Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

No mercado de moda, a máxima "a união faz a força" parece ser o lema da vez. Associadas em pequenos showrooms coletivos ou participando de feiras de negócios com estrutura de mais vulto, o que vale para as empresas é estar unidas para minimizar os custos, atrair patrocinadores e, principalmente, lojistas que buscam design, qualidade e preço. As vendas das coleções para o próximo verão têm sido animadoras.

A 43ª edição da Feira Internacional de Moda em Calçados e Acessórios (Francal), que terminou no último dia 30, teve aumento nas vendas. "A visitação foi muito qualificada e os expositores registraram aumento de 5% a 15% nos negócios realizados, em comparação com a edição do ano passado", diz Milton Cardoso, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). Segundo ele, as medidas do governo para conter o crédito e segurar a inflação atingem, principalmente, os bens de maior valor (carros de passeio, por exemplo) e podem beneficiar os de uso pessoal como calçados.

"O consumo vem aumentando e já superou quatro pares per capita por ano. Esperamos um crescimento na produção de 10% neste ano e prevemos chegar a cinco pares per capita até 2014". Já a previsão do varejo é de um crescimento de 8%, para os meses entre julho e dezembro, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac).

"Nossas vendas expandiram 80%, contando o período anterior à Francal e durante a feira", diz Leandro Mosmann, superintendente de marcas próprias do grupo Paquetá, que detém as grifes Capodarte, Dumond, Ortopé e Lilly's Closet. Os grandes responsáveis pelo aumento nos negócios foram as duas últimas, cujas vendas dobraram. A Lilly's Closet, focada em mulheres jovens e com preços 30% mais baixos do que os da Capodarte e da Dumond, foi criada pelo grupo há um ano e só é vendida em lojas multimarcas.

De acordo com Mosmann, a tendência que deverá estar entre as mais fortes do próximo verão é a das "espadrilles" - sandálias com salto "anabela" de corda e cabedal de lona. "Também vamos ver muitos [sapatos] Oxfords e calçados em tons fortes, seguindo a tendência do 'color blocking', que vem do vestuário", afirma Mosmann.

Realizada em junho, a 18ª edição do Senac Rio Fashion Business registrou, em quatro dias de evento, R$ 845 milhões em negócios fechados e a presença de 70 mil visitantes. Com investimento de R$ 16 milhões, reuniu 310 expositores e 250 grifes. Entre as marcas que obtiveram os melhores resultados está a Spezzato, de moda feminina, que expandiu suas vendas em 300%, e a Claudia Arbex, marca de acessórios que cresceu 40%.

A marca feminina Sacada, do grupo Sacada do Rio de Janeiro, aproveitou o Fashion Business para lançar a sua linha premium, a S Label, que reúne peças com tecidos mais nobres. No geral, as vendas da Sacada cresceram 35%. Marca jovem do mesmo grupo, a Oh!Boy!, teve expansão de 38% somente na linha jeans.

"Acredito que tanto os lojistas quanto os expositores aprovaram o formato do evento, que reúne negócios, cultura, informação, design e tecnologia", diz Eloysa Simão, diretora-geral do Senac Rio Fashion Business.

O Salão de Moda Brasil, que ocorre sempre no mês de junho para efetuar as vendas das coleções de verão, comemorou o crescimento de 50% de seu espaço físico e a expansão de seu número de empresas participantes - que passou de 260 para 320. "As vendas giraram em torno dos R$ 320 milhões, somente durante o evento", diz Ana Flôres, uma das diretoras do evento, realizado no Expo Center Norte, em São Paulo. O Salão começou como um evento voltado apenas ao segmento de lingerie, há oito anos. "Mas a procura de outras empresas foi tanta que decidimos abrir para o segmento de moda feminina, masculina, fitness, praia, além de agregar companhias têxteis e de aviamento. Hoje, temos toda a cadeia têxtil reunida", diz Ana Flôres, que estuda expandir a feira para mais uma edição anual, que contemplaria a temporada de outono-inverno.

Criar uma nova Fenit - a Feira Nacional da Indústria Têxtil, que teve o seu auge nos anos 60 e 70 - está descartada, diz Ana Flôres. "O mercado mudou, não há mais espaço para feiras tão grandes." A Fenit foi o principal lançador das tendências de moda no Brasil, durante aquelas décadas e até hoje é referência em feira têxtil.

Formar pequenos showrooms coletivos é a opção para marcas com produção restrita, grande investimento em design e, consequentemente, preços mais altos. E o showroom Galeria reúne algumas delas, como Tatiana Loureiro e Sarah Chofakian, ambas grifes de calçados; e Alór e Cristine Ban, de moda praia e vestuário feminino, respectivamente.

O Galeria, que ocorreu paralelamente ao São Paulo Fashion Week, em junho, tem quatro edições por ano, no terraço Daslu, em São Paulo. Nesta temporada, viu seu portfólio de marcas crescer 20%, para 60. "A adesão de novas grifes está sempre crescendo", diz Adriana Coutinho, sócia do Galeria. A organização não mede as vendas dos participantes. O grupo tem atraído grifes estrangeiras ao evento. Foram sete nesta edição como as londrinas Barbara Casasola e Clemence de Gabriac. "Elas se interessam em vender no Brasil, apesar dos impostos altos", diz a sócia do Galeria.

Fonte:|http://www.valoronline.com.br/impresso/empresas/102/452929/unidas-g...

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