Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

A onda retrô: o consumidor pediu, e produtos antigos são relançados

 

Empresas percebem nostalgia do consumidor e relançam, com cautela, produtos de décadas atrás

retrô (Foto: divulgação)

Uma rápida olhada nas vitrines de loja e você já consegue perceber que a tendência retrô está em alta no mercado, motivada por um forte desejo do consumidor, a nostalgia, de resgatar uma memória de infância e relembrar os bons tempos que já vividos.

Enxergando nesse sentimento uma ótima oportunidade de negócio, as marcas têm feito de tudo para agregar um 'quê' de antigamente aos seus novos produtos, seja por meio de um design característico ou até mesmo relançando alguns sucessos de vendas de décadas passadas.

“Olhando para trás no marketing, dá para dizer que sempre houve um tipo de nostalgia das pessoas em relação às marcas de antigamente. Isso está muito presente, a gente tem a tendência de lembrar-se do passado como uma época mais tranquila, mais calma e prazerosa do que a que a gente vive hoje”, diz Marcos Bedendo, professor de gestão de marketing e marketing estratégico da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

E se você pensa que o mercado precisou se esforçar muito para enxergar essa tendência, engana-se. Com as redes sociais, os próprios consumidores estão tomando a atitude de se engajar em comunidades que pedem a volta de produtos queridinhos da infância. “Ficou mais fácil compartilhar experiências pessoais do passado e tentar, coletivamente, resgatar os tempos bons”, afirma Bedendo.

Confira abaixo uma seleção de produtos relançados nos últimos anos:

- Lollo: o chocolate fofinho da Nestlé, sucesso de vendas na década de 80, voltou a ser vendido em setembro, após inúmeros pedidos de nostálgicos pelo Facebook. “Nós entendemos que relançar o produto seria uma boa oportunidade pelo laço afetivo que o consumidor ainda mantinha com o produto, mesmo 20 anos após sua saída do mercado”, afirmou Marco Nonis, diretor da unidade de chocolates da Nestlé Brasil.

retrô: alimentos que estão de volta no mercado (Foto: divulgação)

- Achocolatado Brown Cow: Achocolatado em pó, que nada! Nos anos 80 muitos substituíram o pó pelo achocolatado líquido da vaquinha. Foram mais de seis mil pedidos no Orkut para que a Novel Foods, empresa responsável pela produção, trouxesse o produto de volta às gôndolas dos supermercados.

- Bolacha Mirabel: muito recheio, crocância e embalagens práticas. Era assim que os consumidores com mais de 30 anos se lembram dos lanchinhos Mirabel, uma bolacha wafer recheada de morango ou chocolate com embalagem individual. Para resgatar a memória dos fãs da bolacha, a PepsiCo resolveu trazer o gostinho de infância de volta, mas com embalagem repaginada.

Atari: pong (Foto: divulgação)

- Consoles Atari: games clássicos da Atari que tanto fizeram a cabeça da criançada dos anos 70 e 80 foram relançados pela divisão europeia da companhia no ano passado e estão disponíveis para PlayStation 3 e PSP. Em setembro desse ano, a Microsoft também decidiu comemorar os 40 anos do primeiro console Atari com o site arcade.atari.com, que apresenta oito jogos clássicos, como Pong e Lunar Lander. Os ultramodernos de tablets e smartphones não precisam ficar fora: versões retrô para esses dispositivos também foram lançadas.

Frigobar retrô, da Brastemp: cor vermelha e pé palito (Foto: Divulgação)

- Geladeira Brastemp: Nas cores preta, vermelha ou amarela, o eletrodoméstico mais vendido da marca nos anos 50 foi relançado com um design antigo e tecnologia do século 21. A Brastemp também apostou em trazer de volta o modelo retrô de frigobar, com opções coloridas e pé palito. 

- Honda Biz 100: a demanda da empresa por lançar um modelo de entrada para o público jovem e ao mesmo tempo um produto que fosse econômico e mais simples de dirigir fez com que a Honda recorresse ao design e às características da Biz 100, sucesso em 1998. A versão Biz100 - 2013 já está disponível no mercado.

- Tênis Olympikus: pegando carona na moda esportiva impulsionada pela Copa do Mundo de 2014, a Olympikus decidiu agradar aos consumidores com gosto pelo retrô e, em abril desse ano, colocou nas vitrines a linha Clássicos do Brasil, que traz modelos de tênis inspirados no primeiro calçado da marca lançado em 1976. 

Brinquedo Genius (Foto: divulgação)

- Genius e Boca Rica: A Brinquedos Estrela, que procura monitorar de perto os movimentos dos consumidores em redes sociais, notou que era hora de agradar não só as crianças, mas os pais também. “Faz tempo que o Genius está entre os brinquedos mais pedidos em nosso SAC. Nos últimos três anos, o Boca Rica vem sendo muito solicitado também”, afirma Carlos Tilkian, presidente da companhia. “Verificamos a viabilidade técnica de relançar esses brinquedos e em comemoração aos nossos 75 anos, resolvemos atender aos pedidos de nossos consumidores”, completa.

- Ferrorama: foram tantos pedidos que em 2010 a Estrela trouxe o trenzinho de volta, mas antes, os fãs tiveram que cumprir um desafio: completar, usando o Ferrorama, os últimos 20 quilômetros do Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. Com 110 metros de trilho, três brasileiros foram montando e desmontando os dispositivos em fila conforme o trenzinho passava. Tarefa concluída e o Ferrorama está de volta às lojas.

Igual, só que diferente

Relembrar é reviver, como dizia o ditado. Porém, para que haja essa conexão nostálgica é preciso certa familiaridade entre consumidor e produto, como explica Marcos Bedendo, professor da ESPM. “Há dois tipos de consumidores de produtos retrô: aqueles que vão pela vivência, ou seja, fazem alguma conexão entre o produto e a própria infância, ou aqueles que se sentem atraídos por essa estética característica”.

Ferrorama trilho (Foto: divulgação)

Apesar de existir os consumidores que vão puramente pela estética antiga, lançar um produto retrô também pode oferecer certos riscos para a marca, como, por exemplo, a falta de identificação com o objeto.

Para a psicóloga Sueli Damergian, do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho da USP, a abundância de novos produtos, bem como o fácil acesso a eles, diminui o apego e o carinho do consumidor. “Antigamente, as pessoas tinham uma relação diferente com os produtos. Como eles não eram abundantes, a gente conservada mais, cuidava bem porque tinha que durar anos”, afirma.

O presidente da Brinquedos Estrela, por exemplo, conta que foi justamente por notar a ausência de identificação do público que a decisão de relançar o Ferrorama demorou a ser tomada:“Fazia sentido nos anos 70, quando o trem era parte da rotina das crianças, que viajavam e passeavam com seus pais usando esse meio de transporte. Hoje, a sensação de andar de trem é completamente diferente”, diz Tilkian.

Para engrossar o coro dos saudosistas que pediam pelas redes sociais à volta do brinquedo, a Estrela precisou, antes, perceber uma brecha causada pela atual literatura infanto-juvenil: “O sucesso dos livros e filmes do personagem Harry Potter, que viaja para sua escola de trem, revigorou a figura desse veículo no imaginário das crianças. Resolvemos apostar nisso e deu certo”, completa Tilkian.

Você sente saudade de algum deixou de ser vendido? Deixe seu comentário com a resposta.

Fonte: Época Negócios

Leia mais em:http://epocanegocios.globo.com/Inspiracao/Vida/noticia/2012/10/voce...

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