Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Tudo sobre o uniforme social e preparação da seleção brasileira feminina de futebol para a Copa do Mundo 2023

O evento esportivo será sediado na Austrália e na Nova Zelândia a partir de 20 de julho com 32 times disputando a taça.

A partir da esquerda: Rafaelle Souza, Antônia Ronnycleide da Costa Silva, Nycole Raysla, Mônica Hickmann Alves, Ana Vitória Araújo, Gabriela Nunes da Silva e Kathellen Sousa

A partir da esquerda: Rafaelle Souza, Antônia Ronnycleide da Costa Silva, Nycole Raysla, Mônica Hickmann Alves, Ana Vitória Araújo, Gabriela Nunes da Silva e Kathellen Sousa .

Contagem regressiva para a maior Copa de futebol feminino de todos os tempos! O evento esportivo ocupa a Austrália e Nova Zelândia de 20 de julho a 20 de agosto e, pela primeira vez, teremos jogadoras de 32 países disputando o título de melhor do mundo. “Mostramos que nos dois últimos amistosos apresentamos um bom futebol, conseguimos vencer a Alemanha, que é uma das favoritas. Então, a gente chega com chance de ganhar esse título, mas sabemos que vai ser uma competição bem difícil”, adianta Rafaelle Souza.

Nossa seleção, além de muito bem representada dentro de campo, também brilhará fora das quatro linhas com um visual assinado pela Animale. No início do ano, a grife carioca comandada por Isabel Priore fechou parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para desenvolver o primeiro traje social da delegação feminina, que será usado em eventos oficiais e traslados durante o mundial.

O conjunto consiste em uma alfaiataria sob medida super descontraída criada para unir conforto, praticidade e valorizar a silhueta das jogadoras. São três peças-chave: blazer, calça de barra encurtada e camisa de tricô off-white, que poderão ser combinadas a acessórios como lenço de seda, bolsa de couro e pins da linha Oro customizados com as iniciais das atletas.

Para chegar ao resultado final da coleção, o processo foi de muita colaboração entre a grife e as jogadoras, que tiveram participação ativa nas tomadas de decisões das roupas. “Depois de muita conversa com as meninas e partindo da vontade de sair do óbvio com as cores da bandeira do Brasil, chegamos nesse tom de azul próximo ao lilás, que traz frescor, leveza e feminilidade para o conjunto”, explica Dani Bassani, líder de produto da marca.

Além disso, cada detalhe foi pensado tendo em consideração diferentes características que influenciam no dia a dia das craques, desde biotipo até condições climáticas. “Recebemos as jogadoras no ateliê e fizemos diversas alterações para atender cada demanda delas”, acrescenta Dani. “Pensamos desde a manga da blusa, que precisaria cobrir a marca de sol no braço (pelo uso constante da camisa de jogo), até mudanças no corte da calça para valorizar a silhueta, por serem atletas de alta performance”.

Outro detalhe que merece destaque é o Martingale, faixa de tecido colocada no meio do blazer que permite fechá-lo mesmo estando desabotoado, dando maior liberdade de movimento e aliviando a sensação de constrição da peça.

Animale assina parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para desenvolver o primeiro traje social da delegação feminina — Foto: Divulgação

Animale assina parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para desenvolver o primeiro traje social da delegação feminina — Foto: Divulgação

Um dos objetivos da parceria é reverter parte do lucro ao projeto Pretas em Campo, da ONG Empodera, apoiado pela Animale. A iniciativa busca possibilitar que meninas adolescentes, moradoras de comunidades do Rio de Janeiro, desenvolvam suas habilidades de liderança e empoderamento por meio do futebol.

“Para a Animale, a parceria com a Pretas em Campo aconteceu de forma muito sinérgica com a missão que temos de estimular dentro da empresa a equidade de gênero, racial e o empoderamento feminino”, diz a CEO da grife Isabel del Priore. A etiqueta faz parte do pacto global da ONU para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, como redução das desigualdades de gênero e raça. A colaboração com a CBF ainda garante que 120 meninas negras do projeto acompanhem um dia de treinamento na Granja Comary, sede de treinos da seleção no Rio.

Às vésperas de um dos torneios mais importantes das carreiras das jogadoras, outro tema que entra em voga é a saúde mental. Para Ana Araújo, 23, meia do Benfica, além do acompanhamento profissional, manter por perto quem ela gosta é a principal maneira de cuidar da mente nessa reta final para o Mundial. “A distância da família e amigos é uma das principais dificuldades para nós atletas que jogamos no exterior”, afirma.

“Então manter esse contato, seja por chamada de vídeo ou mensagem, é como procuro me sentir bem. Também costumo marcar jantares uma vez por semana com amizades do lugar onde estou jogando.”

Sobre as expectativas para a Copa, Kathleen Souza, 27, zagueira do Real Madrid, revela: “Tem sido um trabalho de preparação árduo até aqui, esperamos poder mostrar o poder do Brasil e voltar com a estrelinha no peito para casa. Mais do que isso, também espero que a visibilidade do futebol feminino se torne cada vez maior e que possamos dar mais um passo enorme à frente.”

O Brasil está no Grupo F junto com a França, Jamaica e Panamá. A estreia da Seleção está marcada para o dia 24 de julho na cidade de Adelaide, contra o Panamá. Confira abaixo mais detalhes sobre a história e preparação de seis jogadoras para o mundial:

Mônica Hickmann Alves, 36 anos, natural de Porto Alegre e joga no Madrid CFF

Como estão os preparativos para a Copa?

Bom, acho que o preparativo para qualquer Copa já começa no dia seguinte da última Copa. Começa nesse desejo de fazer diferente. E a gente vem tendo amistosos importantes, torneios importantes, onde conseguimos evoluir em cada jogo e ter a nossa identidade de novo, que é o que a gente estava buscando. Estou feliz de estar aqui de novo, de poder ter essa oportunidade e tenho certeza de que a gente vai surpreender muito. Tenho certeza que a Seleção Brasileira vai calar a boca de muita gente e vai trazer muita alegria pro nosso povo.

Como você cuida da saúde mental?

Eu vejo a saúde mental como um dos principais fatores para que um atleta consiga suportar uma competição e uma temporada. A mente tem que estar pronta desde o despertar de manhã, ao respirar, preparar a sua alimentação, o cuidado com o corpo, a intensidade que você treina, ser capaz de chegar no seu limite, no treinamento, de passar por adversidades, porque essas situações vão fazer com que você esteja preparada no momento da competição.

Gabriela Nunes da Silva, 26 anos, natural de São Paulo e, atualmente, está sem clube, antes jogava no Madrid CFF

Como você começou a jogar futebol?

Minha família sempre jogou futebol. Meu pai, minha mãe, tia já jogaram e eu irmão já foi jogador profissional. Então eu acabei gostando, pegando esse carinho também, já que vem de família e eu acompanhava muito meu irmão jogando. Acabei gostando muito e eles acabaram me colocando para jogar desde os sete anos de idade.

Como você cuida da saúde mental?

Isso é um assunto muito importante hoje em dia. Eu brinco que é 60% cabeça e 40% você em campo. Estou me preparando muito bem até porque eu sei da importância de uma Copa do Mundo, da pressão que é uma jogadora estar numa Copa do Mundo, então venho de uma preparação de um a dois anos com psicólogo e coaches para enfrentar o melhor e também o pior. A gente sabe que pode ter esses dois lados, né? Também vamos ter uma rotina de um mês, dois meses, ali juntas, então é tratar psicologicamente e focar no que precisamos para ganhar a Copa do Mundo.

Kathellen Sousa, 27 anos, natural de Santos e jogadora do Real Madrid

Como começou a jogar futebol?

Acho que como toda criança comecei a jogar na rua e depois fui pro futebol de salão jogar com os meninos. Passei um tempinho jogando até ir para fora do Brasil. Fui jogar nos Estados Unidos em 2014 e virei profissional em 2018.

Como estão os preparativos para a Copa?

A gente vem se empenhando muito fora e dentro de campo. Tem sido um trabalho muito árduo, porque temos meninas de tudo que é canto, né. Meninas que jogam aqui no Brasil e meninas que jogam fora e, muitas vezes, a gente não pode trabalhar juntas, então acho que essa é a grande dificuldade. Mas todo mundo está bem empenhada para dar o seu melhor pela seleção. Tem sido um trabalho de preparação árduo até aqui, esperamos poder mostrar o poder do Brasil e voltar com a estrelinha no peito para casa. Mais do que isso, também espero que a visibilidade do futebol feminino se torne cada vez maior e que possamos dar mais um passo enorme à frente.

Antônia Ronnycleide da Costa Silva, 29 anos, natural de Riacho de Santa e jogadora do Levante, na Espanha

Quando virou profissional?

Eu sempre joguei futsal, então a mudança que eu fiz do futsal para o campo foi em 2017. Meu primeiro time foi a Ponte Preta.

O que espera da Copa do Mundo?

É uma Copa onde a gente sabe que pode fazer história. Então, nada mais justo do que a gente deixar o nosso máximo lá dentro. Acredito que vamos ser bem diferentes nesse quesito. É uma Copa do Mundo onde é a primeira para muitas, inclusive para mim. Então, acredito que isso vai ser um gás também diferenciado. A expectativa é muito alta, de muita emoção e se Deus quiser sairemos com o título.

Ana Vitória Araújo, 23 anos, natural de Rondonópolis e jogadora do Benfica

Como estão os preparativos para a Copa?

Muito bons! Todo mundo está bastante focado. Não só no período de concentração que a gente tem no Brasil, mas também nos amistosos que fazemos fora daqui. Dentro dos nossos clubes a gente também tem trabalhado muito não só pensando nos objetivos do clube, mas principalmente na Copa do Mundo. Hoje temos todo o suporte, todas as atletas que estão na seleção jogam em grandes clubes, então têm esse suporte, essa condição de se preparar como nunca puderam antes.

Como cuida da saúde mental?

Olha, eu achava que isso era papo furado, que era bobeira, até perceber que não. Isso é uma coisa muito válida e muito importante. É difícil porque às vezes é algo que foge do controle, né? Evidentemente, ninguém quer passar por problemas como depressão ou uma tristeza muito profunda que não chega a ser uma depressão. No futebol feminino você também não tem a mesma condição que alguns atletas têm quando saem do país. Poder levar toda a família, poder levar um suporte muito maior. A distância da família e amigos é uma das principais dificuldades para nós atletas que jogamos no exterior. Então manter esse contato, seja por chamada de vídeo ou mensagem, é como procuro me sentir bem. Também costumo marcar jantares uma vez por semana com amizades do lugar onde estou jogando.

 Rafaelle Souza, 31 anos, natural de Cipó, na Bahia, e jogadora do Arsenal

Como começou a jogar futebol?

Comecei a jogar quando eu tinha uns seis, sete anos… sempre joguei na rua descalça nessa cidade chamada Cipó, interior da Bahia. E eu sempre brinquei com os meninos, desde a hora que eu saía da escola até às onze da noite ficava brincando com eles. Então foi meio que como uma brincadeira.

Quando virou profissional?

Eu fui convocada para seleção sub-17 em 2007 quando eu tinha 15 anos, então foi a primeira vez que eu tive contato com o futebol profissional. Mas eu já tinha jogado no São Francisco do Conde da Bahia, foi onde eu iniciei minha carreira. Depois disso eu fui para os Estados Unidos, onde me formei em Engenharia Civil e consegui uma bolsa da faculdade. Lá eu joguei na Liga Profissional dos Estados Unidos.

Como estão os preparativos para a Copa?

A gente está concentrada aqui no Rio com as meninas que estavam na Europa. Agora estamos treinando praticamente dois períodos todos os dias para o jogo amistoso contra o Chile. De lá, a gente já viaja para Austrália para ficar concentrada.

https://vogue.globo.com/moda/noticia/2023/06/tudo-sobre-o-uniforme-...

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