Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Um novo estudo do The Microfibre Consortium revela que os tecidos têm uma menor libertação de fibras na lavagem doméstica do que as malhas. A composição, o tipo de fio usado, o tingimento e o acabamento também influenciam os resultados.

[©Microfibre Consortium]

Intitulado “Root Cause Analysis: Unravelling the Root Causes Behind Fibre Fragmentation in Textiles, o estudo apresenta os resultados da análise estatística de testes efetuados a mais de 1.000 têxteis diferentes e identifica as principais características que contribuem para a libertação de fibras.

De acordo com os autores, o relatório é o primeiro estudo em grande escala a examinar a forma como as propriedades específicas dos têxteis influenciam a perda de fibras durante o ciclo inicial de lavagem doméstica, considerando ser «um grande passo na determinação das ações que os fabricantes de têxteis e vestuário podem tomar para mitigar a fragmentação das fibras no ambiente natural».

«A publicação deste relatório constitui um marco significativo nos esforços da indústria têxtil e da moda para enfrentar o desafio da fragmentação das fibras. A investigação foi extensa e robusta, e só foi possível graças às contribuições coletivas de dados dos nossos signatários», sublinha Kelly Sheridan, CEO do The Microfibre Consortium.

O estudo da organização científica, baseada em dados do The Microfibre Data Portal, destaca as características do têxtil com maior probabilidade de conduzir à fragmentação das fibras, fornecendo informações que podem influenciar a criação e o desenvolvimento de materiais.

A pesquisa analisou o efeito de fatores como a composição, a estrutura do tecido, o tipo de fio, o tingimento e o acabamento. Os investigadores concluem que fibras curtas, descontínuas e com menor torção tendem a fragmentar mais do que fibras de filamentos, com maior comprimento ou maior torção. Em relação à estrutura do têxtil, a investigação conclui que a tecelagem, contrastando com a tricotagem, e uma maior densidade de fios levam a uma menor libertação de fibras. Sobre o acabamento químico, tecidos hidrofóbicos ou que passem por um processo com amaciador apresentam uma fragmentação menor, enquanto no acabamento mecânico, a compactação e a escovagem levam a uma maior fragmentação das fibras. Quanto ao tingimento, os autores apontam que peças e fios tingidos geralmente fragmentam-se menos.

Relativamente ao peso de cada propriedade, na previsão de fragmentação das fibras, o acabamento químico destaca-se como um grande influenciador da fragmentação, particularmente a utilização de acabamentos hidrofílicos, que ocupa o primeiro lugar da lista de maiores contribuidores para a fragmentação. «O acabamento mecânico também influenciou a fragmentação das fibras e os efeitos variaram consoante o tipo específico de tratamento. Depois do acabamento e da composição, o tipo de fio foi o segundo fator mais influente, seguido do tingimento, da estrutura do têxtil e da utilização de fibras recicladas», explicam os investigadores.

O relatório ressalta que os resultados mostram que a fragmentação das fibras é complexa e que deve ser analisada «considerando todas as características do têxtil». Com o objetivo de contribuir para o crescimento do conhecimento sobre a fragmentação das fibras, os investigadores consideram que as soluções focadas na «conceção e desenvolvimento de têxteis» são vantajosas porque «a poluição pode ser tratada na fonte, antes de os fragmentos de fibra serem gerados», reduzindo a responsabilidade dos consumidores.

«Estas conclusões apresentam uma oportunidade clara para os fabricantes implementarem soluções que reduzam o impacto ambiental, mantendo a funcionalidade do têxtil. As partes interessadas da indústria devem colaborar para dimensionar os dados, alargar as investigações no setor têxtil e colmatar as lacunas de conhecimento através de testes específicos», referem os autores.

Kelly Sheridan salienta que, «com estes dados, estamos muito mais perto do que nunca de soluções significativas».

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