Já não bastou sonhar que voavam
Elas, meninas*, voaram de fato
Bem lá no alto
Sem temer a queda
Encararam o ato
No calor da lona do circo
Uma na lira
Delira a plateia
A outra no tecido
Nos tece fascínios
Com passos preenchem o espaço
Deslizam sem perder o compasso
Alguém diria: Meninas não voam!
Algumas, talvez não.
Mas essas meninas
Com garra, agarram
A sorte que a poesia traçou
Desenham no ar
Sonho de Ícaro
No elo de sangue
Anelos da arte
Meninas que voam
Que enlaçam encantos
Uma na lira delira plateia
A outra no tecido
Nos tece fascínios
Feitiços de sonhos
Que prendem nas tramas
Da lira ao tecido
Noh Oliveira