Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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O racismo e a representação negra estão mais em pauta na moda e no mundo da beleza do que nunca. Enquanto algumas algumas marcas entenderam o real conceito de nude, várias modelos ainda têm que protestar por serem minoria na passarelas. No Brasil, desfiles da Casa de Criadores pautam a questão racial e deixam claro que não deveria existir espaço para o racismo no meio fashion.

Apesar disso, muitas marcas ainda constroem seus discursos com desigualdade — mas também não passam impunes por essas escolhas. É o caso do Teespring, um site americano que permite que as pessoas criem suas próprias estampas e cadastrem camisetas para serem vendidas. Na semana passada, uma peça com os dizeres “black women are trash” (“mulheres negras são lixo”) foi cadastrada, comercializada e promovida por usuários no Twitter. De acordo com a descrição do produto, a blusa era uma resposta a outra estampa que dizia “homens são lixo”, uma hashtag que virou trending topic após Karabo Mokoena, uma estudante de 22 anos da África do Sul, ter sido morta por seu namorado. Enquanto ela estava desaparecida, a família usou as redes sociais para tentar encontrá-la e, agora, uma série de respostas à frase surgiram. Alguns homens criticaram a hashtag enquanto outros apontaram a importância de usar o momento para questionarem atitudes machistas que estão internalizadas. Violência de gênero: Brasil está entre os 25 países com mais feminicídios 

A repercussão do caso da camiseta foi abrangente, e o silêncio da marca foi questionado pela imprensa internacional. Ainda na rede de tuítes, o jornalista Ferrari Sheppard falou sobre a ofensa: “estou ofendido pela camiseta. Você está falando sobre minha irmã, minha mãe, minhas amigas.”

Leia mais: Mostra histórica destaca ativismo de mulheres negras e artistas

I'm offended by the "black women are trash" t-shirt. You're talking about my sister, my mother, my friends.


A primeira questão levantada pelos veículos de comunicação é o motivo de permitirem que uma camiseta assim seja vendida. De acordo com o Yahoo, a marca pediu desculpas pelo ocorrido e culpou seus algoritmos, e também seus funcionários, por não detectarem o racismo do conteúdo. Uma prova de que a violência e preconceito contra mulheres negras é tão normalizado que foi absorvido na moda, e acabou adornando um item. Após uma série de reclamações da mídia e de clientes, eles finalmente removeram o produto na terça-feira.

A feminista Moya Bailey cunhou o termo misogynoir — a junção das palavras misoginia e noir, que em francês significa preto — para definir um conjunto de problemas complexos que caracteriza uma postura racista em relação às mulheres negras. O colonismo é um exemplo comum desse sentimento. Sites como a Allure afirmam que, em uma América do Norte com novos desafios políticos, essa indiferença com as mulheres negras não pode prevalecer. E, é claro, isso também vale para o Brasil.

http://elle.abril.com.br/noticias/inaceitavelmente-uma-camiseta-mis...

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Escrever que o homem é um lixo também é uma forma de machofobia

   Sites como a Allure afirmam que, em uma América do Norte com novos desafios políticos, essa indiferença com as mulheres negras não pode prevalecer. E, é claro, isso também vale para o Brasil.

A primeira questão levantada pelos veículos de comunicação é o motivo de permitirem que uma camiseta assim seja vendida.

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