Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Zady é uma loja virtual perfeita para designers sustentáveis

A segurança dos trabalhadores da indústria do vestuário nunca foi examinado muito de perto. Houveram várias mortes e incêndios em fábricas em Bangladesh, o segundo maior produtor de roupas baratas do mundo, mas o caso mais famoso foi o colapso do edifício de 8 andares chamado Rana Plaza em 2013, que deixou 1.138 mortos e 2.500 feridos, mostrando ao mundo onde as roupas das grandes varejistas do fast fashion estavam sendo produzidas e de que forma.

Em meio as preocupações sobre a exploração dos trabalhadores ( a maioria é de mulheres) nas oficinas que fabricam para marcas de fast fashion em Bangladesh, esses trabalhadores aparentemente não tinham praticamente nenhum direito trabalhista e a saúde e segurança são praticamente inexistentes, assim a tragédia destacou o custo humano da roupa barata. Muitos empregados viram rachaduras no prédio antes do desabamento, mas foram obrigados a voltar ao trabalho.

Com o desastre do Rana Plaza a indústria do fast fashion poi exposta mundialmente e tudo aquilo que já vinham fazendo por décadas não podia mais ser escondido, assim tiveram que encarar o bombardamento negativo da mídia e dos consumidores.

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32 empresas estavam ligadas ao Rana Plaza e se beneficiavam dessa forma de trabalho escravo e segundo o  Rana Plaza Donors Trust Fund, criado para compensar as vítimas e suas famílias, em 8 de Junho de 2015, o valor estipulado para o pagamento às vítimas e seus dependentes é de aproximadamente US$ 30 milhões.

Este montante é suficiente para financiar todos os pagamentos a todos os beneficiários, mas passados 2 anos do desastre um pouco mais de US$17 milhões foi recebido. Veja a lista dos devedores no site da Clean Clothes Campaign.

 A Uniqlo, uma gigante japonesa do fast fashion, foi acusada publicamente por fechar os olhos para a negligência de uma das fábricas de seus fornecedores chineses, a Artigas Clothing and Leather, que fechou as portas sem aviso prévio, removendo os equipamentos e máquinas e negou aos trabalhadores indenizações e pagamentos de seguro social.

O que aconteceu com as trabalhadoras chinesas que fabricavam as roupas baratas da Uniqlo e faziam greve por condições de trabalho descentes? Foram espancadas pela polícia, o que acontece rotineiramente nos países fábrica que atendem as encomendas dos escravocratas da indústria do fast fashion.

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O que é mais surreal nessa história é que 80% da mão de obra nessas fábricas é composta por mulheres que são tratadas como escravas, e as roupas fabricadas por elas são vendidas para mulheres de outros países que estão avidas para comprar a “última moda barata” apresentada semanalmente nas lojas das gigantes do fast fashion. Um exemplo disso é a nova loja da Forever 21 que abriu em Belo Horizonte com fila quilométrica na porta.

Em resumo: mulheres financiam a exploração de outras mulheres tendo como intermediário as gigantes da roupa barata e descartável. Diabólico não? A indústria do fast fashion viajou no tempo e importou as péssimas condições de trabalho do século XIX no início da revolução industrial para o século XXI. Até quando as pessoas vão continuar a financiar isso?

Zady é uma loja virtual perfeita para designers sustentáveis stylo urbano-7A indústria do fast fashion atual tem a mesma mentalidade escravocrata das indústrias do século XIX.

Para tentar reverter a situação calamitosa ou tentar criar uma nova imagem “mais positiva”, essa grandes redes de varejo firmaram acordos com várias organizações internacionais se “comprometendo em erradicar” os produtos químicos em suas roupas, parar de poluir o meio ambiente, coibir o trabalho escravo e incentivar financeiramente no desenvolvimento de novas tecnologias sustentáveis.

Enquanto as empresas de fast fashion tentam reparar os danos que tem feito para ficarem “bem na fita” (o que é impossível), um grupo de empresas inovadoras de comércio eletrônico focam na transparência de seus negócios. A loja virtual Zady, é um site de comércio eletrônico baseado na transparência de cada passo da fabricação dos produtos vendidos por designers sustentáveis.

A Zady trabalha com marcas de moda e decoração de todo o mundo para mostrar que os produtos são feitos de forma ética e fabricados com materiais de qualidade. A empresa foi lançada há dois anos atrás pelas amigas Maxine Bédat e Soraya Darabi que começaram a plataforma como uma alternativa ao atual “fast fashion”, onde os consumidores tendem a comprar um monte de roupas baratas em vez de algumas peças atemporais e que durem.

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Quando as duas fundadoras estavam à procura de fornecedores, elas fizeram uma simples pergunta para os fabricantes de moda: Onde são feitas suas roupas? A maioria das respostas foram vagas, e alguns disseram que era na Ásia. Apenas um punhado de pequenas fábricas americanas e boutiques no exterior estavam ansiosos para falar sobre as origens de seus peças. Estes foram os tipos de fabricantes que Soraya Darabi e Maxine Bédat escolheram trabalhar.

A Zady está em San Francisco da mesma forma que as duas lojas online de moda sustentável, a Cuyana e a Everlane, que estão traçando um caminho intermediário entre os varejistas do mercado de massa, como a H & M, Zara, Forever 21 e das marcas de luxo exclusivas que estão fora do alcance da maioria dos compradores. Elas acreditam que os clientes vão pagar um pouco mais por peças de roupas clássicas, de alta qualidade e acessórios que são feitos de forma ética ao contrário do que faz o mercado do fast fashion.

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Zady tem atualmente cerca de 136 desses designers em seu site mas também tem uma linha própria. Em cada página do produto, os clientes encontram detalhes sobre onde o produto é feito e quais matérias-primas são usadas. Há também uma biografia dos designers e os perfis das empresas que criam cada produto. Além disso, a Bootstrap Project um parceiro da Zady, promove empresários de artesanato do mundo em desenvolvimento. Uma parte de cada compra feita na plataforma vai para financiar estas micro-empresas.

A indústria da moda hoje se concentra muito em itens baratos, e por causa disso, há métodos artesanais de confecção de roupas e acessórios que estão sendo perdidos e esquecidos. A Zady oferece o oposto, uma maneira de encontrar facilmente as marcas que usam materiais de alta qualidade, resistentes e com  métodos sustentáveis. Para os consumidores que se preocupam com os aspectos da moda, esta plataforma torna as compras infinitamente mais fáceis e é uma fonte de inspiração para que outras startups de varejo online surjam no mercado de moda ética.

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