Inovação é geração de valor. É a criação de produtos e processos que promovem mudança para uma comunidade ou para um país. E por aqui, no Brasil, os caminhos da inovação passam pela sustentabilidade sob a ótica de mulheres que transformam realidades.
Com o envolvimento de líderes empresariais, a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) une forças para garantir mais engajamento de mulheres e, assim, dar mais diversidade em lideranças de negócios da indústria brasileira. Atualmente, 30 empresárias atuam no movimento como conselheiras com um objetivo central: investir na promoção da igualdade de gênero.
Cases premiados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) estiveram reunidos na 26ª edição do Programa de Imersões em Ecossistemas de Inovação, no início de agosto, com visitas ao Paraná e a Santa Catarina. Entre os premiados, mulheres empreendedoras reconhecidas pelo Prêmio Nacional de Inovação (PNI), que mudaram trajetória profissional quando decidiram inovar para ampliar mercado e qualificar produtos e processos em ciência, tecnologia e inovação (CT&I).
“A 26ª edição do Programa de Imersões da Mobilização Empresarial pela Inovação foi exclusiva aos vencedores do Prêmio Nacional de Inovação 2021/2022, e para nós foi uma honra receber tantas mulheres inspiradoras representando essas instituições”, ressalta a diretora de Inovação da CNI, Gianna Sagazio.
“As instituições ocupam um papel importante para estabelecer uma maior equidade de gênero, fortalecendo o protagonismo das mulheres no empreendedorismo, impactando o nosso ecossistema e tornando-o mais justo, criativo, inovador e diverso”, aponta.
Iniciativas para o uso consciente de recursos naturais foram adotadas pela Oficina do Sorvete, localizada em Foz do Iguaçu (PR). Premiada na modalidade pequenas empresas, a marca criou uma linha com frutas nativas, algumas ameaçadas de extinção, do Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu (PR). A Oficina conecta o consumidor com os sabores da floresta e com o objetivo de criar demanda para produtores rurais de agroflorestas e, com isso, estimular o cultivo dessas frutas nativas e a preservação da espécie.
A empresa, gerida por mulheres, reduziu o consumo de plásticos nas embalagens dos picolés, e passou a utilizar apenas potes biodegradáveis para os sorvetes, além de realizar a adoção de painéis solares para a produção de energia limpa. No balcão, a reação dos consumidores é tão diversa quanto os sorvetes de jaca, butiá, erva mate, guabiroba, pinhão, entre outros.
“Tem cliente que até se emociona com os sabores, e entendemos que, de alguma forma, teríamos de gourmetizar para que a linha tivesse apelo comercial e fosse tão atrativa quanto os sabores tradicionais. E é um desafio conscientizar a importância do consumo para impactar de forma positiva a proteção do planeta”, explica Maria Cristina Ventura Muggiati, fundadora da sorveteria.
“O prêmio [Nacional de Inovação] abriu muitas portas para a nossa empresa e, acima de tudo, imprimiu credibilidade no mercado, uma autoridade que a gente passou a ter após a premiação”, ressalta Maria Cristina.
Fundada em 2004 na cidade catarinense de Pomerode, a Nugali foi pioneira no Brasil na produção de chocolates Bean-to-Bar -- nome que se dá quando o fabricante realiza todas as etapas de processamento, iniciando na aquisição das amêndoas de cacau, torrefação, passando pelo preparo da massa de cacau, fabricação do chocolate e sua cristalização, moldagem e embalagem.
Desde então, a Nugali se tornou a marca brasileira de chocolates mais premiada no mundo e, em março, venceu o PNI, entre as médias empresas, como inovação em produto. A marca lançou, no primeiro semestre de 2022, uma linha de embalagens biodegradáveis, uma de produtos para confeiteiros e abriu para visitação a fábrica, com estufas de cacau e acompanhamento interativo das etapas de produção.
Os dois lançamentos ajudaram a elevar o faturamento, a melhorar o posicionamento do negócio e a fortalecer o mercado turístico da região. Na avaliação da sócio-fundadora e administradora da Nugali, Maitê Lang, o PNI também deu mais notoriedade à marca por reconhecer conquistas de inovação e fomentar para que o espírito da inovação permeie por mais tempo na região de Pomerode.
“O prêmio e a possibilidade de participar das imersões são excelentes oportunidades para entender o que é feito no mundo e trazer o conhecimento e os benefícios da inovação não só para a empresa, mas para a comunidade, para o município, para o estado e para o país”, avalia Lang, que participou da imersão em Israel, promovida pela CNI em junho deste ano.
O Grupo Boticário é, atualmente, a sétima companhia de beleza mais sustentável do planeta. Fundado no Paraná, o grupo tem sete marcas e está presente em 16 países com lojas, e-commerce, marketplace e milhares de revendedoras. As principais inovações incluem o maior programa de logística reversa do Brasil, Boti Recicla, com mais de 4 mil pontos de coleta e um índice de 86,9% de reciclagem.
No campo da sustentabilidade, destacam-se ainda as ações da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e a destinação de 1% da receita da companhia ao Instituto Grupo Boticário para investir em ações como o Movimento Viva Água de recuperação da Bacia do Rio Miringuava, em São José dos Pinhais.
Presente na 26ª edição do Programa de Imersões em Ecossistemas de Inovação, a especialista de inovação do Grupo Boticário Heidi Pauferro da Silva reforçou a sustentabilidade como um dos pilares da organização em que atua, desde 2021, como líder de negociações e estratégia de inovação aberta. “É muito importante grandes empresas se unirem para pensar em inovações sustentáveis. Mais que uma questão de negócio é, sim, uma preocupação genuína com o legado que nós queremos deixar para o mundo e para as gerações futuras”, aponta a engenheira civil.
Segundo Heidi, é “extremamente valoroso” para uma grande empresa estar próxima do ecossistema e possibilitar a troca entre diferentes stakeholders presentes entre os premiados do PNI.
“É muito gratificante, o grupo fica muito feliz e faz questão de continuar participando de mais premiações como essa, para promover e atuar de forma positiva no ecossistema de inovação. Um reconhecimento como esse dá luz a muito do esforço que é feito ao longo dos anos na companhia e no tema tão importante como a sustentabilidade”, conclui.
Na avaliação de Gianna Sagazio, ainda há um longo caminho a ser percorrido para que sejam estabelecidos patamares equivalentes para homens e mulheres em termos de acesso, oportunidades, direitos e reconhecimento. “Há muitas razões para que se invista na promoção da igualdade de gêneros e no empoderamento das mulheres, combatendo a discriminação, os preconceitos e as barreiras enraizadas na sociedade por meio de ações que abranjam a forma de criação de meninas e meninos, os estímulos e oportunidades nos diversos níveis educacionais e as possibilidades profissionais oferecidas pelo mercado de trabalho”, destaca a diretora de Inovação da CNI.
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