Áustria desenvolve pele robótica para triagem de têxteis

Um grupo de investigação liderado pela Universidade de Klagenfurt está a construir peles de sensores adaptáveis para pinças robóticas, com o objetivo de melhorar a triagem, classificação e reciclagem de têxteis usados.

[©Freepik]

Segundo os investigadores, a pele robótica, denominada AdapTex, é sensível ao toque e vai permitir classificar os têxteis de forma mais semelhante à dos seres humanos, adaptando as interações físicas com os têxteis no processo de classificação. Desta forma, o projeto visa melhorar a eficácia da separação de vestuário usado e outros têxteis, com recurso a sensores e atuadores elétricos.

«Atualmente, os sistemas de triagem automática utilizam principalmente métodos sem contacto, tais como sensores visuais e de infravermelhos próximos. Mas quando as pessoas selecionam têxteis descartados, podem fazer muito mais: quando tocam nos têxteis, também podem classificar rapidamente o que deve ser reutilizado e o que deve ser reciclado com base no toque do tecido», explica Hubert Zangl, project manager do projeto AdapTex, no Departamento de Tecnologias de Sistemas Inteligentes da Universidade de Klagenfurt, na Áustria.

Para as pinças robóticas realizarem este trabalho, existem desafios, uma vez que «a interação física com os objetos e a avaliação do feedback háptico ainda não estão suficientemente desenvolvidas na robótica. Na triagem de têxteis, os robôs têm de trabalhar num ambiente complexo com quantidades aleatórias de têxteis feitos de diferentes materiais e com uma grande variedade de formas e tamanhos. A contaminação pode complicar ainda mais a situação», acrescenta o project manager do AdapTex.

De acordo com os investigadores, a chave para ultrapassar estas dificuldades está no desenvolvimento de um revestimento sensorial adaptável que permita uma apreensão mais eficaz dos tecidos. Desta forma, a equipa está a concentrar-se na melhoria da interação física entre a pinça robótica e os têxteis, com o objetivo de aperfeiçoar tanto o manuseamento como a classificação dos têxteis.

«As propriedades únicas da pele AdapTex conferem-lhe potencial para uma aplicação ampla, não só na reciclagem de têxteis, mas também em muitas outras áreas da indústria têxtil e noutros sistemas onde redes distribuídas de sensores e atuadores são benéficas e acrescentam valor face a sistemas isolados – como, por exemplo, em vestuário para desporto e reabilitação, bem como no fornecimento de capacidades e funcionalidades melhoradas para sistemas autónomos e para a produção e automação industrial», sublinham os investigadores.

O projeto é coordenado pela Universidade de Klagenfurt e pelo Ubiquitous Sensing Lab da Silicon Austria Labs, com o apoio da Agência Austríaca de Promoção da Investigação e conta com a participação dos parceiros Grabher Group, Infineon Technologies Austria, Silicon Austria Labs, Universidade de Estugarda e V-trion.

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