Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Por Marli Olmos | De Buenos Aires
O grupo Vicunha aguarda a sinalização do programa econômico de Mauricio Macri, presidente eleito da Argentina, para colocar em prática um plano para dobrar a capacidade de produção da sua fábrica em San Juan, na região centro-oeste da Argentina. Um dos principais fabricantes de índigos e brins do mundo, o grupo pretende ampliar a participação das vendas externas na sua receita.
Segundo o presidente do grupo, Ricardo Steinbruch, a expansão deverá absorver um investimento de aproximadamente US$ 35 milhões. A companhia brasileira vai tentar obter esses recursos por meio de financiamento na Argentina. Segundo ele, a empresa já está em contato para conseguir uma linha de crédito do Fondear (Fundo de Desenvolvimento Econômico Argentino), vinculado ao Ministério de Economia.
Hoje a fábrica de San Juan tem 450 funcionários e produz mensalmente 1 milhão de metros de “denim”, tecido usado na fabricação de jeans. O grupo brasileiro fez estreia na Argentina em 1989, por meio de uma representação comercial. Mas somente em 2012 começou a produzir depois de adquirir uma antiga fábrica têxtil.
A direção da Vicunha aguarda os sinais da política econômica de Macri, que tomará posse na próxima semana, para confirmar o investimento. “Precisamos saber, por exemplo, se haverá ou não desvalorização cambial, como ficará a política.”
Expandir a produção fora do Brasil foi um objetivo que, segundo Steinbruch, a empresa tomou ao perceber que poderia “ser atacada dentro de sua própria casa” por conta do aumento de concorrência de empresas estrangeiras, sobretudo da Ásia.
O objetivo é que 50% do faturamento seja proveniente de vendas no exterior. Hoje 40% da receita anual de R$ 1,5 bilhão da Vicunha Têxtil são obtidos fora do país. “Estamos quase lá”, afirma Steinbruch.

Além da Argentina, a empresa também possui uma fábrica no Equador. No Brasil, há unidades industriais no Rio Grande do Norte, Ceará e São Paulo.
O executivo foi um dos convidados a participar ontem do seminário sobre desafios políticos e econômicos na América Latina, realizado em Buenos Aires. O foco do encontro foi discutir as perspectivas de expansão da atividade com a mudança de governo na Argentina.
Steinbruch abriu a sua palestra em tom de melancolia pela crise política e econômica no Brasil. “Que inveja da Argentina”, disse a uma plateia de analistas e empresários que lotou um salão de eventos instalado num píer em Puerto Madero. “Os senhores têm esperança de mudança; no Brasil as coisas vão demorar mais”, destacou ao referir-se à eleição de Macri, um político de centro-direita que promete uma agenda com mais abertura econômica, totalmente diferente da que prevaleceu durante os 12 anos de kirchnerismo.
Aos empresários, o executivo brasileiro disse que no projeto de expansão industrial no mercado latino-americano, o maior problema que seu grupo tem enfrentado são as oscilações econômicas. Segundo ele, a integração regional seria essencial para aumentar a produtividade. “Se pudéssemos fazer intercâmbios entre as fábricas em diversos países da mesma região aumentaríamos a nossa competitividade”, destacou.

Via: Folha de São Paulo — Clipping de notícias de Marcus Herndl Filho, com informações do país e do mundo, além de finanças, economia e demais temas pertinentes.

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