Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

De todas as inovações tecnológicas que estão surgindo para revolucionar a moda, essa é a minha preferida. Enquanto o mundo da moda continua com sua obsessão com a “cor mais quente da estação”, um pequeno grupo de pioneiros estão aperfeiçoando os meios para reescrever o espectro completo dos tecidos. Longe das camisetas enigmáticas e sensíveis ao calor Hypercolor dos anos 90 que nunca fizeram sucesso em larga escala, os avanços modernos em tecnologia fotocromática estão apresentando algumas possibilidades intrigantes pela maneira como nos vestimos e como nossas próprias roupas reagiriam ao nosso ambiente.

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O que é mais emocionante sobre a moderna tecnologia de mudança de cor é que ele está progredindo a partir de um número de direções diferentes, cada uma sendo construído sobre diferentes princípios científicos. A primeira, que está sendo explorada por cientistas da Universidade de Michigan , envolve uma membrana de cristais minúsculos que reagem de forma diferente quando expostos a vários comprimentos de onda da luz. Quando a luz brilha sobre uma fina folha de óxido de índio e estanho, uma carga é criada e faz com que os cristais mudem sua formação, afetando a cor do tecido e sua aparência exterior. Os militares dos EUA já manifestaram interesse em utilizar esta tecnologia para desenvolver camuflagem ativa (muito parecida com a de um camaleão), mas os cientistas que trabalham no projeto não deram nenhuma razão pela qual o tecido não pudesse também ser adaptado para o mercado de consumo em massa. Veja no vídeo abaixo que mostra como o tecido poderia mudar de cor e estampa.

Na Universidade de Concordia, em Montreal, há uma outra abordagem sendo testada como parte de um projeto apelidado de “Karma Chameleon”, os cientistas estão investigando uma maneira de aproveitar a eletricidade a partir do movimento do corpo humano e usá-lo para alimentar um novo tipo de “tecido eletrônico.” Usando uma corrente muito sutil, o material usaria fios super-finos tecidos em sua composição para mudar sua cor ou iluminar de acordo com as ações do utilizador. Além disso, a esperança é desenvolver um tecido que possa se carregar através do corpo e armazenar energia de forma independente, utilizando-a para mudar completamente na aparência, a critério do usuário.

Finalmente, independente de qualquer universidade está o trabalho dos designers têxteis Judit Eszter Karpati e Esteban de la Torre (conhecidos coletivamente como EJTech) são responsáveis ​​por um projeto conhecido como “Chromosonic“. Fazendo uso de um pequeno controlador Arduino 12v  o tecido muda de cor utilizando fios de NiChrome (liga não magnética de níquel, crômio e ferro), que são capazes de conduzir correntes elétricas conectados a diversos displays têxteis que exibem uma cor de acordo com o sinal recebido. Os sinais variam com o ambiente, ou seja, a alteração das ondas sonoras, de temperatura e até encostar no material vai alterar a sua tonalidade, afetando as propriedades do corante no tecido para mudar a sua aparência quase instantaneamente. Vai demorar vários anos para que qualquer um desses métodos avancem o suficiente para substituir os tecidos e usos de cores estática convencionais, mas como dizia o filósofo Platão:

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O monitor flexível OLED visto abaixo é um prenúncio do que vão ser os tecidos OLED daqui a alguns anos

Várias universidades e grandes empresas estão pesquisando a nanotecnologia de alto desempenho para integrar minúsculos circuitos eletrônicos e baterias flexíveis aos tecidos fotônicos, fazendo funcionar dispositivos eletrônicos integrados as fibras têxteis para transformar o tecido inteligente em um enorme monitor OLED. Esse tecido inteligente poderá gerar sua própria energia com o movimento natural do corpo humano (energia cinética) e com a energia solar. O tecido poderá ser fabricado com componentes eletrônicos como também poderá ser bordado ou estampado com nano-circuitos integrados feitos de materiais condutores e sensores têxteis biodegradáveis que se dissolvem na natureza aos serem descartados.

Os cientistas querem primeiramente se utilizar da tradicional tecnologia têxtil para fabricar tecidos inteligentes com nanofios condutores e nano-circuitos flexível enquanto a nova tecnologia da impressão 4D ainda não está desenvolvida. A impressão 4D é um passo além da impressão 3D pois criar objetos que ‘se montam’ sozinhos e poderá simplificar imensamente a forma como projetamos e fabricamos tudo no mundo. Quando a tecnologia das impressoras 4D estiver bem desenvolvida poderemos imprimir tecidos tanto com fibras naturais como sintéticas com vários tipos de nano-circuitos integrados que poderão fazer suas roupas trocarem de cor, de textura e de estampa instantaneamente com o apertar de um botão no smartphone.

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Isso vai ser uma total revolução na indústria da moda como nunca existiu pois é a customização total da roupa com possibilidades infinitas. Veja esses exemplos de roupas conversíveis feitas de tecidos simples mas com uma modelagem inteligente que possibilita a usuária ter vários looks diferentes com a mesma peça de roupa fazendo apenas alguns ajustes manuais. Como o tecido é comum a usuária terá vários looks diferentes mas todos com a mesma cor, agora se a roupa fosse feita de tecido OLED a usuária teria centenas de possibilidades de looks diferentes com a mesma peça de roupa mudando a cor do tecido para qualquer gama de cor que desejar como também baixar para o tecido via smartphone qualquer tipo de estampa que pode ser estática ou em movimento pois o tecido funciona como o monitor flexível.

Com certeza essa tecnologia vai colocar o slow fashion como nova tendência na indústria da moda. Para quê comprar várias peças de roupas todos os anos se você pode ter uma roupa conversível que se transforma em centenas de looks diferentes tanto na modelagem como nas cores e texturas? Isso dá ao consumidor um largo poder de escolha para modificar suas roupas da forma que lhe convier de forma totalmente democrática. As grandes corporações varejistas de moda podem não gostar da novidade mas esse é o futuro que lhes aguarda um dia, pois a inovação tecnológica não perdoa ninguém. Quantas empresas já fecharam e outras surgiram devido aos avanços da tecnologia?

1 roupa conversível vira 12 looks diferentes mas todas com a mesma cor. Com o tecido OLED os 12 looks ganham centenas de cores e estampas diferentes de acordo com o gosto da usuária.

DKNY

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Tecidos de auto-cura e repelentes a água

Você pode pensar que é um material do filme “Exterminador do Futuro”, mas tecidos de auto-cura são uma realidade agora, e eles estão prestes a começar a se multiplicar. Enquanto rasgos e furos em qualquer peça de roupa são um aborrecimento, quando se trata de roupas à prova d’água o problema afeta mais do que parece. Por esta razão, os pesquisadores da Universidade Deakin, na Austrália têm trabalhado em uma tela super repelente a água feita com nanopolímeros com propriedades de auto-reparação após sofrer danos e ainda manter os líquidos fora. Isso é um milagre?

Explicado com detalhes na revista científica Applied Materials & Interfaces, o princípio básico por trás da tela é um revestimento especial que, quando danificado, se funde a uma temperatura muito baixa para selar a abertura e normalizar as propriedades à prova d’água. Durante o teste, o pessoal da Deakin descobriu que a tela poderia sofrer até 100 arranhões com uma lâmina de barbear antes que a impermeabilização fosse seriamente comprometida, e resistiu a mais de 200 ciclos de lavagem. Já existem no mercado vários produtos hidrofóbicos que repelem totalmente líquidos e sujeira como o Always Dry e o Silic mas um material que repele água e  também se auto-cura isso é novidade.

Mas isso não é tudo. Determinado a não ser deixado para trás, os cientistas do MIT estão fazendo experiências com as propriedades de auto-replicação de bactérias E. coli para produzir um tipo de tecido que pode se reorganizar e curar a si mesmo como um ser vivo. As bactérias em si foi modificada de modo a não apresentar qualquer risco para a saúde humana, mas a esperança é criar materiais que aproveitem algumas das complexas habilidades possuídas por esses organismos. Essa meta final está um pouco distante ainda, mas da forma como as coisas estão indo, poderia chegar um dia em que as suas roupas não vão mais se sujar e nem se rasgar, poderão mudar de cor e de estampa quando você quiser, produzir sua própria energia e se conectar com diversos dispositivos eletrônicos. E quando isso acontecer, você com certeza nunca mais vai olhar para o seu guarda-roupa da mesma forma que antes.

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