Além da depreciação cambial, outro problema é a entrada no Estado de confecções que "matam a cadeia produtiva" local
A crise americana e europeia, ameaçam a produção têxtil cearense. Apesar do Estado ainda ser líder na fabricação de índigo, fios e lingerie, a depreciação do câmbio tem aumentado a quantidade de importações asiáticas. O presidente do Sinditêxtil (Sindicato da Indústria Têxtil do Ceará), Ivan Bezerra Filho, explicou durante entrevista na Maquintex, que acontece desde ontem no Centro de Convenções, que o maior problema é tipo de produto que entra: confecções prontas, que "matam toda a cadeia produtiva".
Entretanto, as dificuldades não esbarram somente na questão do câmbio. O custo de matéria prima, que, via de regra, vem de outros estados; os encargos sociais, em função da mão de obra; a infraestrutura e tudo que tem relação com o Custo Brasil, também incomoda. "Quando nós tínhamos margens confortáveis em relação à moeda, a gente conseguia driblar essas situações. Agora fica mais difícil competir", afirma Bezerra Filho.
Hoje, as indústrias cearenses têxtil e de confecções empregam juntas cerca de 68 mil pessoas diretamente. Contudo, algumas empresas do setor têxtil, especificamente, já se deslocam para outros locais, onde ficam mais próximos da matéria prima, como o algodão no Mato Grosso, por exemplo.
"É uma forma de se manter em produção", diz. Em compensação, ele explica que, se está caro para os têxteis, ainda é barato produzir confecções por aqui. Tanto que muitas fábricas desse segmento estão chegando ao Estado. "Se perdemos postos de trabalho por um lado, ganhamos por outro".
Máquinas e equipamentos
Outro motivo para a migração é a qualidade do maquinário das fábricas cearenses. "Nós temos um dos parques industriais mais modernos do mundo. Tanto que estamos sediando um evento do setor. Os nossos problemas estão quando saímos da porta da fábrica", ressalta.
Plano Brasil Maior
Para o presidente da Abit, Aguinaldo Diniz, uma solução é a entrada do Plano Brasil Maior. Ele comemora a vontade política para desenvolver a indústria têxtil, mas a desoneração proposta não atende totalmente o setor. "Acreditamos que ainda podemos conversar com o governo. Uma coisa que tem que ser feita é jogar pra 1% a alíquota para todos segmentos", diz.
Fonte:|http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1024119
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