Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Efeitos da pandemia: Região Sul perde 314 mil empregos em três meses

Centro de Florianópolis em maio, terceiro mês de incidência da Covid-19
Centro de Florianópolis em maio, terceiro mês de incidência da Covid-19 (Foto: Diorgenes Pandini)

Enquanto a economia brasileira avançava em ritmo abaixo do previsto em 2019, a Região Sul chamava a atenção pelo desempenho acima da média. Gerou 140 mil novos empregos diretos no ano, Santa Catarina teve alta de 10% no varejo ampliado (só atrás do Pará), o Paraná liderou a indústria com 5,7% e o Rio Grande do Sul foi bem. Mas neste ano o isolamento da pandemia afetou em cheio a região e eliminou 314 mil empregos diretos de março a maio.

SC perdeu, nos três primeiros meses da pandemia, 103 mil postos de trabalho, o Rio Grande do Sul 120 mil e o Paraná 91 mil (números do Caged). De acordo com a consultoria econômica Caravela Soluções, as principais razões desse recuo foram as fortes quedas das atividades da indústria e de serviços da região.

Os setores industriais têxtil e calçadista, fortes em SC e no RS, sofreram mais com o isolamento social do que outros, por isso, de janeiro a maio deste ano, a produção industrial dos dois estados teve quedas de 15% e 16%, respectivamente, enquanto a média nacional recuou 11,2%. A economia paranaense tem sofrido menos. Somente nos setores têxtil e calçadista, o Sul perdeu 33 mil postos de trabalho.

A Caravela cita como exemplo duas cidades industriais com foco em apenas um setor, o calçadista. São João Batista, em SC, fechou 1,6 mil postosde trabalho, quase a metade dos que eram oferecidos pelo setor no município. E a cidade de Mato Leitão, perto de Lajeado, no RS, que tem pouco mais de 4 mil habitantes, perdeu quase 700 empregos, com forte impacto negativo geral na economia local. Outros setores industriais do Sul como veículos, construção e madeira também sofrem muito.

O forte recuo no emprego também foi puxado pelos serviços, que eliminaram cerca de 200 mil vagas formais na região, segundo a consultoria Caravela. Boa parte resultou da suspensão de atividades turísticas, especialmente alojamento e alimentação. Municípios como Bombinhas e Piratuba em SC, Gramado e Capão da Canoa no RS, perderam cerca de 20% dos postos de trabalho.

Entre os números divulgados até agora, chama a atenção para a boa recuperação do comércio. De fato, Santa Catarina fecho maio com a maior alta nacional frente ao mesmo mês do ano passado, 6,4% e, também cresceu 18% na comparação com o mês anterior, na série com ajuste sazonal.

Entre os setores que crescem mais em vendas estão móveis, eletrodomésticos e materiais de construção. Isso significa que a quarentena prolongada está motivando as pessoas a reformar e mobiliar melhor suas residências. Os dados da economia catarinense mostram que o fundo do poço foi abril e a expectativa é de que a recuperação gradual traga de volta também empregos.

Por Estela Benetti

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