Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

O sector de vestuário em Los Angeles, na Califórnia, está a registar um crescimento moderado mas contínuo de aprovisionamento interno à medida que aumentam os custos na China e na Índia e as empresas da cidade respondem à procura por vestuário de elevada qualidade e moda em rápida transição.

“Made in LA” em alta

Uma das empresas que está a contrariar a tendência do aprovisionamento externo é a Karen Kane, sedeada em Los Angeles, que comercializa vestuário para senhora, principalmente vestidos, em grandes armazéns como Nordstrom e Dillard’s. A empresa está a deslocar 80% da sua produção da China para o Sul da Califórnia à medida que os fabricantes reanalisam os custos efectivos e as complicações relacionadas com os tradicionais países estrangeiros com mão-de-obra barata. «A atitude em relação à produção norte-americana mudou», afirma Michael Kane, director de marketing da empresa. «Analisámos o custo de produzir internamente e o custo não é assim tão diferente».

Kane aponta a deterioração da qualidade da produção, os tempos de transporte cada vez menos fiáveis e os preços mais altos do tecido que parecem ter afectado a China como factores adicionais que influenciam a decisão da empresa. «A qualidade dos produtos fabricados no exterior, e na China especificamente, não é tão alta quanto os padrões do passado», aublinha Kane.

Apesar de fazer sentido mudar a produção de produtos mais genéricos como t-shirts e sapatilhas da China para países com mão-de-obra mais barata, como o Vietname, existem alguns nichos onde os EUA têm vindo a conquistar vantagem. A moda de gama alta, que depende de tecidos e acabamentos de elevada qualidade, é uma boa aposta para os fabricantes norte-americanos, bem como as modas instantâneas.

A empresa de design Leon Max Inc, também sedeada em Los Angeles, trouxe alguns trabalhos de produção da China de regresso ao Sul da Califórnia, em resposta aos preços mais elevados e à necessidade de uma grande atenção ao detalhe, de acordo com a empresa. Os vestidos desenhados pela Max variam entre os 99 e os 798 dólares.

Para as empresas mais populares na produção de moda em massa, como a Forever 21, o objectivo é convencer os clientes a entrarem nas suas lojas todas as semanas, oferecendo por isso novos artigos continuamente, como revela Ilse Metchek, presidente da California Fashion Association. «A moda muda a cada 10 semanas», explica Metchek. “Uma pessoa não consegue acompanhar se estiver a produzir dezenas de milhares de unidades na China. Por consequência, as empresas procuram o aprovisionamento doméstico».

Los Angeles tem a maior força de trabalho da indústria de design dos EUA e está na linha da frente no crescimento de postos de trabalho no sector do vestuário, segundo Nancy Sidhu, economista chefe do Kyser Center for Economic Research, que analisa as indústrias do Sul da Califórnia. A razão para isso, diz Randy Youngblood, consultor laboral para o sector de vestuário, é uma combinação de competências e conhecimentos de gestão.

O emprego nas empresas de produção de vestuário de Los Angeles subiu 6,5% face ao ano anterior, para 52.100 pessoas em Maio 2011. «Apesar de serem apenas mais 3.200 empregos, neste sector é uma vitória», considera Sidhu.

O mesmo ainda não pode ser dito ao nível dos EUA, na medida em que o sector apenas conseguiu acrescentar 300 novos postos de trabalho no mesmo período para 157.500 no total. «Acho que [a tendência] pode muito bem continuar», prevê Sidhu. «Os aumentos salariais na China parecem ser uma mudança permanente».

No entanto, nem todos estão convencidos de que o sector esteja a passar por uma revitalização e os dados sugerem o oposto. O U.S. Bureau of Labor Statistics projectou uma queda vertiginosa do emprego na indústria transformadora norte-americana durante o período de 10 anos de 2008 a 2018 nos seus números mais recentes, com os 198.400 empregos na indústria de vestuário a caírem para 88.400.

Mas para as pessoas que estão no terreno e controlam a “qualidade das costuras”, não há como negar o conforto do mercado doméstico. «Considerando a forma como as coisas estão neste momento na China e no resto do mundo, parece uma decisão inteligente para as empresas norte-americanas. Espero que continue a crescer nas próximas semanas, meses e anos vindouros», conclui Kane.

Fonte:|http://www.portugaltextil.com/tabid/63/xmmid/407/xmid/39860/xmview/...

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