Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Virginie Viard intitulou a mais recente coleção de alta costura da Chanel de The Button (o botão), mas não havia nada remotamente abotoado nestas propostas.


Chanel - primavera- verão 2024 - Alta Costura - França - Paris - ©Launchmetrics/spotlight


Desde o look de abertura, quando a atriz e embaixadora da marca Margaret Qualley abriu o desfile com uma casaco curto Chanel branco cremoso de quatro botões, finalizado no pescoço com folhos Catarina de Medici, e uma micro mini saia.
 
Como quase todas as modelos, usava meia-calça branco prata, combinada com mini saias de tule transparentes. Metros de tule também brotaram dos looks seguintes – dois vestidos-casaco superleves em lã crua encaracolada e um casaco Chanel com bolsos falsos.

O primeiro vestido de noite branco prateado era semitransparente, um visual realçado por ser usado por uma modelo negra.
 
Os fatos clássicos de verão nas cores rosa, limão e violeta foram finalizados com um segundo tule bordado em strass, miçangas e cristais. Os vestidos de noite foram cortados para revelar hectares de coxas.
 
Numa temporada em que os couturiers estão a reduzir a grandeza, a abordagem juvenil da Chanel à alta costura mostrou-se mais juvenil e em sintonia com os nossos tempos. Bem direcionada a uma nova geração de clientes de alta costura com personal trainers e regimes fitness.

Na verdade, em termos de comprimento, esta foi a coleção mais curta da Chanel em décadas e uma abordagem muito mais ousada à alta costura.
 
Viard entusiasmou-se nos bastidores onde Ines de la Fressange, Blanca Li e Julie Gayet esperavam para a parabenizar: “Eu queria muito tule, pernas e leveza. E verão e algo vaporoso.” 
 


Chanel - primavera- verão 2024 - Alta Costura - França - Paris - ©Launchmetrics/spotlight


O tule também foi ideal para o cenário, o mais recente brilhante ambiente da Chanel. Construído dentro do espaço expositivo Palais Royale Ephémère, atrás da Torre Eiffel, nesta temporada era um círculo imenso, com paredes rematadas por cortinas de tule. No teto havia um botão de 12 metros de largura, que se inclinou para baixo para indicar que o show iria começar.
 
A Chanel telegrafou o conceito dois dias antes do desfile num vídeo de três minutos também batizado The Button, protagonizado por Qualley, com uma participação especial de Naomi Campbell. Dirigido por Dave Free, com música de Kendrick Lamar, sobre uma jovem fã da marca cujo casaco Chanel perdeu um botão, obrigando-a a embarcar num transatlântico e num comboio a vapor até à sede de Paris, no número 31 da rue Cambon. Aí, é encaminhada para se encontrar com Coco Chanel – interpretada por Anna Mouglalis, com a voz mais profunda – que explica que a mãe da jovem, uma geração antes, deliberadamente não costurou o botão corretamente para que esta também viesse trabalhar para Coco.
 
“Trata-se de beleza dentro das imperfeições do tempo”, explica Coco, resumindo de forma clara a filosofia de design de Viard.

Dentro da entrada escura do espetáculo, havia uma bobine de linha de dois metros de altura e uma agulha de três metros de comprimento, perto de uma tesoura prateada de cinco metros de comprimento. Simbolizando toda a profissão da alta costura e como apenas as costureiras de Paris, conhecidas como "les petits mains", podem realmente criar grande alta costura.
 
Qualley liderou o elenco no final, quase tonto de excitação e parecendo muito à vontade num tapete Chanel bege de pêlo profundo.
 
Viard acrescentou: “Adoramos Margaret Qualley. É uma ótima atriz, e antes disso foi dançarina, o que foi mais uma inspiração neste espetáculo.” 

POR

Godfrey Deeny

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