Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

A empresa italiana produtora de tecnologia para tingimento e acabamentos utilizou o sistema Wake, que usa ingredientes amigos do ambiente em vez dos químicos convencionais, para, em parceria com a WRÅD, criar uma coleção-cápsula tingida com corantes provenientes de resíduos de plantas, frutos e vegetais.

[©Tonello]

Em conjunto, a Tonello e a WRÅD desenvolveram um sistema para transformar flores, bagas, cascas e raízes numa vasta gama de cores que, intencionalmente, se atenuam para gerar o efeito autêntico do aspeto usado.

«As cores das peças estão vivas. Sensíveis à luz, ao longo do tempo tendem a esbater-se para um tom abaixo, tornando-se cada vez mais sóbrias e autênticas, como aqueles que escolhem usar este vestuário-manifesto, que convida, de forma calma e com graça e subtileza, a uma revolução gentil: em nome do respeito pelo ambiente e o equilíbrio entre pessoas e natureza», descreve a Tonello no seu blogue.

As plantas são secas e infundidas sem aditivos químicos perigosos – um processo que a Tonello compara a «preparar um chá de ervas». Entre as cores obtidas encontra-se amarelo, pêssego e roxo.

A Tonello apresentou o sistema Wake em 2019 como uma solução de tingimento 100% sustentável que usa apenas matérias-primas orgânicas e compostáveis.


[©WRÅD]


[©WRÅD]

A coleção agora desenvolvida com a WRÅD, uma empresa focada no design cuja missão é «desafiar o status-quo através da inovação sustentável e mudança social», inclui sweatshirts, camisolas com capuz e polos produzidos com 100% algodão com certificação GOTS, alinhando as propostas com a procura cada vez maior por moda aprovisionada de forma sustentável e transparente.

Alberto Lucchin, executivo de marketing na Tonello, afirma, citado pelo Sourcing Journal, que a inovação é o culminar de dois anos de investigação levada a cabo pelas duas empresas, que interagiram de forma contínua na tecnologia até a mesma ser completamente circular e «corresponder aos nossos valores de responsabilidade social e ambiental». O responsável acrescenta ainda que procurar recursos naturais para os métodos de tingimento «despertou uma consciência ecológica que estava dormente dentro de nós».

Uma área em desenvolvimento

Ser disruptivo em relação ao processo de tingimento convencional é um dos focos da indústria da moda, numa altura em que os consumidores exigem produtos mais sustentáveis e as empresas procuram reduzir a utilização de químicos e água pelo bem do ambiente. Os corantes sustentáveis são uma parte crucial da mudança da indústria para a circularidade, já que a presença de substâncias perigosas tem o potencial para afetar o processo de reciclagem.

No início deste ano, a Levi’s Wellthread lançou uma coleção com um processo que usa ondas ultrassónicas – em vez de químicos perigosos – para aplicar corantes à base de plantas. Soluções semelhantes foram igualmente o foco do mais recente programa de aceleração da Fashion for Good, que destacou a tecnologia de tingimento sem água da start-up Eco2Dye e o indigo natural da empresa Stony Creek Colors.

Em Portugal, várias empresas têm igualmente avançado com o desenvolvimento e utilização de corantes naturais, como a Tintex, que com o projeto de I&D PICASSo desenvolveu corantes orgânicos provenientes de cogumelos e plantas, a RDD, que na gama mid-tone tem feito tingimento em peça com pigmentos extraídos de sementes, frutas e arbustos, e a Clariause, que está também a usar corantes extraídos de flores, sementes, frutos e até das secreções do inseto Nimbus para colorir fios.

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