Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

60% das mulheres já declinaram uma oferta de trabalho por família, aponta BCG

Pesquisa realizada pelo Boston Consulting Group, em parceria com o Women’s Forum, mostra também que 80% das mulheres já se afastaram do trabalho ou adotaram jornadas flexíveis para conciliar as responsabilidades familiares com a carreira.

Responsabilidades com a família, pressão para se provar capaz e escassez de exemplos de liderança feminina são os três principais desafios vividos por mulheres que trabalham na área de tecnologia — Foto: Getty Images

Muitas mulheres que trabalham na área de tecnologia ainda enfrentam obstáculos para o crescimento na carreira, inclusive para atingir posições de liderança, aponta uma pesquisa realizada pelo Boston Consulting Group, em parceria com o Women’s Forum. Segundo o levantamento, obtido com exclusividade por Época NEGÓCIOS, responsabilidades com a família, pressão para se provar capaz e escassez de exemplos de liderança feminina são os três principais desafios vividos por mulheres que trabalham com tecnologia.

O estudo, que ouviu 1.500 pessoas, aponta que 60% das mulheres afirmaram que já declinaram uma oferta de trabalho em função da família. Entre os homens, o resultado para a mesma pergunta fica em 45%. "O cenário é bastante desafiador para as profissionais mulheres, independentemente do setor em que trabalham, justamente por uma questão cultural, já que elas ainda são vistas como as principais responsáveis pelo cuidado da casa e da família", comenta Ana Vieira, diretora executiva do BCG e head de BCG Platinion.

Outro dado importante revelado pela pesquisa é que 80% das mulheres afirmaram já terem se afastado do trabalho ou adotado jornadas flexíveis temporariamente, a fim de conciliar as responsabilidades familiares com a carreira. Em comparação, 50% dos homens disseram ter feito o mesmo.

Embora haja um consenso entre os entrevistados sobre escolhas que impactam na progressão da carreira, como as que envolvem a questão da flexibilidade, para a diretora executiva do BCG, a adoção do trabalho remoto pode ser considerada uma tendência positiva nesse cenário. "Entendemos, com o estudo, que as mulheres se adaptaram bem à nova realidade do home office e muitas reconhecem que houve uma distribuição mais equalizada das tarefas domésticas e dos cuidados com crianças e familiares", diz.

Ana também ressalta que a pesquisa mostra que homens e mulheres são bastante similares no que diz respeito à ambição, à predisposição em aceitar desafios e ao alto nível de conhecimento técnico. Para a executiva, a diferença da progressão de homens e mulheres nas áreas de tecnologia ainda depende muito do incentivo educacional. "Meninas não são tão incentivadas a seguirem carreiras de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) quanto meninos. Receber apoio de pais e professores desde o início da vida escolar é essencial para que a diversidade na área de tecnologia seja uma realidade no futuro."

Mesmo com o avanço de mulheres no mercado de tecnologia, ainda hoje há uma baixa representatividade feminina em posições de liderança na área. "Muitas mulheres ainda têm medo de se arriscar em novas posições. Em minha própria trajetória, percebo que poderia ter sido mais assertiva em pedir apoio para oportunidades que me proporcionariam aprendizados e experiências, que poderiam resultar em um crescimento mais acelerado em minha carreira", comenta Ana Vieira.

Ações para mudança

Apesar de todos os desafios, a pesquisa do BCG indica que é possível construir uma jornada profissional de sucesso em tecnologia para profissionais mulheres. Para um avanço significativo na representatividade, as mudanças dependem de ações visando apoiar a atração, a retenção e o desenvolvimento das carreiras de mulheres.

Entre as boas notícias reveladas pela pesquisa, Ana destaca que há muitas empresas que já buscam viabilizar interações em equipe para que todos os participantes tenham voz e oportunidades iguais de contribuição, independentemente do modelo de trabalho: presencial, remoto ou híbrido. "Incentivar interações significativas entre líderes e profissionais, avaliar se os modelos de trabalho e benefícios estão alinhados com a realidade das profissionais e estender licenças temporárias e jornadas reduzidas para todos os colaboradores são ações simples e efetivas para ajudar na mudança de cenário".

Ainda segundo o estudo do BCG, as empresas de tecnologia devem realizar uma execução diligente de programas de diversidade, equidade e inclusão para atingir resultados positivos. “Além dos apontamentos do estudo, é importante que as próprias profissionais estejam atentas para direcionar ativamente suas trajetórias de carreira. Muitas vezes, podemos ser mais assertivas e pedir apoio para oportunidades que podem proporcionar aprendizados, acelerando nosso crescimento”, avalia Ana.

Por Soraia Alves

https://epocanegocios.globo.com/futuro-do-trabalho/noticia/2022/10/...

Para participar de nossa Rede Têxtil e do Vestuário - CLIQUE AQUI

Exibições: 36

Comentar

Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!

Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço