Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

A ESTRATÉGIA DE ALGUNS GRUPOS TÊXTEIS PORTUGUESES

RIOPELE
Trabalhadores 800
Vendas em 2010 €47 milhões
Crescimento 6% em 2010

Longe dos €100 milhões que faturou no passado, continua a exportar mais de 90% da produção. 2009 foi um dos seus piores anos, mas em 2010 as vendas aumentaram e em 2011 vai "consolidar o crescimento", diz o presidente, José Oliveira. "Manter os clientes por perto" é uma prioridade na Riopele, que trabalha com as principais marcas internacionais. Para isso, aposta na flexibilidade e na aproximação ao retalho, com serviço de confeção. "Temos uma parceria na Índia que garante parte da produção para os EUA. Foi a forma de continuarmos competitivos", explica o empresário que também soma marcas próprias, como a Vicri e a Latina. A última reorganização do grupo de Famalicão ditou a divisão de negócios entre a Riopele Têxtil, para os tecidos, e a Riopele Fashion Solutions, dedicada às marcas dos clientes.

 

LEMAR
Trabalhadores 50
Vendas em 2010 €3,5 milhões
Crescimento 46%

Fundada em 1939, em Guimarães, especializou-se em tecidos para calções de banho e tecidos técnicos, como os forros em coolmax para as fardas dos polícias italianos. Com a DuPont garantiu o exclusivo nacional dos fios cordura, usados para fatos de motocrosse e para as mochilas do exército. Com uma lista de clientes de moda onde pontuam a Hackett, Façonnable, Moschino, Guess e Dolce & Gabanna Junior, tem em Itália o principal mercado, mas também está a crescer nos Estados Unidos. Conquistar novos destinos é um dos desígnios da empresa liderada por Manuela Araújo, que já exporta diretamente 65% da produção e também fabrica tecidos para os carrinhos de bebé da Artesana (Chicco), Peg Perego e Mamas & Papas. Em 2011, a Lemar espera um crescimento de dois dígitos nas vendas.

 

ARCO TÊXTEIS
Trabalhadores 420
Vendas em 2010 €20 milhões
Crescimento 10%

Hugo Boss e Paul Smith estão entre os clientes desta empresa, que viveu "um ano mau em 2009" e fechou a sua fiação por considerar "incomportável" o preço da eletricidade, que representava 30% dos custos da produção. Para 2011, o presidente, Alfredo Rezende, espera "crescimento em linha com 2010" e a entrada em novos mercados, como a Colômbia. Fundada em 1923, em Santo Tirso, produz 25 mil metros de tecido por dia e também faz camisas, "um negócio que permite evidenciar" os seus tecidos e onde desenvolveu uma parceria com a marca portuguesa Giovanni Galli, já com uma rede de 60 lojas e a entrar em novos países como a Polónia e Emirados Árabes. Faz desenvolvimento de produto diretamente com clientes e tem um consultor externo, em Barcelona, que concebe 20% da coleção.

 

SIDÓNIO MALHAS
Trabalhadores 52
Vendas em 2010 €12 milhões
Crescimento 30%

Nasceu em 1982 para fazer confeção, mas optou por se dedicar apenas à produção de malha para evitar a concorrência direta com os clientes. A trabalhar 24 horas por dia, sete dias por semana, acabou de ampliar a fábrica em dois mil metros quadrados e prepara-se para reforçar de novo a sua capacidade de produção. Depois de crescimentos de 30% em 2009 e 2010, a empresa de Barcelos teve em janeiro "o seu melhor mês de sempre", refere o administrador Sidónio Silva, à espera de mais um crescimento de dois dígitos em 2011. Foi uma das primeiras fábricas a combinar linho com malhas e exporta direta e indiretamente 100% da produção. A equipa de desenvolvimento e design também desenvolve coleções das marcas suas clientes, de França e Itália aos Estados Unidos e Canadá.

 

TESSIMAX
Trabalhadores 230
Vendas em 2010 não disponível
Crescimento não disponível

A empresa do grupo Paulo Oliveira, um dos maiores produtores de tecidos de lã da Europa, especializou-se na produção de lãs finas, misturadas com seda, algodão e licra para fatos de homem, senhora e fardas. Resultante da compra da antiga Nova Penteação, esta unidade vertical da Covilhã exporta 90% da produção para clientes como a Next e Hugo Boss e tem os seus principais mercados na Europa e América do Norte, mas está, também, a entrar em novas geografias, como a Colômbia. "É preciso diversificar mercados para alimentar as vendas", justifica o diretor comercial, José Luís Nascimento. O trabalho, assente em desenvolvimentos do laboratório do grupo, permite a oferta de soluções inovadoras, como os fatos que podem ser lavados diretamente debaixo do chuveiro.

 

LUÍS AZEVEDO & FILHOS
Trabalhadores 40
Vendas em 2010 €7,8 milhões
Crescimento 20%

Quando a empresa surgiu, há 15 anos, assumiu a vocação para o design no segmento das malhas. Hoje, tem 10 dos seus 40 trabalhadores ligados ao controlo de qualidade, faz desenvolvimento de produto e tem uma unidade fabril em Guimarães, mas também subcontrata produção em Portugal. "Optámos por este modelo porque para respondermos a todas as encomendas tínhamos de ter uma unidade de produção grande", explica a administradora Sílvia Azevedo, empenhada em encontrar produtos e soluções inovadoras para clientes como a Lacoste, Burberry, Dior, Kenzo e, também, Inditex. Muitos dos seus clientes diretos são portugueses, mas 99% da produção acabam por ser exportados. Há novos mercados em carteira e as vendas têm vindo a aumentar. Para 2011, a previsão é crescer mais 10%.

 

TEARFIL
Trabalhadores 230 pessoas
Vendas em 2010 €15 milhões
Crescimento 15%

Especializada em fios para malhas e técnicos, é uma das poucas empresas no mundo a produzir fio com fibra outlast, que tem propriedades de autorregulação de temperatura e é usado pela NASA, nas luvas dos astronautas. Com a A. Sampaio & Filhos, acaba de apresentar um novo fio outlast em poliéster que promete abrir novas portas no mercado do desporto. A Tearfil, que pertence à AAF, grupo vimaranense que deverá passar para o controlo da ECS Capital, apostou em parcerias internacionais com fornecedores para crescer e tem a fábrica a trabalhar a três turnos. Mistura fibras com linhos, caxemira e sedas, exporta 20% da produção e, em 2011, espera "continuar, um ciclo de crescimento de cinco anos consecutivos, com toda a capacidade tomada", refere o diretor comercial, Pedro Faria.

 

TEVIZ
Trabalhadores 320
Vendas em 2010 €12 milhões
Crescimento 10%

Alemanha e Estados Unidos são dois dos principais mercados da empresa, que se especializou na produção de fios e camisas e procura "inovar na oferta e design para marcar tendências", explica o diretor comercial, Paulo Loureiro. Com 250 desenhos por coleção e uma oferta forte de camisas de flanela, subcontrata a sua confeção em Portugal e Marrocos, apostando em deixar a marca Teviz, de Vizela, ao lado da insígnia dos clientes internacionais nos artigos de flanela e de algodão orgânico. Já teve fiações em Portugal e no Quirguistão, mas abandonou esse segmento de negócio porque "o preço do fio ficou muito barato". Na conjuntura atual a decisão poderia ser outra, admite. A trabalhar para marcas como a Diesel, Paul Smith e Zara, espera manter um crescimento de dois dígitos nas vendas em 2011.

 

ADALBERTO ESTAMPADOS
Trabalhadores 365
Vendas em 2010 €24 milhões
Crescimento 18%

A Adalberto Estampados, empresa sediada em Santo Tirso, exporta direta e indiretamente 95% da produção. Especializada no tingimento, estamparia e acabamentos de tecidos e malhas, tem 12 pessoas dedicadas à área de desenvolvimento e design e investe anualmente 10% do volume de negócios em tecnologia. Pioneira na estamparia digital, trabalha com marcas como a Burberry, tem as licenças das Princesas da Disney, Noddy e Hello Kitty para os têxteis lar e está a desenvolver um projeto com um cliente dinamarquês para "vender o valor do made in Europe na China", refere o administrador Mário Jorge Machado. Quanto a vendas, depois de uma quebra de 12% em 2009, espera fechar 2011 com um crescimento de dois dígitos, em linha com o ano passado.

 

A. SAMPAIO & FILHOS
Trabalhadores 210
Vendas em 2010 €22 milhões
Crescimento 20%

Especializada em malhas, esta empresa fundada em 1947, em Santo Tirso, tem 10 pessoas dedicadas ao desenvolvimento de novos produtos e exporta direta e indiretamente 90% da produção para a Europa e para destinos exóticos como Madagáscar. Mais de 40% das vendas destinam-se a vestuário de desporto de marcas internacionais, em modalidades como o golfe, râguebi e ciclismo, mas também trabalha para vestuário técnico de militares, polícias e bombeiros de Espanha, Suíça, Suécia e Holanda. A par da apresentação de 120 novas malhas por estação, desenvolve soluções por medida e tem artigos exclusivos para alguns clientes internacionais. Depois de compensar, em 2010, a quebra de 6% nas vendas do ano anterior, espera continuar a crescer em 2011 e admite aumentar a capacidade de produção.

 

FONTE: http://aeiou.expresso.pt/preco-do-algodao-contagia-roupa=f633946

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