A China anunciou esta terça-feira que está a investigar o grupo norte-americano PVH, proprietário das marcas Calvin Klein e Tommy Hilfiger, após o seu “boicote infundado” ao algodão de Xinjiang, onde são alegadamente cometidas violações dos direitos humanos.
Região no noroeste da China, Xinjiang é há muito atingida por atentados que resultaram em numerosos mortos civis. Na última década, tem sido objeto de uma política de segurança firme levada a cabo em nome do antiterrorismo.
Acusações de ONGs e de estudos ocidentais, que a AFP não consegue verificar, têm relatado internamentos massivos em “campos de reeducação” e “trabalhos forçados”, particularmente no setor da produção de algodão para o setor do vestuário.
Estas medidas serão especialmente direcionadas aos uigures, elementos de um grande grupo étnico muçulmano. A China nega estas acusações e afirma que a sua política de segurança permitiu travar os ataques e garantir o desenvolvimento económico da região.
Devido a estas acusações, alguns grupos estrangeiros colocaram em causa os seus laços com Xinjiang.
A PVH é suspeita de “levar a cabo um boicote infundado ao algodão e outros produtos de Xinjiang” e, assim, “prejudicar gravemente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas envolvidas”, anunciou na terça-feira o ministério do Comércio chinês em comunicado.
O grupo norte-americano é acusado de “violar os princípios comerciais normais do mercado” e de ter “suspendido as transações normais com empresas chinesas, outras organizações e indivíduos, e de ter adotado medidas discriminatórias”, acrescentou.
O ministério anunciou o lançamento de uma investigação, durante a qual a PVH tem 30 dias para demonstrar que não tomou medidas discriminatórias contra os produtos ligados a Xinjiang nos últimos três anos.
Se o grupo for considerado culpado das acusações, poderá ser colocado numa lista de “entidades não confiáveis”.
O ministério do Comércio não especificou quais poderão ser as repercussões concretas para a PVH. Mas, este mecanismo permite, geralmente, a aplicação de coimas e também de diversas restrições.
O grupo norte-americano não respondeu de imediato a um pedido de comentários da AFP.
O centro de reflexão australiano Aspi, financiado por autoridades australianas, mas também estrangeiras (nomeadamente americanas), publicou em 2020 um estudo no qual acusou várias marcas mundialmente famosas de recorrerem a “trabalho forçado” em Xinjiang.
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