Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Tecnologia High-Tec Dá Vida Nova À Indústria Têxtil

Colete de policia com ar condicionado e à prova de balas.
Colete de policia com ar condicionado e à prova de balas. (Empa)

Apoiadas em uma rica tradição e tendências de sempre inovar, as empresas suíças estão mostrando maior competitividade no novo mundo dos têxteis em que tecnologias inteligentes se incorporam aos tecidos de atualidade.

Tem havido muita badalação sobre ‘Solar Impulse’, projeto do primeiro avião suíço movido a energia solar, visando realizar uma volta ao mundo em 2014. Mas quem está preocupado com o uniforme que o piloto vai usar?
 
Engenheiros especializados do setor têxtil dos Laboratórios Federais de Testes de Materiais e de Pesquisa (conhecido pela sigla alemã EMPA) concluíram que não poderia ser um uniforme típico de piloto. E desenvolveram um uniforme térmico com um sistema integrado de controle de temperatura.
 
“Como o avião não produz energia para o controle climático da cabine, desenvolvemos um uniforme multifuncional que permite ao piloto regular a temperatura de acordo com as condições de voo”, afirma Marcel Halbeisen, gerente do projeto do EMPA.
 
Estas são algumas das inovações dos tecidos high-tec produzidos pelo EMPA. Os laboratórios suíços de pesquisa trabalham em colaboração com a indústria para promover os produtos resultantes de suas pesquisas.
 
O EMPA, por exemplo, desenvolveu recentemente um colete térmico à prova de bala juntamente com parceiros privados, inclusive a ‘Unico Swiss Tex’. A empresa, sediada em Alpnachstad, é especializada em vestuário refrigerado e desenvolve, no momento, coletes blindados para o mercado.
 
Testados por policiais de Zurique, o colete à prova de bala contém bolsas de água, recarregáveis, e um sistema de ventilação para baixar a temperatura do corpo em alguns graus. Segundo a Unico, esse lançamento já registra grande demanda, especialmente de países onde se registram temperaturas tropicais, como Arábia Saudita e Índia. O próximo passo da empresa será o maciço aumento de sua capacidade de produção

O futuro

O futuro dos têxteis suíços está ligado à alta tecnologia. De acordo com a Federação Têxtil Suíça, que reúne 200 empresas, os têxteis high-tec representam cerca de um quinto das exportações globais do país.
 
“Assim como a Ásia abraçou a produção dos têxteis de commodities, as empresas europeias passarão a explorar os têxteis de alta tecnologia para serem competitivas no mercado mundial” afirma Manfred Bickel, chefe dos departamentos de tecnologia e pesquisa da organização.
 
Precisamos encontrar novas técnicas, tecnologias, materiais e produtos acabados para entrarmos em novos mercados como, por exemplo, o do meio ambiente, saúde, construção e, até mesmo, a alta costura high-tech,” afirmou Bickel, admitindo que esse tipo de diversificação representa altos investimentos, o que pode ser complicado para empresas novas no setor.

Bolsas recarregáveis

A empresa de bordados Forser Rohner, de St. Gallen (nordeste) está fazendo exatamente isso. Reconhecendo que o mercado têxtil tradicional se estagna na Suíça, esta centenária firma suíça criou um departamento de pesquisas a fim de explorar novas aplicações para o setor de bordados.
 
Jan Zimmermann, responsável pelo setor de têxteis técnicos da empresa, acredita que esse segmento desempenhará relevante papel para a empresa, “dentro de três a quatro anos”.
 
Como uma das primeiras etapas na fusão da tecnologia e da moda, especialistas em bordados da Forster Rohner criaram uma luxuosa bolsa equipada com energia solar, em parceria com outros sete centros de pesquisas internacionais e suíços, incluindo o EMPA. A parte externa da bolsa, equipada com células fotovoltaicas, porta uma bateria de lítio para iluminação interna e carregar o celular, desde que acoplado a um cabo USB no interior da mesma bolsa.
 
Outras inovações tecnológicas da moda, para a qual a Forster Rohner contribuiu, incluem um “traje climatizado”, que detecta e registra mudanças de CO2 no meio ambiente, através de estímulos luminosos, graças a um fio condutor ligado a centenas de lampadazinhas LEDs.

Parcerias para inovações

Em muitas dessas iniciativas afins, dentro do setor têxtil, tem-se tornado cada vez mais necessária a intensa colaboração de muitos segmentos, como competência para execução desses projetos. Um deles reúne mais de 24 universidades, centros de pesquisa e laboratórios industriais de pesquisas e desenvolvimento de 13 países europeus.
 
A iniciativa denominada Anjos da Guarda para uma vida mais inteligente está sendo conduzida pelas Escolas Politécnicas de Lausanne e Zurique (EPFL e ETHZ respectivamente). É uma das seis propostas na disputa de financiamento de 1 bilhão de euros para pesquisa, oferecido pelo programa da União Europeia “Future and Emerging Technologies”
 
Este ambicioso projeto objetiva desenvolver um novo conceito de potência extremamente econômico que possa ser integrado a produtos de uso diário, como roupas que proporcionem aos usuários todos tipos de informação sobre o meio ambiente e sobre eles mesmos.
 
Uma possível aplicação do Anjo da Guarda, por exemplo, é a integração de nanosensores em uma T-shirt, para medir sinais fisiológicos (como frequência cardíaca, pressão arterial e temperatura do corpo), dados e análises sobre o que significa esta informação para o usuário.
 
Para o coordenador do projeto, Christofer Hierold, chefe da seção de micro e nanosistemas da ETZH, um elemento chave que possibilita esses sistemas são os nanosensores de carga extremamente baixa. Mil vezes menores que um fio de cabelo, os sensores são sustentados por energia ambiental.
 
Os dispositivos atuais ainda são volumosos e invasivos, diz ele. “Queremos reduzir o tamanho e o consumo de energia dessas tecnologias ao ponto que as pessoas não as percebam.”

Contexto histórico

A liderança suíça nesse campo faz parte da evolução natural da herança têxtil nacional, explica o diretor do Museu Têxtil de St.Gallen, Michaela Reichel.
 
“Nossa teoria é que a tendência para trabalhar o desenvolvimento do setor têxtil sempre existiu. Isso começou já no século XIX quando uma porção de teares foi inventada. Embora a maioria não tenha sido invenção suíça, essas máquinas foram aprimoradas aqui,” diz Reichel.
 
Naquela época, as empresas se empenhavam muito para desenvolver certas técnicas, em bordados por exemplo, para torná-los mais baratos e eficientes. “Hoje, os objetivos são diferentes, pois as empresas buscam encontrar seu nicho específico, dentro do mercado mundial” explica.

Rachel Marusak Hermann, swissinfo.ch
Adaptação: J.Gabriel Barbosa

Fonte:|http://www.swissinfo.ch/por/ciencia_tecnologia/Tecnologia_high-tec_...

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Avisem ao governo que nosso Cetquit está preparado para ir lá aprender e colaborar.

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