São Paulo – Uma designer britânica de 26 anos levou a reciclagem de lixo a um novo patamar, ao lançar uma coleção inteira de peças de vestuário feitas a partir de resíduos de alimentos. Hoyan Ip reutiliza as sobras de comida para criar acessórios como bolsas, colares, fivelas de cinto, botões e golas de camisas, aos quais chama de 'bio-trimmings', algo como “bio-enfeites”, no português.
Apesar da matéria-prima incomum, o processo de transformação é bem simples: depois de selecionados, os restos de comida são “esmagados” e moldados na forma desejada, seguindo então para secagem. Por fim, eles recebem uma camada de uma substância especial que dá brilho às peças.
Os ingredientes podem variar de restos de um jantar sofisticado, de um almoço tradicional ou, até mesmo, da sobra de um lanche junkfood – ela não faz distinção, seu objetivo principal é apenas alertar sobre o desperdício de alimento no mundo e, de alguma forma, trazer a indústria da moda para a discussão.
"Eu proponho a identificar a relação entre o desperdício de alimentos e os resíduos produzidos a partir da própria indústria da moda", escreveu ela em seu site. "Pode-se argumentar que nada é mais novidade em termos de tendências de moda. As roupas são re-interpretadas a cada temporada. Por isso vale a pena preservar o que no nosso guarda-roupa já tem pronto, e encontrar novos formas de usá-las”, sustenta.
Mas o que o consumidor pensa sobre isso? Essa é outra questão que instiga Hoyan a tocar o projeto. Para a designer, o 'bio-trimmings' muda a psicologia dos consumidores em relação às marcas, ao alterar pequenos detalhes em uma peça de vestuário. “Como um devoto da Burberry reagiria a um icônico trench coat da marca com enfeites de comida desperdiçada?”, questiona.
“Será que a adição de produtos feitos a partir de resíduos de alimentos reduziria o valor da marca ou aumentaria esse valor, tendo em conta a importância crescente dos valores de sustentabilidade e ética hoje em dia?”. Se a moda vai pegar, não dá para saber, mas certamente vai dar o que falar.
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FONTE: EXAME
Leia mais em: http://exame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/sustentabilidade/...
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