Despesas com calotes dispara 137% em relação ao mesmo período de 2014
Riachuelo: muitas vendas, muitos calotes e menos lucro (Divulgação/Riachuelo)
SÃO PAULO – A Guararapes (GUAR3; GUAR4), dona da rede de varejoRiachuelo, bem que tentou: sua receita cresceu 11% no quarto trimestre, em relação a igual intervalo do ano retrasado, e somou R$ 1,761 bilhão. Mas a empresa não resistiu ao aumento de despesas – sobretudo a cobertura de calotes – e encerrou dezembro com uma queda de 17% no lucro líquido, totalizando R$ 158 milhões.
Mesmo o avanço da receita precisa ser ponderado. A receita consolidada da Guararapes abrange três componentes: a gerada pela venda de roupas e artigos de moda, que respondeu por 77% do total; a aportada pela Midway Financeira, que representa 21%; e pela Midway Mall, que fecha a conta. No caso do vestuário, as vendas no critério mesmas lojas (aquelas existentes há, pelo menos, 12 meses), caíram 3% na comparação com um ano antes. A receita total só cresceu, devido à abertura de novas lojas e ao avanço na área financeira.
A contrapartida é clara: a Midway Financeira contribuiu com receitas, mas jogou contra a última linha do balanço, ao apresentar uma disparada nos gastos para cobrir calotes nas vendas realizadas por meio dos cartões de crédito e em outro produto que comercializa: o empréstimo pessoal. A provisão para devedores duvidosos pulou 136% do 4º trimestre de 2014 para o seu correlato de 2015, e atingiu R$ 192 milhões.
A moda é não pagar
Outro dado que ilustra a situação é o percentual da carteira de crédito com parcelas vencidas há mais de 180 dias. No caso dos cartões de crédito, ficou em 8,2%, ante 6,5% do período comparado. Para o empréstimo pessoal, alcançou 15,6%, ante 11,1% doze meses antes.
Já o nível de endividamento da própria empresa baixou ligeiramente. A dívida líquida correspondia, em dezembro, a 1,2 vez o seu ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Em setembro era de 1,6 vez. O problema é que, em dezembro de 2014, o indicador era bem menor: 0,7 vez.
A Riachuelo também encerrou o ano com mais caixa: R$ 367 milhões, ante os R$ 237 milhões com que fechou setembro. A única contribuição para a melhoria do caixa veio das atividades operacionais, que trouxeram um saldo líquido de R$ 368 milhões. O caixa gerado por investimentos ficou negativo em R$ 175 milhões. E o caixa das atividades financeiras apresentou déficit de R$ 62 milhões.
Riachuelo fatura 11% mais, mas lucra 17% menos no 4º trimestre
por Romildo de Paula Leite
16 Fev, 2016
Despesas com calotes dispara 137% em relação ao mesmo período de 2014
SÃO PAULO – A Guararapes (GUAR3; GUAR4), dona da rede de varejoRiachuelo, bem que tentou: sua receita cresceu 11% no quarto trimestre, em relação a igual intervalo do ano retrasado, e somou R$ 1,761 bilhão. Mas a empresa não resistiu ao aumento de despesas – sobretudo a cobertura de calotes – e encerrou dezembro com uma queda de 17% no lucro líquido, totalizando R$ 158 milhões.
Mesmo o avanço da receita precisa ser ponderado. A receita consolidada da Guararapes abrange três componentes: a gerada pela venda de roupas e artigos de moda, que respondeu por 77% do total; a aportada pela Midway Financeira, que representa 21%; e pela Midway Mall, que fecha a conta. No caso do vestuário, as vendas no critério mesmas lojas (aquelas existentes há, pelo menos, 12 meses), caíram 3% na comparação com um ano antes. A receita total só cresceu, devido à abertura de novas lojas e ao avanço na área financeira.
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A contrapartida é clara: a Midway Financeira contribuiu com receitas, mas jogou contra a última linha do balanço, ao apresentar uma disparada nos gastos para cobrir calotes nas vendas realizadas por meio dos cartões de crédito e em outro produto que comercializa: o empréstimo pessoal. A provisão para devedores duvidosos pulou 136% do 4º trimestre de 2014 para o seu correlato de 2015, e atingiu R$ 192 milhões.
A moda é não pagar
Outro dado que ilustra a situação é o percentual da carteira de crédito com parcelas vencidas há mais de 180 dias. No caso dos cartões de crédito, ficou em 8,2%, ante 6,5% do período comparado. Para o empréstimo pessoal, alcançou 15,6%, ante 11,1% doze meses antes.
Já o nível de endividamento da própria empresa baixou ligeiramente. A dívida líquida correspondia, em dezembro, a 1,2 vez o seu ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Em setembro era de 1,6 vez. O problema é que, em dezembro de 2014, o indicador era bem menor: 0,7 vez.
A Riachuelo também encerrou o ano com mais caixa: R$ 367 milhões, ante os R$ 237 milhões com que fechou setembro. A única contribuição para a melhoria do caixa veio das atividades operacionais, que trouxeram um saldo líquido de R$ 368 milhões. O caixa gerado por investimentos ficou negativo em R$ 175 milhões. E o caixa das atividades financeiras apresentou déficit de R$ 62 milhões.
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