fazer uma nova legislação estadual?” questionou Jaime Brito.

Até hoje, segundo a Polícia Federal, essa venda não é considerada crime, mas também não há critérios estabelecidos para determinar o que configura um tecido usado ou com defeito. “Não existe norma técnica. O que caracteriza um lençol como sendo usado?”, argumentou o delegado de Combate ao Crime Organizado da PF, Nilson Antunes. Em Caruaru, durante a Feira da Sulanca, os comerciantes e consumidores mostravam que não há nada em novo no uso de tecidos com marcas de hospitais brasileiros nas confecções do Agreste. Em um lixão de Toritama, também foi encontrado, na última terça-feira, vários tecidos com nomenclaturas de hospitais de Pernambuco, provavelmente jogados por comerciantes.

“Tecido com inscrição de hospital na fabricação de forro de bolso aqui é coisa antiga, mas com os nomes em inglês só quem vendia era a empresa de Santa Cruz. Já me ofereceram uma vez produtos dele, mas não quis porque desconfiei”, disse o feirante Josimário dos Santos. Assim como ele, os consumidores também mostraram conhecer o antigo esquema, como Josefa Amância, que saiu de João Pessoa para comprar roupas em Caruaru. “Já comprei em Santa Cruz lençol com nomes de hospitais e ainda tenho em casa. Sinceramente, acho que não tem perigo”, alertou.

A forma como era apresentado o tecido também ajudou a não causar medo entre os clientes do Polo Têxtil do Agreste. “Minha irmã já comprou tecido aqui em Caruaru que veio todo marcado com nome de hospital de Pernambuco, mas não estava sujo”, disse a consumidora do Recife, Margarida da Silva. Em outras cidades que não compõem o Polo Têxtil do Estado, como Timbaúba e Goiana, também foram encontradas toneladas de lençóis comercializados em feiras, que abasteciam a população e estabelecimentos como pousadas.

 

Fonte:|http://www.folhape.com.br/index.php/caderno-grande-recife/674340?ta...

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Até hoje, segundo a Polícia Federal, essa venda não é considerada crime, mas também não há critérios estabelecidos para determinar o que configura um tecido usado ou com defeito. “Não existe norma técnica. O que caracteriza um lençol como sendo usado?”.
E agora José?

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