Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

A interligação de processos e a conexão entre as máquinas permite a gestão mais acurada da produção, no conceito de indústria 4.0, incluindo a construção de um centro operacional

A transformação digital da Vicunha se acelerou nos últimos anos. Longe de modismos ou slogans, o fabricante nacional de denim e sarja manteve a jornada de automação de processos e de produção sob demanda, conhecida como indústria 4.0. “A convergência de várias iniciativas como a interligação de processos e a conexão entre as máquinas permite uma gestão mais acurada da produção”, afirma Marcel Imaizumi, diretor executivo de operações e planejamento estratégico da Vicunha.

Tecnologias como Internet das Coisas (IOT na sigla em inglês), inteligência artificial, big data, ou seja, as várias “camadas” da indústria 4.0 estão presentes em todo o parque fabril. Dados de manutenção, por exemplo, são checados pelo fornecedor fora do país e corrigidos no caso de algum problema, sem que a produção local, muitas vezes perceba, diz Imaizumi.



A empresa foi uma das pioneiras, entre as têxteis, no uso de tablets por operadores da fábrica para a movimentação dos rolos de tecidos pela planta. O sistema gera ordens de serviço seguindo o melhor fluxo de movimentação, facilitando o trabalho do operador. Antes, quando um rolo de tecido acabava, uma pessoa ia procurar no estoque para fazer a substituição.

Hoje os rolos são localizados e endereçados pelo sistema assim que saem da tecelagem. Quando a máquina precisa ser alimentada, o tablet recebe um alerta, o operador direciona o carrinho e entrega o rolo na máquina correta, ‘just in time’. “Processos inteligentes vão sendo agregados às atividades fabris, eliminando desperdícios de matéria prima e tempo das pessoas em atividades mecânicas”, aponta o diretor.

O custo da robotização, segundo Imaizumi, ainda é muito elevado, mas sua adoção é uma questão de tempo, devido à escassez de mão de obra para processos mecânicos em algumas regiões. “A mão de obra desqualificada vem sumindo e isso exige processos mais inteligentes e autônomos”, diz.

COCKPIT VAI MONITORAR AS OPERAÇÕES DE TODAS AS FÁBRICAS
A empresa vem investindo em gestão, robotização, monitoração e caldeiras automatizadas. A conectividade entre os equipamentos gera uma quantidade imensa de informações, por isso um dos projetos, é a construção de um centro operacional que vai centralizar a visão de toda a organização. “Será um grande cockpit que vai monitorar as operações de todas as fábricas”, diz o diretor.

Outro projeto importante foi a automação das caldeiras, que agora se auto regulam baseadas na demanda. Sensores medem o vapor necessário para o processo que será realizado, sem queima extra de óleo ou madeira. “Isso mudou o perfil do operador que hoje é um analista de produção”, explica Imaizumi. A informação das máquinas permite aos gerentes analisarem a produção, definir tendências e melhorar o desempenho, completa.

REALIDADE AUMENTADA PARA AJUDAR NAS VENDAS
Uma das novas tecnologias em teste na Vicunha é a realidade aumentada. As estampas e tecidos foram virtualizados e ‘vestem’ um modelo em terceira dimensão apresentado no tablet dos representantes, recurso que estará disponível nas próximas coleções.

O próximo Vipreview, evento de lançamento que será realizado na próxima semana, vai permitir que os clientes simulem lavagens e efeitos no denim a partir de uma foto do tecido. Uma ferramenta de realidade virtual, o software Myr, permite aplicar bigode 3D e puídos, obtendo a imagem da peça pronta. Segundo Imaizumi, as novas tecnologias ajudam um setor fragmentado como o das confecções, a acelerar o desenvolvimento, manter a qualidade e cortar custos.

O diretor ressalta que a empresa continuará investindo maciçamente em automação nos próximos 24 meses, com previsão de aumentar em 2,5 milhões de metros ao mês o volume de produção atual.

Atualmente, a Vicunha opera seis fábricas: três no Ceará, sendo duas que produzem denim e uma fiação; uma no Rio Grande do Norte, que fabrica denim e sarja; uma na Argentina; e outra no Equador. A produção anual está estimada em 170 milhões de metros, entre denim e sarja.

Ana Luiza Mahlmeister 

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  O diretor ressalta que a empresa continuará investindo maciçamente em automação nos próximos 24 meses, com previsão de aumentar em 2,5 milhões de metros ao mês o volume de produção atual.

  Atualmente, a Vicunha opera seis fábricas: três no Ceará, sendo duas que produzem denim e uma fiação; uma no Rio Grande do Norte, que fabrica denim e sarja; uma na Argentina; e outra no Equador. A produção anual está estimada em 170 milhões de metros, entre denim e sarja.

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