Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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A varejista espanhola Zara tirou do mercado uma camiseta infantil "de xerife" horas depois de lançá-la, após um protesto público que argumentava que a peça, listrada e com uma estrela amarela do lado esquerdo do peito, se assemelhava à roupa usada por prisioneiros dos campos de concentração nazistas durante o Holocausto.

A camiseta de manga comprida da Zara tem listras horizontais azuis e é desprovida de botões, diferentemente da peça usada por prisioneiros de campos de concentração na Segunda Guerra, que tinha botões e ostentava, primordialmente, listras cinzas e verdes.

Mas, para alguns observadores, a semelhança é evidente. O jornal israelense "Haaretz" escreveu que a camisa "traz uma grande estrela de seis pontas na parte superior esquerda, exatamente no lugar em que os nazistas obrigaram os judeus a usar a Estrela de Davi", acrescentando que a roupa era uma "reminiscência pungente de uma era mais sombria".

A camisa da Zara traz a palavra "xerife" escrita na estrela, mas ela só pode ser vista de perto. Uma porta-voz da Zara, controlada pela Inditex, a maior varejista mundial de moda, com mais de 2 mil lojas em 88 países, disse que a camisa só era comercializada on-line. Apenas um número "muito pequeno" tinha sido vendido e, "onde suas remessas ainda não tivessem sido feitas, as encomendas estavam sendo canceladas". A empresa disse não ter tido a intenção de perturbar ninguém. "A confecção foi inspirada nos filmes clássicos de faroeste, mas agora reconhecemos que seu design pode ser visto como insensível e pedimos sinceras desculpas por qualquer ofensa causada a nossos clientes."

Essa não é a primeira gafe cultural cometida pela Zara. Em 2007, ela retirou do mercado uma bolsa decorada com uma suástica, e alguns dias atrás recolheu uma camiseta com o slogan "White is the new black" ("O branco é o novo negro"). Alguns meses atrás a H&M, a rival sueca da Zara, suspendeu as vendas de uma camisa sem mangas com um crânio humano no interior de uma estrela de Davi.

Criar roupas e fantasias para crianças pode ser uma atividade coalhada de dificuldades. Antes do Halloween (ou Dia das Bruxas) do ano passado, a rede de supermercados Walmart recolheu sua roupa Turban Beard após críticos terem dito que ela lembrava Osama bin Laden, enquanto seu vestido Naughty Leopard para crianças de 1 a 3 anos também foi cortado, diante de reclamações de que ele parecia um "baby-doll" para bebês de verdade.

No Reino Unido, as redes Asda e Tesco tiraram das gôndolas camisas-de-força Mental Patient e sobretudos Psycho Ward, com estampas imitando manchas de sangue, após objeções de grupos de saúde mental, e a Amazon tirou do mercado uma roupa de zumbi inspirada em Jimmy Savile, o falecido apresentador de TV acusado de abusar de crianças.


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Por John Aglionby | Financial Times, de Londres

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