Construir, planejar, trabalhar em equipe. Conheça histórias de ex-competidores que levaram o que aprenderam na robótica educacional para a universidade e o mundo do trabalho.
O que se aprende na robótica, não fica na robótica. A prova disso é que 43% dos competidores desejam seguir carreira na área de engenharia
O que se aprende na robótica nas escolas não fica só nesse universo. A prova disso é que 43% dos competidores desejam seguir carreira na área de engenharia. Apesquisa sobre educação tecnológicafoi aplicada com 1,4 mil estudantes, entre 10 e 19 anos de idade, peloServiço Social da Indústria (SESI), em março deste ano.
Ana Clara Freire, 18 anos, Wigne Cândido, 25 anos, e Letícia Marinho, 19 anos, são exemplos de que o mundo dos robôs pode ser transformado em carreira profissional. Os três passaram por diferentes modalidades na robótica e, hoje, inspiram outros jovens a conquistarem a tão sonhada vaga na universidade e ingressarem no mercado de trabalho.
Aluna do SESI desde cedo, Ana Clara entrou no SESI por meio de um sorteio de vagas remanescentes, ainda com 5 anos. E, como ela mesma diz, “deu muito certo”.
A paulistana entrou em uma equipe de robótica aos 12 anos. No começo, não sabia muito bem o que fazer e nem imaginava que o seu futuro já estava sendo desenhado ali, construindo e projetando robôs
Com o passar do tempo, já com 12 anos, a paulistana entrou em uma equipe de robótica. No começo, não sabia muito bem o que fazer e nem imaginava que o seu futuro já estava sendo desenhado ali, construindo e projetando robôs.
A primeira equipe de robótica do SESI Canaã (GO), a Gametech, nasceu na base do improviso, os estudantes até treinavam na sala dos professores no começo, mas não deixaram de depositar todas as suas fichas no projeto, inclusive o Wigne, ex-competidor da modalidadeFIRST LEGO League Challenge (FLLC).
“Ficava na parte da montagem dos robôs, gostava de trabalhar com as ferramentas, planejar estratégias para cumprir as missões do jogo e isso me provocou interesse pela área de engenharia”, lembra o goiano.
Já a Letícia tem influência da indústria dentro de casa, o pai trabalha no ramo. No ensino médio, ela ingressou no SESI Catalão (GO) e logo foi convidada para fazer parte da equipe MEQ LEGO, de FLLC. Apesar de ter sido apresentada à robótica bem na época da pandemia de COVID-19, ela se apaixonou pelo projeto e investiu nisso.
Dos robôs de LEGO, Letícia foi para a modalidade daFIRST Tech Challenge (FTC), onde atuou como montadora e pilota de robô na equipe Brain Machine. E não, não parou por aí, ela também foi juíza de robô, em um torneio regional de Goiás e se dedicou como mentora da FTC e daFIRST Robotics Competition (FRC).
Dos robôs de LEGO, Letícia foi para a modalidade da FIRST Tech Challenge (FTC), onde atuou como montadora e pilota de robô na equipe Brain Machine
Por falar em mentoria, o Wigne também ficou algumas temporadas ajudando as equipes do SESI Canaã. Assim como a Ana Clara, que em meio à correria de trabalho e faculdade, sempre reserva um tempinho para apoiar e ensinar os competidores da sua equipe de coração, a 7565 Robonáticos.
“As coisas vão se encaixando na agenda. Como já participei do desenvolvimento de alguns projetos antigos, é mais fácil entender e auxiliar o processo de criação da equipe”, explica Ana.
“E se eu fizer engenharia?”
Essa dúvida sobre o futuro profissional passa pela cabeça de muitos competidores da robótica — e não seria diferente com esses três, que não só pensaram na possibilidade, como foram aprovados para cursar engenharia.
Wigne, por exemplo, tinha certeza de que queria ser engenheiro — só mudou um pouquinho o trajeto, literalmente. Começou o curso de engenharia civil, até gostou, mas no fundo, sabia que não era aquilo que queria pra sua vida. Foi aí que garantiu aprovação para o curso de engenharia de transportes na Universidade Federal de Goiás (UFG) e se encontrou nesse mundo. Não é à toa que já trabalha há quatro anos na área de logística da Ambev.
“A robótica educacional desenvolveu habilidades práticas e estimulou minha escolha pelo curso de engenharia”, destaca Wigne.
Para Ana Clara, conforme o ensino médio chegava ao fim, as dúvidas aumentavam. “Até entrar pra robótica, queria fazer medicina, depois mudei pra relações internacionais, por fim, decidi fazer engenharia”, conta.
A ideia de fazer engenharia não era tão nova para ela, pois durante o ensino médio fez curso técnico de mecatrônica noServiço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o que pesou muito na sua decisão em fazer engenharia de produção.
Aí vai uma dica que talvez você não saiba: algumas universidades oferecem bolsas de estudo para estudantes que participaram de projetos de robótica, tanto públicas quanto privadas. Foi assim que Ana ingressou na Universidade São Judas Tadeu (USJT), com 100% de desconto pelo seu excelente desempenho na robótica.
Hoje, além de universitária, mentora da Robonáticos e juíza voluntária de robótica, ela trabalha na multinacional americana Sherwin-Williams.
Hoje, além de universitária, mentora da Robonáticos e juíza voluntária de robótica, ela trabalha na multinacional americana Sherwin-Williams
“O meu estágio não é tão operacional, é mais estratégico. Cuido de indicadores, desenvolvimento de novos projetos, fluxos… A maioria das coisas que aprendi na robótica coloco em prática no ambiente corporativo, porque fazia muitas apresentações, trabalhava com dados, análises, pesquisas”, ressalta.
Lembra da nossa pilota de FTC, a Letícia? Então, restam dúvidas de qual curso ela escolheria? Engenharia mecatrônica. Já está no 5º semestre de graduação na Universidade Federal de Catalão (UFCAT).
“Me encontrei na mecatrônica. É uma área que engloba muitos conhecimentos que adquiri na robótica, como programação, desenho técnico, AutoCAD. Na graduação, aprofundei esse conhecimento e expandi meu aprendizado em tecnologia e inovação”, enfatiza.
Uma vez robotiquer, sempre robotiquer!
...robotiquer! Sim, o tempo pode até passar, mas o espírito FIRST ficará vivo em você. Não é à toa que a Ana Clara continua sendo mentora da equipe em que cresceu e ajudou a crescer e a Letícia que, por hora, não está mais atuando em mentorias, mas pretende voltar logo, logo e, mais que isso, montar seu próprio time.
“Um dos meus maiores sonhos é ter minha própria equipe de robótica e me tornar técnica um dia. Enquanto isso não acontece, quero trabalhar na indústria, nas áreas de montagem”, declara.
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Robótica nas escolas: o primeiro passo para uma carreira em engenharia
por Romildo de Paula Leite
domingo
Construir, planejar, trabalhar em equipe. Conheça histórias de ex-competidores que levaram o que aprenderam na robótica educacional para a universidade e o mundo do trabalho.
O que se aprende na robótica nas escolas não fica só nesse universo. A prova disso é que 43% dos competidores desejam seguir carreira na área de engenharia. A pesquisa sobre educação tecnológica foi aplicada com 1,4 mil estudantes, entre 10 e 19 anos de idade, pelo Serviço Social da Indústria (SESI), em março deste ano.
Ana Clara Freire, 18 anos, Wigne Cândido, 25 anos, e Letícia Marinho, 19 anos, são exemplos de que o mundo dos robôs pode ser transformado em carreira profissional. Os três passaram por diferentes modalidades na robótica e, hoje, inspiram outros jovens a conquistarem a tão sonhada vaga na universidade e ingressarem no mercado de trabalho.
Aluna do SESI desde cedo, Ana Clara entrou no SESI por meio de um sorteio de vagas remanescentes, ainda com 5 anos. E, como ela mesma diz, “deu muito certo”.
Com o passar do tempo, já com 12 anos, a paulistana entrou em uma equipe de robótica. No começo, não sabia muito bem o que fazer e nem imaginava que o seu futuro já estava sendo desenhado ali, construindo e projetando robôs.
A primeira equipe de robótica do SESI Canaã (GO), a Gametech, nasceu na base do improviso, os estudantes até treinavam na sala dos professores no começo, mas não deixaram de depositar todas as suas fichas no projeto, inclusive o Wigne, ex-competidor da modalidade FIRST LEGO League Challenge (FLLC).
“Ficava na parte da montagem dos robôs, gostava de trabalhar com as ferramentas, planejar estratégias para cumprir as missões do jogo e isso me provocou interesse pela área de engenharia”, lembra o goiano.
Já a Letícia tem influência da indústria dentro de casa, o pai trabalha no ramo. No ensino médio, ela ingressou no SESI Catalão (GO) e logo foi convidada para fazer parte da equipe MEQ LEGO, de FLLC. Apesar de ter sido apresentada à robótica bem na época da pandemia de COVID-19, ela se apaixonou pelo projeto e investiu nisso.
Dos robôs de LEGO, Letícia foi para a modalidade da FIRST Tech Challenge (FTC), onde atuou como montadora e pilota de robô na equipe Brain Machine. E não, não parou por aí, ela também foi juíza de robô, em um torneio regional de Goiás e se dedicou como mentora da FTC e da FIRST Robotics Competition (FRC).
Por falar em mentoria, o Wigne também ficou algumas temporadas ajudando as equipes do SESI Canaã. Assim como a Ana Clara, que em meio à correria de trabalho e faculdade, sempre reserva um tempinho para apoiar e ensinar os competidores da sua equipe de coração, a 7565 Robonáticos.
“As coisas vão se encaixando na agenda. Como já participei do desenvolvimento de alguns projetos antigos, é mais fácil entender e auxiliar o processo de criação da equipe”, explica Ana.
“E se eu fizer engenharia?”
Essa dúvida sobre o futuro profissional passa pela cabeça de muitos competidores da robótica — e não seria diferente com esses três, que não só pensaram na possibilidade, como foram aprovados para cursar engenharia.
Wigne, por exemplo, tinha certeza de que queria ser engenheiro — só mudou um pouquinho o trajeto, literalmente. Começou o curso de engenharia civil, até gostou, mas no fundo, sabia que não era aquilo que queria pra sua vida. Foi aí que garantiu aprovação para o curso de engenharia de transportes na Universidade Federal de Goiás (UFG) e se encontrou nesse mundo. Não é à toa que já trabalha há quatro anos na área de logística da Ambev.
“A robótica educacional desenvolveu habilidades práticas e estimulou minha escolha pelo curso de engenharia”, destaca Wigne.
Para Ana Clara, conforme o ensino médio chegava ao fim, as dúvidas aumentavam. “Até entrar pra robótica, queria fazer medicina, depois mudei pra relações internacionais, por fim, decidi fazer engenharia”, conta.
A ideia de fazer engenharia não era tão nova para ela, pois durante o ensino médio fez curso técnico de mecatrônica no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o que pesou muito na sua decisão em fazer engenharia de produção.
Aí vai uma dica que talvez você não saiba: algumas universidades oferecem bolsas de estudo para estudantes que participaram de projetos de robótica, tanto públicas quanto privadas. Foi assim que Ana ingressou na Universidade São Judas Tadeu (USJT), com 100% de desconto pelo seu excelente desempenho na robótica.
Hoje, além de universitária, mentora da Robonáticos e juíza voluntária de robótica, ela trabalha na multinacional americana Sherwin-Williams.
“O meu estágio não é tão operacional, é mais estratégico. Cuido de indicadores, desenvolvimento de novos projetos, fluxos… A maioria das coisas que aprendi na robótica coloco em prática no ambiente corporativo, porque fazia muitas apresentações, trabalhava com dados, análises, pesquisas”, ressalta.
Lembra da nossa pilota de FTC, a Letícia? Então, restam dúvidas de qual curso ela escolheria? Engenharia mecatrônica. Já está no 5º semestre de graduação na Universidade Federal de Catalão (UFCAT).
“Me encontrei na mecatrônica. É uma área que engloba muitos conhecimentos que adquiri na robótica, como programação, desenho técnico, AutoCAD. Na graduação, aprofundei esse conhecimento e expandi meu aprendizado em tecnologia e inovação”, enfatiza.
Uma vez robotiquer, sempre robotiquer!
...robotiquer! Sim, o tempo pode até passar, mas o espírito FIRST ficará vivo em você. Não é à toa que a Ana Clara continua sendo mentora da equipe em que cresceu e ajudou a crescer e a Letícia que, por hora, não está mais atuando em mentorias, mas pretende voltar logo, logo e, mais que isso, montar seu próprio time.
“Um dos meus maiores sonhos é ter minha própria equipe de robótica e me tornar técnica um dia. Enquanto isso não acontece, quero trabalhar na indústria, nas áreas de montagem”, declara.
Gostou do conteúdo sobre robótica educacional e carreira em engenharia? Não deixe de acompanhar as novidades do mundo da robótica aqui na Agência de Notícias da Indústria e pelas redes sociais!
Por: Marcella Trindade
Foto: Augusto Coelho/ Arquivo Pessoal
Da Agência de Notícias da Indústria
https://noticias.portaldaindustria.com.br/noticias/robotica/robotica-nas-escolas-o-primeiro-passo-para-uma-carreira-em-engenharia/
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