A start-up Matoha angariou um financiamento de 1,74 milhões de euros para o desenvolvimento dos seus dispositivos portáteis, que digitalizam e identificam a composição dos têxteis através de inteligência artificial.
Sediada no Reino Unido, a Matoha utiliza scanners de infravermelhos e algoritmos de aprendizagem automática para classificar diferentes têxteis. Liderada pela Archipelago Ventures e o Circular Plastics Accelerato, detido pelo Waste and Resources Action Programme (WRAP), a primeira ronda de investimento obteve 1,5 milhões de libras (cerca de 1,74 milhões de euros), com investimento adicional do Conduit Connect, British Design Fund e da Fashion for Good, avança o Resource.co.
«Este investimento permitirá à Matoha levar a nossa tecnologia para o próximo nível. Com o financiamento, podemos ter um maior impacto no processamento de têxteis em fim de vida. Isto incluirá a melhoria das capacidades de inteligência artificial na triagem para reciclagem e reutilização», afirma Hans Chan, diretor de tecnologia e cofundador da Matoha.
Segundo a start-up, os seus scanners de identificação podem ser operados manualmente para digitalizar e identificar a composição dos têxteis em menos de um segundo, acrescentando que «já permitem que clientes em mais de 45 países criem matérias-primas de reciclagem valiosas. Com o financiamento, vamos implementar capacidades avançadas de inteligência artificial nos nossos dispositivos».
Tendo em conta que a reciclagem de têxteis exige a separação das fibras, com requisitos rigorosos sobre os tipos de materiais que podem ser reciclados, a tecnologia FabriTell da Matoha tem como objetivo acelerar este processo. A empresa consegue fazer a identificação rápida de 10 materiais puros e 13 misturas, incluindo algodão, poliéster, acrílico, poliamida, lã e seda.
Hans Chan explica ainda que a empresa londrina está a «analisar a automação, que é essencial devido ao grande volume de resíduos têxteis. As atuais soluções automatizadas são extremamente dispendiosas e de escala demasiado grande para a maioria das empresas. A nossa estratégia consiste em oferecer aos nossos clientes sistemas de automação mais ágeis, de elevado desempenho e economicamente razoáveis».
O equipamento é fabricado no Reino Unido pela equipa interna da empresa, com tipologias de dispositivos como scanners portáteis e scanners de secretária incorporados para instalações de triagem de resíduos à escala industrial.
«Investimos na Matoha devido à sua capacidade de gerar uma tração significativa, com clientes atraídos pelos seus dispositivos de identificação de baixo custo, rápidos e precisos. O investimento que a Matoha assegurou irá permitir a evolução desta tecnologia de base para uma solução robótica que irá desbloquear a triagem de têxteis em escala», sublinha Justin Guest, sócio fundador da Archipelago Ventures.
A segunda fase desta ronda de financiamento, prevista para o segundo semestre de 2025, vai procurar apoiar a automação e o aumento de escala da tecnologia da Matoha.
Claire Shrewsbury, diretora de inovação e conhecimento da WRAP, realça que «a mudança para um modelo circular de vestuário é fundamental, tendo em conta o crescimento da população global e para contrariar o excesso de produção. A chave é desenvolver uma forma automatizada e transformadora de separar roupas para reciclagem da fibra à fibra, reutilização e outras aplicações. Com a Matoha, vemos uma solução económica para esta questão, que ajudará a permitir que mais têxteis sejam eficazmente separados e armazenados».
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