Um símbolo estremecido - Rondonópolis

[Romildo de Paula Leite]

Por várias ocasiões, o município de Rondonópolis apostou nos dividendos proporcionados com a cultura do algodão. Após a emancipação, a cidade se inseriu em um modelo capitalista de produção como fronteira agrícola mato-grossense. Logo, a cidade passou a ser conhecida como “Rainha do Algodão”.
Mais adiante, no começo e em meados da década passada, com o fortalecimento novamente da cultura do algodão em Mato Grosso, Rondonópolis viveu um momento de forte crescimento da cadeia têxtil. Não foi à toa que muito se falou no projeto de consolidar um pólo têxtil em Rondonópolis.
A produção da pluma prosperou, as indústrias de fiação começaram a vir, muitas confecções se instalaram, mas nos últimos anos a cadeia têxtil na cidade estagnou, ou melhor, começou a retrair. Novamente é mais um sonho que começa a ser desfeito em Rondonópolis, cidade que patina em vários ciclos econômicos.
Conforme reportagem especial do Jornal A TRIBUNA, a não-consolidação do pólo têxtil em Rondonópolis tem muito a ver com a falta de continuidade de políticas públicas em Mato Grosso, que se alternam a cada gestão. Infelizmente, o Estado atualmente não garante incentivos fiscais atrativos para o fortalecimento de um pólo têxtil na cidade.
Para piorar, agora mais uma notícia abala mais o sonho de Rondonópolis consolidar o seu pólo têxtil. Trata-se da desativação da produção de fios e tecidos na Santana Textiles na cidade, assim como noticiado ontem pelo A TRIBUNA. A Santana Textiles chegou a ser uma das maiores empregadoras do município e era o símbolo maior desse tão sonhado pólo têxtil.
Sempre que falávamos em pólo têxtil, localmente, remetíamos a existência de uma indústria-âncora que pudesse atrair outras e fomentar as pequenas confecções da cidade. Tomara que a Santana Textiles possa futuramente se recuperar e retomar as atividades em Rondonópolis, mas a situação atual torna o cenário da cadeia têxtil local ainda mais delicado.
Resta-nos torcer agora para que o nosso tão esperado terminal ferroviário, instalado desde 2013, também não vire apenas expectativas

http://www.atribunamt.com.br/2015/05/um-simbolo-estremecido/