Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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A disputa entre as grifes esportivas para patrocinar atletas e federações na Olimpíada de Londres começa muito antes das competições.

Para os dez mil atletas que vão participar da Olimpíada de Londres, as disputas vão começar no dia 27 de julho, quando a pira olímpica for acesa na capital britânica. No mundo dos negócios, no entanto, a competição pega fogo de verdade dois anos antes de qualquer movimentação nas quadras, pistas ou piscinas. A batalha, nesse caso, se dá em torno do desenvolvimento de equipamentos esportivos e da briga pelas melhores cotas de patrocínio do evento, dos comitês, das federações e dos atletas. “Nossa Olimpíada termina exatamente no momento em que começam os jogos”, diz Mário Andrada, diretor de comunicação da Nike para a América Latina. Tanta obstinação tem motivo. 

 
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Ginástica: o atleta Louis Smith em exibição no evento de lançamento dos uniformes britânicos.
 
Os Jogos Olímpicos têm um potencial de exposição bilionário. Estima-se que, por conta do evento, cinco milhões de pessoas visitarão Londres e que a audiência de tevê seja superior a 4,3 bilhões de expectadores. “É a hora de toda a indústria do esporte mostrar o que tem na manga”, diz Andrada. O evento é uma grande plataforma de marketing para o mercado de artigos esportivos, que em 2010 movimentou US$ 315 bilhões. Entre os anos de 2009 a 2012, o Comitê Olímpico Internacional faturou US$ 957 milhões com publicidade dos Jogos de Londres e da Olimpíada de Inverno de 2010, em Vancouver, no Canadá. As grifes de roupas esportivas estão entre as principais participantes desse embate. Para elas, o que torna a competição ainda mais interessante é a possibilidade de atrelar suas novidades aos melhores atletas do mundo. 
 
É um atrativo que conquista até grifes voltadas para o requinte. Entre elas a Ralph Lauren, que vestirá os atletas americanos quando não estiverem competindo. A Emporio Armani também desenhará os uniformes da delegação da Itália. E a Prada fechou acordo para fornecer as roupas dos velejadores italianos. O fornecimento dos uniformes para os comitês, inclusive, é uma das competições mais acirradas entre as empresas. “É a maior vitrine do mundo”, afirma Roberto Porto de Araújo, gerente da divisão de esportes da Adidas. Como patrocinadora oficial dos Jogos, a marca alemã executa uma política agressiva de marketing. Em Londres, além de vestir toda a equipe de voluntários que trabalharão na organização, também firmou contratos com os comitês da França, Alemanha, Austrália, Cuba, Bélgica, Etiópia, Trinidad e Tobago, Hungria, Grécia, Bahamas e Grã-Bretanha. 
 
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Moda olímpica: a estilista Stella McCartney com os atletas
Phillips Idowu e Jessica Ennis.
 
Essa última, aliás, competirá pela primeira vez como Reino Unido e tem seus uniformes assinados pela badalada estilista inglesa Stella McCartney, filha de Paul McCartney. “Nosso objetivo foi aliar elegância e desempenho”, diz Araújo. Segundo ele, todos os uniforme são inspirados na cultura de cada país. A alusão à cultura local, no entanto, não garante a boa aceitação do público. Na Espanha, por exemplo, os modelos geraram polêmica. O uniforme masculino lembra roupas de toureiro, enquanto o feminino faz referência às roupas de comissárias de bordo. O assunto ganhou ainda mais repercussão por terem sido desenvolvidas por uma grife estrangeira, a russa Bosso di Ciliegi. 
 
No Brasil, a patrocinadora também será uma marca estrangeira. DINHEIRO apurou que a americana Nike está em vias de assinar um contrato com o comitê brasileiro. Ela já veste todas as federações dos Estados Unidos, da Rússia e dos atletas da Alemanha, do Quênia e do Brasil. Por aqui também fornece os uniformes da confederação de futebol e basquete. “Toda nossa linha nasce nas competições”, diz o diretor Andrada. Neste ano, seus principais lançamentos serão um novo tênis de corrida e uma roupa de atletismo aerodinâmica. A Olimpíada é a plataforma ideal para o lançamento de produtos. “É o ambiente mais competitivo possível para que as marcas se enfrentem em pé de igualdade”, diz Amir Somoggi, diretor da área esportiva da consultoria BDO.
 

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Fonte:|http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/83880_VESTIDOS+PARA+VENCER

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