Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Sob o controle da Cia do Jeans no Brasil, a marca americana inaugura showroom no Brás, com o propósito de atravessar a fronteira do western

Desde o início do ano, a americana Wrangler está licenciada para a Cia do Jeans, que assumiu a operação da marca no Brasil, com produção local e canal próprio de comercialização. Na nova fase, a empresa prepara a expansão da marca para além da fronteira do western, mercado onde tem forte participação. “Estamos saltando o muro do nicho”, diz Ronald Grunwald, gerente comercial da Wrangler para explicar a decisão de abrir um showroom no polo de atacado do Brás, na capital paulista.

O espaço de 150 metros quadrados foi inaugurado ontem, segunda-feira, 16 de julho, na rua Paraíba, que começa na agitação da Maria Marcolina. Começou apresentando a coleção do verão 2019, cuja principal característica é a multiplicação da quantidade de modelos voltados aos caubóis do asfalto. A estação completa tem 320 modelos, incluindo a estreia da linha de acessórios, começando pelos bonés. Aumentou o número de opções das chamadas peças urbanas, tanto para homens, quanto para mulheres, aponta o gerente comercial. E no segundo semestre, a oferta será ainda maior, conta o executivo.

Ele explica nos últimos 15 anos a marca ficou muito focada no mercado western no mundo inteiro. No Brasil, em função dessa orientação conquistou em torno de 600 multimarcas que abastecem o universo dos rodeios ou dos simpatizantes em regiões como o interior de São Paulo, Goiás, Mato Grosso, sul de Minas Gerais e norte do Paraná, atendidas por 23 representantes comerciais. O objetivo é chegar a 1,5 mil multimarcas até o final do ano, informa Grunwald.

NOVOS FITS E PREÇOS MENORES QUE DOS IMPORTADOS
A Wrangler vai continuar a produzir modelos no estilo western. Mas mesmo esse público tem mudado a disposição nos últimos três anos. Se antes só compravam jeans 100% algodão, os mais modernos têm trocado por denim com elastano de conforto, diz o gerente. A coleção urbana inclui modelos de calças masculinas mais afilados, com comprimento de pernas mais curto e cintura um pouco mais baixa que a tradicional, mas ainda com cinco passantes de cós. É para serem usadas com tênis, ou sapatênis, no lugar de botas.

As mulheres do mercado western gostam de calças muito justas e com muitos bordados nos bolsos. Para o mercado urbano, a coleção do verão incluiu a barra flare e skinny com super power, conta o gerente da marca. A sarja ganhou mais cores, além do preto, do branco e do cinza. A coleção toda é complementada por camisetas, camisas e polos.

Entre as vantagens da produção local, Grunwald aponta os ganhos de margens para os lojistas e sem a dor de cabeça de ter que acompanhar a variação do câmbio na compra dos importados. “Entramos com produtos com a mesma qualidade e preços melhores”, ressalta o executivo. De acordo com ele, uma calça básica da marca sai por R$ 79 no atacado, chegando a R$ 119. Preços que representariam algo entre 20 e 30% menor que o importado.

PLANOS DE VAREJO
Embora com sede em Belo Horizonte, em Minas Gerais, a produção da Cia do Jeans fica em Colatina, no Espírito Santo, e engloba não apenas a Wrangler. Produz também para Vilejack e Enrico Rossi, outras duas marcas licenciadas, que terão espaço reservado dentro do showroom, ainda que atuem com operações separadas, conta o gerente.

O plano de ter presença no varejo permanece, devendo abrir a primeira loja em 2019 dentro de um shopping center para testar o modelo, observa Grunwald. A meta acertada com a VF Corp, holding americana dona da marca, é de ter dez lojas de varejo até 2022. “Nosso primeiro semestre foi forte e dentro das metas acertadas, cumprindo as metas iniciais”, assegura o gerente sem informar detalhes.

Contudo, quando do anúncio do acordo de licenciamento, em março passado, Fernando Abras, diretor da Cia do Jeans, disse ao GBLjeans que o plano era produzir 80 mil peças por mês do jeans do tipo western na primeira fase, e chegar a 100 mil peças com a entrada dos modelos urbanos.


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