Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Após um 2012 forte para as ações de varejo, o ano começou marcado pela cautela e preocupação quanto à avaliação dos papéis do setor, considerados "caros" por alguns analistas. Números preliminares apresentados pela Hering referentes ao quarto trimestre do ano passado, mostraram uma perda no ritmo de vendas registrado em 2011.

No caso da Hering, a distância entre as projeções dos bancos e o resultado entregue pela companhia foi grande. As vendas das chamadas "mesmas lojas" - unidades abertas há mais de um ano - caíram 0,2% nos últimos três meses de 2012 em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto o consenso de mercado apontava um crescimento entre 4% e 5%. A receita bruta subiu 10,7%, impulsionada pela abertura de novas unidades, mas ainda assim ficou abaixo das expectativas.

O mercado reagiu com força. No pregão de quinta-feira (10), seguinte ao anúncio por parte da companhia, os papéis da Hering caíram 11,92%, para R$ 38,35, no pior desempenho desde junho de 2009. O valor de mercado voltou a R$ 6,12 bilhões, retomando os patamares de julho de 2011. Em 2012, os ativos acumularam ganho de 33,64%, ante uma valorização de 7,40% do Ibovespa.

Após a prévia de vendas, o banco HSBC cortou em 13,5% o preço-alvo para as ações da Hering, de R$ 48,00 para R$ 42,00, e manteve a recomendação "neutra" para os papéis, indicando que não enxerga espaço para compras no atual cenário.

"Acreditamos que o terceiro trimestre consecutivo de receita fraca esteja relacionado a questões de posicionamento de produtos, derivadas da falta de conteúdo de moda e preços elevados", afirmaram em relatório recente os analistas Francisco Chevey e Manisha Chaundry.

O HSBC vem demonstrando preocupação com o "baixo conteúdo de moda" da Hering desde meados de 2012. Segundo os especialistas do banco, as concorrentes vêm conseguindo vender mais e com mais rentabilidade, pois têm apostado em coleções preocupadas com tendências das passarelas, enquanto a Hering trabalha com peças muito básicas.

O Pão de Açúcar também divulgou prévias não tão animadoras. A alta de 5,6% nas vendas "mesmas lojas" no setor de alimentos veio em linha com as expectativas do mercado, mas representou uma desaceleração frente ao desempenho de 2011, quando indicador havia registrado avanço de 8,7%.

A Ativa Corretora, porém, optou por manter os papéis do Pão de Açúcar na carteira semanal recomendada, "em função dos sólidos fundamentos da empresa", além de suas características defensivas, visto que a maior parte de sua receita advém do ramo de alimentos. "Vale ressaltar também que o setor de bens duráveis, representado pela Via Varejo, deverá apresentar melhores resultados a partir dos ganhos de sinergias a serem adquiridos", diz o relatório da instituição.

O Itaú BBA divulgou relatório afirmando que ainda acredita no potencial de crescimento do varejo no Brasil, mas alerta que escolher ações com potencial de retorno atrativo se tornou uma tarefa mais complicada em 2013, após o salto nas cotações da maior parte das empresas do setor no ano passado.

Para o Itaú BBA, as preferidas no setor de consumo são Brazil Pharma, Technos e Raia Drogasil. Apesar de as ações estarem "caras", considerando a relação entre o preço em bolsa e o lucro projetado, o potencial de evolução é atrativo, afirmam os analistas. De acordo com eles, a Brazil Pharma pode se beneficiar do momento de profissionalização e consolidação do varejo farmacêutico no país. A expectativa é que o lucro por ação aumente 27% entre 2013 e 2016, o que justifica o preço-alvo de R$ 15,40, que pode trazer um retorno de cerca de 7% em 12 meses.

No caso de Technos, o Itaú espera manutenção de crescimento no setor de relógios tradicionais e aposta no potencial de alta na participação no mercado considerado "fashion", com maior valor agregado. Além disso, ressalta que a forte geração de caixa da empresa deve permitir a compra de novas marcas, o que pode impulsionar ainda mais os resultados. O preço-alvo estimado é de R$ 29,00, o que indica ganho potencial ao redor de 16%.

No caso de Raia Drogasil, a maturação das lojas abertas nos últimos anos tende a reduzir as despesas, impulsionando a rentabilidade, diz o Itaú. Outro fator de atratividade é o potencial de consolidação no setor, marcado pela informalidade, o que pode dar fôlego à expansão da empresa. O preço-alvo de R$ 27,50 estimado pelo banco para os papéis indica potencial de valorização próximo de 17%.

O BB Investimentos também reforçou sua aposta nas ações da rede de drogarias, que estão na carteira recomendada para 2013. Segundo a analista Priscila Tambelli, a força da demanda por medicamentos, que varia pouco de acordo com o ciclo econômico, e a baixa dependência de crédito são pontos que contam a favor da Raia Drogasil.

Outro destaque do BB em varejo é Natura. A instituição afirma que, após um ano de retomada do crescimento - depois de enfrentar problemas internos a partir do terceiro trimestre de 2011, que geraram falta de produtos -, a companhia tem em 2013 a possibilidade de incrementar a rentabilidade, a partir de melhorias feitas nos sistemas logístico e de planejamento.

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