A start-up holandesa criou um método que veio responder aos pedidos das empresas e dos consumidores que querem ter a certeza de que o vestuário que adquirem é fabricado com fibras e tecidos reciclados. tal como afirmam.
Na prática, a Aware aplica partículas rastreáveis para garantir que o algodão que entra na cadeia de aprovisionamento é o mesmo que sai sob a forma de produto acabado, noticia o Sourcing Journal. Através de conceitos como validação, transparência e verificação, a start-up afirma que esta tecnologia híbrida pode eliminar a “lavagem verde”, que faz com que os consumidores acreditem que uma determinada marca ou empresa seja sustentável quando na realidade não o é.
Feico van der Veen, fundador e diretor da The Movement, uma empresa que desenvolve soluções sustentáveis para a indústria têxtil acredita que o método da Aware é um «próximo passo muito natural». «Há realmente uma pressão para a mudança: fazer com que a sustentabilidade de facto signifique alguma coisa», explica. «Toda a gente percebe que a sustentabilidade é um termo que se não for totalmente vazio é, pelo menos, vago. Agora as marcas e os retalhistas reconhecem que precisamos de medir a redução do impacto no uso de água, energia, resíduos, CO2 e tudo o resto. As pessoas estão finalmente a falar em termos mais concretos: transparência, rastreabilidade, validação e verificação», aponta.
O projeto tardou mais de um ano a ser desenvolvido, até ao ponto de que poder ser realmente comprovado, indica o fundador da The Movement, que admite que «podem ser alcançadas grandes vitórias» na generalização do uso de algodão reciclado.
[©Aware]
O processo começa com uma rede global de fiações parceiras, que vão adicionar o material rastreador patenteado pela Aware à matéria-prima originalmente reciclada. Uma representação virtual do fio será posteriormente criada em formato digital, que inclui toda a informação relevante, como a certificação de que o material efetivamente é reciclado, especificações da fibra ou do fio, que são armazenadas numa blockchain.
Depois deste processo, o fio poderá entrar na produção da cadeia de aprovisionamento, se a empresa considerar a matéria-prima compatível com os requisitos. No final dos processos produtivos, o artigo será submetido a uma digitalização manual para confirmar se o produto final foi fabricado com os materiais reciclados de acordo com os certificados originais.
«Será ótimo quando os consumidores puderam digitalizar a roupa, isto vai acontecer no futuro», assegura Feico van der Veen. «Mas, por agora, vamos validar e verificar o algodão reciclado. E, claro, a mesma tecnologia pode ser aplicada a outras fibras como a viscose, cânhamo, liocel, bambu, poliéster reciclado e poliamida reciclado», acrescenta.
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