Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Tecidos sustentáveis são apostas da indústria têxtil para reduzir poluição

Produto é alternativa para gerar menos impacto ambiental na produção e no descarte de produtos têxteis.

Calcinhas menstruais com tecido mais sustentável da catarinense Diklatex Calcinhas menstruais com tecido mais sustentável da catarinense Diklatex Divulgação

A catarinense Diklatex começou a pesquisar em 2017 um tecido mais sustentável para ser usado na fabricação de calcinhas menstruais. Recém-lançada, a linha Undertech traz três camadas têxteis absorventes que não utilizam plástico ou termoplásticos de poliuretano (TPU) - são feitas de poliamida e poliéster.

Confeccionado com técnicas como o Dope Dyeing, que elimina da produção o tingimento, reduz 90% o consumo de água e em até 98% o uso de produtos químicos, o material tem durabilidade prevista de dois a quatro anos.

A catarinense Diklatex lançou a linha Undertech, que traz três camadas têxteis absorventes que não utilizam plástico ou termoplásticos de poliuretano — Foto: Divulgação

A catarinense Diklatex lançou a linha Undertech, que traz três camadas têxteis absorventes que não utilizam plástico ou termoplásticos de poliuretano — Foto: Divulgação

Por ser lavável e reutilizável, a produção de roupas íntimas com o tecido também contribui para a redução de lixo descartável gerada pelas consumidoras, já que até 200 quilos de absorventes íntimos convencionais podem ser gerados ao longo da vida fértil da mulher, sendo 90% de plástico.

- É um momento estratégico para se dialogar com o consumidor que está mais consciente do seu impacto e com as grandes marcas do segmento esportivo e do bem-estar - comenta com o Prática ESG Isabela Jativa, responsável comercial técnico da Diklatex.



Outra indústria do segmento é a Ideal Work, fabricante de uniformes profissionais. A empresa acaba de lançar seu primeiro tecido sustentável, o Ecowork, feito a partir de uniformes usados e os resíduos de produção são desfibrados. São misturadas a outras fibras, como o algodão e o poliéster, que conferem durabilidade e resistência ao fio. Para fabricar os uniformes sustentáveis foi preciso reconfigurar o método de confecção.

Na prática, essa mudança pode ajudar a empresa a reciclar mais de 20 mil toneladas de uniformes usados em um ano, ou seja, 20 mil toneladas de resíduos têxteis que iriam para os aterros sanitários. A expectativa é que o lançamento represente 20% do seu faturamento anual nos próximos anos, que hoje é de R$ 250 milhões.

- Buscamos novas tecnologias para mostrar que é possível produzir e confeccionar tecidos de forma sustentável. Foram dois anos de pesquisa e desenvolvimento e R$ 4 milhões de investimento para atingir o resultado de excelência - conta Antonio Rodrigues, CEO da Ideal Work.

Isabela Jativa, da Diktalex: é o momento para se dialogar com o consumidor que está mais consciente do seu impacto — Foto: Divulgação

Isabela Jativa, da Diktalex: é o momento para se dialogar com o consumidor que está mais consciente do seu impacto — Foto: Divulgação

O Senai está desenvolvendo um tecido a partir do caule da banana, que textura do algodão. E também está trabalhando a reciclagem da fibra mista de poliéster e elastano. São dois exemplos citados por Victoria Santos, coordenadora de Inteligência Competitiva do Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (Senai CETIQT).

- Existem oportunidades gigantescas em andamento e o Brasil pode se diferenciar para trabalhar com as fibras que não eram consideradas têxteis. É preciso estimular o potencial da biodiversidade e indústria agroflorestal para a produção de insumos como biocorantes e fixadores - diz ela.


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