Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Troca de lojistas e mais marcas estrangeiras ditam o movimento dos shoppings

O mercado de shopping centers, que deve abrir 26 empreendimentos neste ano, tem buscado obter ganhos maiores em áreas já instaladas.

Barra Shopping - Foto: Multiplan

Shoppings trocam lojistas e trazem mais marcas de fora.

O mercado de shopping centers, que deve abrir 26 empreendimentos neste ano – dois a mais do que em 2014, mas bem menos do que os 38 inaugurados há dois anos – tem buscado obter ganhos maiores em áreas já instaladas. Estão sendo observados dois movimentos, basicamente: troca de locatários por lojistas mais rentáveis e, em shoppings que decidiram expandir a área, marcas estrangeiras estão ocupando boa parte dos corredores pois varejistas nacionais estão mais cautelosos.

Esse cenário foi debatido entre as principais empresas do setor no Brasil, em evento na semana passada na Flórida (EUA), promovido pelo Citi, corretora do Citibank.

Segundo analistas, no grupo de redes varejistas que têm mantido projetos de abertura de lojas, e sustentado planos de expansão de shoppings no país, estão Forever 21, Gap, Michael Kors, Diesel, Zara Home, Top Shop e a marca de chocolates suíça Lindt.

O Iguatemi Empresa de Shopping Centers participou do evento. Sua diretora financeira, Cristina Betts, disse, segundo relatório do Citi, que serão os varejistas de marcas internacionais que devem representar parte significativa das novas lojas. As grifes estrangeiras devem ser a maioria dos novos inquilinos que ocuparão as próximas expansões do shopping Iguatemi em Campinas (SP) e em Porto Alegre (RS). Estas ampliações devem ser inauguradas neste ano. A executiva observou que num ambiente de desaquecimento econômico, somente empresas que têm ativos considerados de destaque, e nas melhores localizações, vão continuar a ter resultados acima da média.

Também presente no evento, a Multiplan informou que, para manter desempenho acima de concorrentes estrangeiros, as empresas terão que aumentar produtividade sobre o metro quadrado de área já instalada. Em material de resultados de 2014 publicado dias atrás, a empresa disse que, de forma ativa, fez “modificações profundas” no mix de lojistas nos últimos trimestres, e por conta disso, o prazo médio de vencimento dos contratos de locação foi postergado. Apenas 9% dos contratos devem expirar em 2015.

No fim do ano passado, a Aliansce também informou que fez “ajustes no mix do portifólio” e, em parte por causa disso, o valor dos aluguéis “mesmas áreas” (mesma área existente no ano anterior) subiu 7,7% até setembro. Troca de lojistas, a princípio, reduz a taxa de ocupação dos empreendimentos, mas pode elevar a receita dos shoppings com aluguel em novos contratos.

Para a equipe do Citi, a Multiplan está hoje mais conservadora em termos de futuros desenvolvimentos de shoppings do que foi no passado. Mas mesmo neste cenário, são mantidas perspectivas atraentes para desempenho do Park Shopping Canoas, a ser aberto em 2016 no Rio Grande do Sul, e de um novo empreendimento em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. O empreendimento em Canoas está com 60% a 70% da área locada.

“A Multiplan sinalizou que sua atual prioridade não é expandir o portfólio da empresa, mas atingir o crescimento do FFO(fluxo de caixa operacional)”, escreveu em relatório a equipe de análise do Citi liderada por Dan McGoey. O FFO atingiu R$ 552,9 milhões em 2014, alta de 30%. Segundo apurou o Valor, a Multiplan teria ressaltado inclusive que, apesar de ter um dos mais baixos níveis de endividamento do setor, este poderia ser um momento de reduzir mais ainda a alavancagem da empresa, diminuindo a exposição ao dólar.

O valor de Capex (investimentos em bens e instalações) da Multiplan, que foi a R# 1,3 bilhão em 2012, caiu para R$ 775 milhões em 2013 e diminuiu para R$ 300 milhões em 2014.

O comando da Aliansce ressaltou, no mesmo encontro, que não prevê retomada de abertura de empreendimentos neste ano, após ritmo mais acelerado, e deve destinar recursos para expansões de empreendimentos já instalados. Segundo Henrique Guerra, diretor da empresa, a presença da companhia em mercados “não tradicionais”, como Belém e Maceió, tem ajudado a empresa a registrar resultados melhores.

Em janeiro, a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) previu crescimento de 8,5% nas vendas do setor em 2015, abaixo da taxa de 2014, quando a alta foi de 10,1%. Em termos de inaugurações, a projeção da Abrasce é de adição de 26 empreendimentos em 2015, contra 24 em 2014. Em 2013, foram 38 aberturas.

Ontem, com a saída de investidores da bolsa brasileira, as empresas de shoppings sentiram o mau humor do mercado e as ações do setor tiveram forte queda, superior à retração de 1,6% do Ibovespa. Os papéis da Multiplan sofreram desvalorização de 4,4%; do Iguatemi, de 4,3% do BrMalls, de 3,3%.

Fonte: Valor Econômico

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