Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Há muito tempo que a Zara é conhecida como “o prodígio” da fast fashion no sector de retalho. Desde que abriu a sua primeira loja em 1975, continua a ouvir os seus clientes e o seu processo tornou-se um modelo a considerar, se não a copiar, por toda a indústria da moda.

O processo de design da Zara difere da norma. Enquanto a maioria das marcas trabalha ao longo de seis meses para apresentar novos conceitos, a Zara fá-lo em apenas três semanas. O processo é facilitado pela sua cadeia de aprovisionamento, já que mantêm mais de metade das fábricas perto dos seus mercados chave. Além disso, enquanto outras cadeias de retalho têm dificuldades em corresponder ao ritmo das exigências do consumidor atual, a Zara não se intimida, estando sempre um passo à frente.

A Zara pertence à Inditex, uma das mais reconhecidas empresas de moda do mundo, e conta com mais de 2.000 lojas em 96 mercados. As vendas têm aumentado em cerca de 12% ao ano, ao longo dos últimos 15 anos.

O que impede a Zara de um crescimento mais acelerado?

O processo que a marca utiliza para levar novos produtos para o mercado difere dos demais. A empresa produz um novo item em pequenas quantidades na Ásia, envia-o como um “produto cru”, ou seja, sem cor ou corte final, e depois acaba-o na Península Ibérica. Desta forma, o custo do produto é muito maior do que se o artigo fosse completamente fabricado, em grandes volumes, na Ásia. A Zara está disposta a sacrificar as margens, privilegiando a velocidade a que chega ao mercado .

Já não são os mais rápidos

Um artigo publicado recentemente na Reuters retrata os novos desafios que a Zara enfrenta para manter o ritmo semelhante ao das novas marcas. A Inditex depara-se atualmente com uma competição crescente de empresas de venda online mais jovens, como a Boohoo.com ou a Missguided. Os seus rivais estão a produzir vestuário a maior velocidade – com uma semana a separar o design da venda – e atualizando os seus sites de comércio eletrónico diariamente com centenas de novas peças.

Deste modo, a Inditex quer conjugar as vendas online com a presença física, focando-se numa grande escala, ou seja, criando lojas especializadas onde os clientes podem experimentar a roupa e fazer a compra mais tarde, online. Se a tática se revelar bem-sucedida, a empresa pode começar a consolidar a presença física para continuar a competir (ver  Inditex acelera rumo ao futuro). 

«A Zara já fez e continua a fazer muita coisa bem, e é seguro assumir-se que mede os possíveis resultados de cada passo, antes de o dar», escreve Greg Petro, para a Forbes. A cadeia de aprovisionamento da Zara rege-se por uma ciência exata, o que poderá desmoronar-se caso abram lojas a um ritmo demasiado acelerado, explica Petro.

Novo sistema, novos benefícios

A marca continua a investir nas novas tecnologias que a mantêm no topo da discussão da fast fashion. Recentemente anunciou o lançamento de um serviço de envio de roupa a partir de lojas, em cerca de 2.000 dos seus espaços. Até ao final do ano, produtos que não estejam no stock online, mas disponíveis numa loja física nas proximidades, poderão ser enviados diretamente dessa loja para o consumidor.

Como se pode ler no Wall Street Journal, «os benefícios do novo sistema terão três grandes vantagens: os consumidores poderão receber os artigos mais rapidamente, as lojas permanecerão relevantes na era das compras online e a Zara poderá gerir melhor o inventário. Por último, ainda assim, é necessário ter em conta que a Zara vive sob a regra de ouro do retalho: o consumidor é o centro de tudo o que faz e usa os seus conhecimentos para entregar o produto exato, ao preço certo, no tempo ideal», conclui.

https://www.portugaltextil.com/zara-quao-longe-pode-ir-o-prodigio-d...

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  A marca continua a investir nas novas tecnologias que a mantêm no topo da discussão da fast fashion. Recentemente anunciou o lançamento de um serviço de envio de roupa a partir de lojas, em cerca de 2.000 dos seus espaços.

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