Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

 

Os grandes armazéns estão a começar a usufruir de um renascimento da procura, depois de encontrarem novas formas para atrair uma nova geração de consumidores e turistas, numa época em que lideram as cadeias de moda mundiais e o comércio online.  

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Retalho em mutação

A Verdict, empresa de consultoria para o retalho, prevê que o sector retalhista mundial voltará a crescer em 2014 e expandir 22% para cerca de 450 mil milhões de dólares até 2019. A recuperação será impulsionada pela expansão em mercados emergentes, com a China prevista ser responsável por 30% do total de gastos daqui a cinco anos.

Os grandes armazéns apareceram pela primeira vez na França, Grã-Bretanha e Estados Unidos, por volta de 1840, com nomes como Printemps, Harrods e Macy’s. No entanto, começaram a perder a sua vantagem a partir do final da década de 1970, com o aparecimento das lojas de moda, produtos eletrónicos e produtos para o lar, como Zara e Ikea. A expansão do comércio eletrónico foi a gota de água para muitas lojas, com nomes como Karstadt da Alemanha e JC Penney dos Estados Unidos a conhecerem dificuldades.

Mas alguns dos nomes mais antigos do negócio já deram a volta, restauraram a grandeza das lojas âncora e celebraram a sua identidade nacional para atrair turistas e reconquistar o comércio local. Muitas têm-se centrado na moda de gama alta, acessórios e beleza, para além de investir em websites e desafiar os comerciantes online, como a Amazon, com a conveniente recolha na loja.

Fundada em 1865, o Printemps tem renovado os seus grandes armazéns no Boulevard Haussmann, restaurado os mosaicos originais, a decoração folheada a ouro no telhado e os vitrais italianos, enquanto enfeita o interior com coleções exclusivas de produtos. Todo este trabalho valeu a pena. O Printemps Haussmann viu as vendas subirem 14% para os 850 milhões de euros em 2012/2013.

Os turistas são responsáveis por mais de metade das vendas em algumas lojas em Paris e no Harrods em Londres, de acordo com Maarten de Groot, secretário-geral da Associação Internacional de Lojas de Departamento (IADS). Mas isto pode representar um risco. «O negócio é imprevisível», afirma De Groot, observando que a crise ucraniana afetou a procura russa por produtos de luxo, enquanto os gastos chineses também abrandaram.

No entanto, os grandes armazéns ainda veem muito espaço para crescimento em mercados emergentes, à medida que a urbanização continua em ritmo acelerado.

O Central Group da Tailândia espera abrir cinco novas lojas por ano sob a marca Robinson durante os próximos cinco anos. Por seu lado, as Galeries Lafayette planeiam aberturas em Doha e Istambul para somar aos grandes armazéns que detêm em Casablanca, Jacarta, Dubai e Pequim, enquanto o Bloomingdale com o melhor desempenho depois da de Manhattan é a que abriu no Dubai em 2010 com o grupo Al Tayer.

Uma forma menos arriscada de responder à procura no exterior é através do comércio eletrónico. Tal é o caso da retalhista britânica John Lewis, que expede os seus produtos para 33 países, mas não tem planos para abrir lojas no estrangeiro além das concessões que possui na Coreia do Sul através da cadeia Shinsegae, pois ainda acredita que há muito espaço para expandir no mercado doméstico. A retalhista viu as suas vendas no comércio eletrónico crescerem mais de 25% no primeiro semestre de 2014, passando a representar mais de 30% das vendas totais, resultado da combinação da sua oferta online e offline – mais de metade dos pedidos feitos online são agora recolhidos em loja.

Os atores da Europa Continental estão muito atrás no investimento online, com nenhum deles a entrar no top 20 do ranking digital da L2, tabela que é liderada por Nordstrom, Macy’s e outros nomes britânicos e americanos. 
Existem diversos exemplos de cadeias que não evoluíram ao longo do tempo, tornando-se alvos fáceis para os investidores atraídos pelas suas carteiras de imóveis e património no retalho. A chinesa Sanpower assumiu o controlo da britânica House of Fraser este ano, investidores do Catar compraram o Printemps no ano passado e o Central Group da Tailândia adquiriu a italiana La Rinascente e a dinamarquesa Illum. Circulam também remores de que a germânica Karstadt poderá, eventualmente, fundir-se com a sua arquirrival Kaufhof (detida pela Metro).

http://www.portugaltextil.com/tabid/63/xmmid/407/xmid/43857/xmview/...

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