Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

A Vicunha reuniu um grupo diverso de influenciadores para abordar um assunto super atual: “A Nova Cara da Influência”. Estiveram presentes no bate-papo, os estilistas Isaac Silva (que apresentou sua última coleção na SPFW) e Priscilla Silva (da Casa de Criadores), Chico Gonzalez, coordenador de moda da Vicunha, Laryssa Ferreira, estilista da Vicunha Equador e mediação de André Carvalhal, consultor de moda e escritor.

Você já parou para pensar quanto o segmento fashion mudou durante os últimos anos? Já se perguntou quem anda influenciando a moda atualmente? Quais são os novos caminhos e o que os consumidores esperam desses novos influenciadores?

Sim, aconteceram muitas transformações, principalmente durante o período de pandemia que fez acelerar processos e discussões sobre o que realmente é fake, o que é real e o que queremos consumir daqui para frente.

Fato é, quem trabalha no mundo da moda, acaba influenciando de alguma forma, seja o estilista através de sua roupa, seja o marketing de uma empresa ao divulgar uma marca ou ainda pessoas reais e comuns que utilizam e divulgam tais produtos.

Todos os participantes desse encontro foram unânimes em dizer que as pessoas, atualmente, buscam saber qual a história por trás de cada produto, seus processos, por quem foi feito, onde e como. Laryssa conta que a crise por conta do Coronavírus trouxe um boom digital que foi benéfico para o surgindo de muitas marcas pequenas, a valorização do regional, além de collabs entre grandes fast fashions e companhias com pequenos produtores.

Para Chico, as empresas têm um grande papel de influência e elas estão alinhadas hoje com essa nova demanda. “O consumidor busca a origem da fibra, se teve mão de obra escrava, como foi produzido. E não só o tecido, é toda a essência da empresa, suas práticas, colaboradores, fábricas..”, comenta.

E o que dizer do novo consumidor?

“(O consumidor) vem buscando produtos com menor impacto ao meio ambiente, além de informação de moda”, afirma Isaac. “Ele não quer só consumir uma peça mas também consumir a história que está por trás, saber a visão, tecidos da marca e quais os impactos à natureza”, comenta Priscilla.

Para Carvalhal, as pessoas estão mais conscientes e até pagam um preço maior por isso. Além disso, os consumidores têm bastante influência sobre as marcas, cobram informações delas.

A verdade e a moda

Muito mais do que produto, a verdade e a transparência ditam a moda. Chico abordou o assunto, falando das “publis” que não transmitem veracidade e que valoriza a essência de cada marca e o que há por trás. Ele diz se inspirar bastante em novos criadores que têm uma fala poderosa, uma essência super bacana e que valorizam peças sustentáveis, coleções enxutas e mais pensadas, foco no slowfashion ou no artesanal.

Isaac diz que as pessoas o inspiram, além das questões ancestrais, afro-indígenas e suas histórias. Laryssa conta que sua fonte de inspiração são as histórias, tanto as nossas quanto as de outros. Já para Priscilla, a questão dos povos indígenas e os cuidados com a natureza chamam atenção, além de pessoas e sentimentos.

Carvalhal conta que a moda, durante algum tempo traduzia uma história de fantasia, sonhos e chegou a ficar bem distante das pessoas, desconectada da realidade. Porém, durante a pandemia, as pessoas conseguiram rever esse cenário e isso refletiu também no modo como os influenciadores trabalham, com mais verdade. Antes era tudo reproduzido segundo as regras do mercado e talvez, hoje, possamos ter uma moda com mais identidade.

“A moda nunca esteve tão democrática. As pessoas buscam exemplos de pessoas mais próximas e, qualquer um pode ser um influenciador”, diz Laryssa.

“A gente deve isso à tecnologia. Antes a moda era esse mundo fechado de fantasia, tinha todo um processo, de coleção, campanha, revista, até chegar ao público final. Hoje as marcas mostram seu backstage, as costureiras, os ateliês, todo o processo de construção das peças. A moda mudou e é um caminho sem volta. A moda precisa falar sobre pessoas e vestir essas pessoas”, comenta Isaac.

“Acabou o truque da moda, a roupa copiada, se apropriar do outro. Agora são coleções reais e corpos reais. Todos nós influenciamos. Os bastidores estão à nossa frente, os processos tecnológicos também. A gente fala com o público real”, afirma Chico.

“A moda é sobre verdade. O estilista, talvez, seja a mente criativa, mas a gente precisa dos membros, as pessoas que compõem esse time. Todos têm essa importância”, relata Priscilla.

E, quando falamos em mudanças no mundo fashion, claro, isso vem acontecendo aos poucos. Grandes magazines e fast fashions ou atacados vêm caminhando nesse sentindo, mas há ainda muita coisa a ser feita. Chico lembrou dos grandes grupos de moda que vêm repensando essa cadeia, e trazendo mais essência ao produto, com mini coleções, colaborações com novos criadores.

Para Isaac, as grandes marcas precisam realizar parcerias com as pequenas numa ação conjunta, uma ajudando a outra.

Verdade, autenticidade e axé são as palavras de ordem desse time expert em influenciar, de alguma forma o segmento de moda, onde existem pessoas por trás de cada produto que chega ao consumidor e onde uma história pode valer muito mais do que simplesmente um par de calças jeans.

Confira a transmissão na íntegra:

Fonte: Vanessa de Castro | Foto: Reprodução/Youtube

https://guiajeanswear.com.br/noticias/vicunha-promove-discussao-sob...

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