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Por que Paris é a capital da Moda?

Paris, por si só, é um ícone fashion: seja nas ruas, nas grifes mais tradicionais e até na história, não tem como separar o mundo fashion da cidade francesa, que até recebeu o título de 'Capital da Moda'. Mas o a faz ter esse status?

Semana de Moda de Paris: Balmain primavera/verão 2024 — Foto: GettySemana de Moda de Paris: Balmain primavera/verão 2024 — Foto: Getty

Enquanto aquecemos os motores para as próximas semanas de moda e curtimos a nova temporada de “Emily em Paris” e todos os seus figurinos icônicos, não temos como lembrar de Paris, a capital da moda. Mas por que a capital da França é tão relevante dentro do mundo fashion? Por que admiramos tanto o estilo effortless chic das parisienses e nos apaixonamos pelas criações sofisticadas das grifes francesas? Te contamos tudo aqui – e olha que a história é longa e vai desde antes de Maria Antonieta até depois de Coco Chanel.


Nobreza francesa e vaidade

O papel de Paris como “capital da moda” tem origem lá trás, entre os séculos 17 e 18, quando a França era governada pelo Rei Luís 14, o “Rei Sol”, conhecido pela extravagância e vaidade. Durante seu reinado, o ministro das finanças da época percebeu a relevância econômica do vestuário e o valor que o reino e a corte davam às aparências e aumentou o incentivo ao setor têxtil e à produção de matéria-prima dos tecidos.

Gravura de Rei Luís 14 - o "Rei Sol" — Foto: Getty Images Gravura de Rei Luís 14 - o "Rei Sol" — Foto: Getty Images

A nobreza francesa, inclusive, se tornou referência para outros reinos, que se inspiraram na opulência das roupas, perucas e maquiagens para expressar poder e riqueza.

O interesse nos vestuários se desdobrou em gerações. Chegou, claro, em Maria Antonieta. A última rainha da França, casada com Luís 16, herdeiro do Rei Sol, é conhecida por ter popularizado as trocas frequentes de roupas e deu ainda mais visibilidade ao estilo rebuscado e extremamente pomposo conhecido como rococó. A costureira oficial da rainha, Rose Bertin, contam os livros de história, foi considerada a precursora dos grandes costureiros que surgem mais tarde, no século 19.

Tudo isso pode ser o que consideramos a gênese desse título tão importante que Paris carrega. Ser a "capital da moda" é o resultado de uma equação que foi construída nesses tempos: a soma de um suporte oficial dos reis e rainhas à produção têxtil com aumento do prestígio da nobreza toda vez que eles determinavam o que era o estilo da vez.

Maria Antonieta é um dos maiores símbolos da história da moda francesa — Foto: Getty Images Maria Antonieta é um dos maiores símbolos da história da moda francesa — Foto: Getty Images

A Alta Costura Francesa

No final do século 18, mais um evento colocou a França e, por consequência, Paris, no centro do mapa fashion: o surgimento de um mercado de Alta Costura.

Foi o estilista inglês Charles Frédéric Worth, conhecido como o “Pai da Alta Costura” que inventou a criação de uma moda sob medida e artesanal, com etiqueta assinada. Worth se mudou de Londres para Paris em 1845 e, após anos trabalhando como costureiro para outras marcas, abriu sua grife própria em 1858, a Maison of Worth. A marca, voltada para as elites, foi a primeira a estabelecer coleções sazonais e apresentar as criações em modelos reais, ditando novos padrões para toda a indústria da moda europeia.

Foi alguns anos mais tarde, já no século 20, que esse modo de produção ficou ainda mais popular. Sabe as grandes grifes francesas que tanto amamos acompanhar e desejamos até hoje, como Chanel, Saint Laurent, Louis Vuitton? Elas surgiram justamente nessa época, reforçando a vocação para a moda que a capital francesa já tinha no mundo inteiro.

Coco Chanel veste Chanel em 1928 — Foto: Getty Images Coco Chanel veste Chanel em 1928 — Foto: Getty Images

A produção nessa área cresceu tanto que os profissionais da moda precisaram se organizar. Criaram, então, a Câmara Sindical de Alta Costura de Paris, que passou a garantir a originalidade e qualidade das criações. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a Alta Costura passou a ser protegida pelo Ministério da Indústria da França, e a tal Câmara Sindical foi incorporada pela Federação da Alta Costura e da Moda – órgão dirigente da indústria da moda francesa -- e que segue na ativa até hoje.

Apenas marcas autorizadas pela Federação podem se denominar como de Alta Costura. Para isso, elas precisam seguir uma série de regras, dentre elas: produzir peças de primeira qualidade 100% manuais e se situar no Triângulo de Ouro de Paris, ou seja, entre as avenidas Champs-Élysées, George V e Avenue Montaigne.

Apenas 13 maisons fazem parte da Alta Costura atualmente. Entre membros permanentes e convidados estão nomes de peso, como Chanel, Saint Laurent, Dior, Givenchy e Giambattista Valli.

Outro papel importante da federação é promover a cultura francesa da Moda, reforçando o papel de Paris como capital mundial da moda. E isso acontece, inclusive, através da Semana de Moda de Paris.

A Semana de Moda de Paris

Apesar de a Semana de Moda parisiense não ser a primeira colocada no mapa fashion (já que o primeiro evento desse tipo surgiu em Nova York, em 1943, com o objetivo de reunir a imprensa para divulgar as criações dos estilistas), ela é a mais importante do cenário de moda.

A primeira edição da semana de Paris aconteceu só 30 depois da nova-iorquina e teve como intuito arrecadar fundos para a restauração do Palácio de Versalhes. O evento ficou conhecido como “Batalha de Versalhes”, já que se tornou uma competição entre os franceses e os estadunidenses, que fundaram originalmente as semanas.

O estilo das ruas

Street style de Paris — Foto: Getty Images Street style de Paris — Foto: Getty Images

Isso tudo porque a mulher parisiense é conhecida por ser o melhor exemplo do estilo "chique sem esforço". Nas ruas da capital francesa, das fashionistas às mais básicas, elas desfilam com produções elegantes, clássicas e casuais: cores neutras, modelagens bem cortadas, camisetas alinhadas, tênis e sapatilhas elegantes.

O estilo minimalista e urbano faz jus ao estilo de vida dinâmico das habitantes de Paris que, diga-se de passagem, são super cool. Não à toa, a capital da moda só reforça seu status – e esse cenário não tem previsão de mudança.

https://revistamarieclaire.globo.com/moda/noticia/2024/08/paris-cap...

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