Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Varejo vai comprar mais produto nacional-Varejistas de moda

As varejistas de moda decidiram reforçar promoções neste terceiro trimestre e substituir parte dos produtos importados pela produção local, como parte das estratégias para reduzir gastos e baixar o nível de estoques.

O plano de parte das companhias inclui reduzir a meta de abertura de lojas e investimentos para diminuir a alavancagem ­ um processo que pode ser favorável no curto prazo mas traz riscos para a expansão de longo prazo. Juntos, os estoques das empresas Arezzo, Grendene, Cia. Hering, Marisa Lojas Riachuelo (Guararapes) e Renner somaram R$ 2,2 bilhões no fim do segundo trimestre, um aumento de R$ 393 milhões em relação a junho de 2014.

A conta de estoques aumentou 22% em relação ao segundo trimestre do ano passado ­ período no qual o desempenho dos lojistas foi mais fraco devido aos feriados da Copa do Mundo da Fifa. A Marisa foi a única que teve redução na conta de estoques, de 5,3%, ante igual período e 2014. A companhia associou o resultado ao trabalho feito desde o ano passado para baixar estoques. As demais tiveram aumento. A Arezzo teve alta de 2,5% na conta de estoques. Os aumentos foram maiores na Hering (13%), Grendene (15,1%) e Riachuelo (49,6%).

Mesmo a Renner, que teve o melhor desempenho entre as varejistas de moda, com alta no lucro líquido de 33,5% no segundo trimestre, fechou o período com alta de 21,1% na conta de estoques. De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), as vendas do varejo de vestuário caíram 5% no primeiro semestre e tendem a fechar o ano com queda de 4%, com uma pequena melhora no quarto trimestre. No primeiro semestre, o setor reduziu a produção em 13% e aumentou as importações em 13%.

Para o ano, a Abit estima queda de 7,5% nas importações, devido à alta do dólar. Para a produção, a previsão é de queda de 10%. A Hering e a Riachuelo, que têm operação fabril e de varejo, anunciaram que pretendem reduzir as importações, como parte do esforço para encolher estoques e baixar custos com o dólar. Sem citar números, as duas companhias informaram que vão reforçar a produção local de peças de vestuário em substituição a produtos importados principalmente da China e vão reduzir as compras no exterior.

A Grendene, que também opera no varejo com 187 lojas Clube Melissa, ampliou os estoques no segundo trimestre porque antecipou a produção de linhas voltadas para o alto verão. Segundo Francisco Schmitt, diretor financeiro e de relações com investidores da Grendene, a antecipação foi feita para aproveitar a capacidade ociosa e reduzir o pagamento de horas extras no fim do ano. A Renner informou que os estoques da companhia estão ajustados, tendo em vista a perspectiva de vendas para os próximos trimestres.

Laurence Gomes, diretor financeiro e de relações com investidores da Renner, disse ver pouca necessidade de baixar preços no terceiro trimestre para reduzir estoques. A varejista tem uma operação direta na China o que, segundo a companhia, tem facilitado a importação de produtos a custos mais favoráveis, principalmente de itens para a rede Camicado. Às vésperas da entrada das coleções de alto verão ­ as linhas de primaveraverão já chegaram à maioria das lojas ­ as varejistas têm urgência em se desfazer dos estoques das linhas de inverno e de coleções mais antigas.

 E essa desova terá que ser feita com novas reduções em preços. “O consumidor está mais sensível a preço do que o usual. Mesmo nas faixas mais altas, ele quer promoção. A remarcação de preços tem sido relevante no setor e a expectativa é de contração na margem de lucro no terceiro trimestre por conta disso”, afirmou Frederico Oldani, diretor financeiro e de relações com investidores da Hering. A Riachuelo também informou nesta semana que vai fazer novas reduções nos preços de coleções antigas para tentar normalizar o nível de estoques, e o efeito será sentido na margem de lucro. No segundo trimestre, apenas Renner e Grendene tiveram melhora nas margens de lucro.

A margem da Renner cresceu 1 ponto percentual, para 11,7%, enquanto a margem da Grendene aumentou 4,6 pontos percentuais, para 22,8%. A Riachuelo teve queda de 5,4% na margem de lucro, para 5,6%& 894; a Hering teve queda de 2,3 pontos percentuais, para 15,4%& 894; e a Arezzo teve redução de 1,3 ponto percentual, para 11,2%.

Valor Econômico – SP

http://www.sbvc.com.br/2014/1976402-varejo-vai-comprar-mais-produto...

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Respostas a este tópico

Isso é uma ótima notícia.
Pena que tenham sobrado tão poucos fornecedores.
No Rio, a produção está nas comunidades.
Ninguem mais sustenta uma confecção, como "antigamente".

É uma equação muito simples.... produtos nacionais geram renda e emprego no país, enquanto que produtos importados geram renda e emprego em outros páises. Hoje o varejo tem que focar no fortalecimento da indústria nacional... vai demorar um pouco, mas os efeitos são MUITO positivos e duradouros! Hoje, a marca Lobo Branco Vip Clothing possui 99,9% de sua produção concentrada no Brasil... só não somos 100% porque alguns micro acessórios, a indústria brasileira não entende que deve repensar a forma de comercialização e produção....

E essa desova terá que ser feita com novas reduções em preços. “O consumidor está mais sensível a preço do que o usual.

Concordo Romildo! Hoje temos conseguido ganhar uma fatia de mercado porque adotamos a estratégia do Low price, good quality! Essa retração financeira vai mudar o comportamento de compra e o consumidor vai acabar adotando o modelo de compra onde a relação preço x benefício seja a maior possivel!

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