Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Vídeo H&M The Breakup: A Eco-hipocrisia

Old, but gold. O vídeo a seguir, da fast-fashion H&M, foi lançado há pouco mais de um ano e ilustra o posicionamento pseudo-responsável que os grandes varejistas de moda tem tomado. Seguindo o rastro da H&M, a Zara também tem tomado tal posicionamento (inclusive para até o final de 2015, estão para ser anunciadas algumas novidades sobre como a fast-fashion desavergonhada está se posicionando como moda ética). Eis o vídeo:

O projeto de coleta de roupas do qual o vídeo trata, chamado Garment Collecting, gera desconto para os consumidores quando eles vão até a loja adquirir mais uma roupa porcaria da H&M (sim, porcaria, porque os materiais são de baixo desempenho mecânico, além da produção ser feita sob péssimas condições de trabalho, insalubre, degradante, com condições análogas de escravidão). Descontos variam em torno de 15% (já vi 10%, teve gente que falou em 30% na Alemanha). A estratégia de marketing inclui celebridades ao lado das lixeiras de papelão alocadas nas lojas para receber as roupas usadas (o que não quer dizer que estejam velhas) dos clientes.

Não satisfeita com a estratégia de induzir o consumo por meio de um incentivo financeiro (descontos) para estimular uma atitude ecológica (de devolução da roupa), isto é, não satisfeita em tentar de todo jeito inserir o consumidor no frisson do consumo do novo, a empresa ainda tem a linha de roupas com tecidos ecológicos chamada Counscious (a vertente mais famosa de toda sua comunicação em sustentabilidade), da qual nós já falamos algumas vezes. Confira:

Moral da história: o consumidor é idiota? Sim, nós somos e ainda somos passivos e coniventes com o espetáculo da hipocrisia ecológica das grandes fast-fashions.